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A importância do processo de descarbonização (redução das emissões de gases na atmosfera para combater o aquecimento global) e a implementação de práticas de ESG (ambiente, social e governança corporativa) foram temas do encontro realizado pelo Sindicato de Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) na manhã desta quinta-feira, em sua sede, em Belo Horizonte.

No workshop, que encerrou a programação de atividades relacionadas à campanha Junho Verde, cujo objetivo reforçar a preservação do meio ambiente, o palestrante Pedro Miranda, fundador e CEO da Abundance Brasil, ressaltou sobre a necessidade urgente da descarbonização, haja vista que o aquecimento global desencadeia uma série de eventos climáticos extremos que ameaçam os ecossistemas e colocam em risco a segurança alimentar e hídrica de milhões de pessoas no mundo.

“Hoje o planeta tem 800 bilhões de toneladas de carbono na atmosfera e o normal são 500 bilhões. Então, esse aumento da temperatura é muito relacionado com esse acúmulo de gás carbônico. Para isso há duas soluções: primeiro reduzir as emissões e segundo remover o carbono da atmosfera. Há um novo tipo de regulamento para essa questão que já está implementado na Europa e, agora, o Brasil está implementando também, inclusive, já está aprovado na Câmara e no Senado”, disse o CEO que é engenheiro e especialista no desenvolvimento de tecnologias climáticas para acelerar a descarbonização global.

De acordo com Miranda, a perspectiva é de que haja implementação do regulamento em torno de dois anos. “Então, as empresas que emitem mais de 10 mil toneladas de carbono anualmente serão obrigadas a fazer parte disso por meio da redução de suas emissões e também da remoção de carbono através de programas de compensação, por exemplo”. Ele acrescentou que já tem várias empresas se preparando para o cenário, independentemente, do regulamento que também prevê altas multas para quem não cumprir a legislação.

Transporte de cargas

O assessor jurídico-ambiental do Setcemg, Walter Cerqueira, que também participou do evento, ressaltou que enquanto não se tem uma legislação que force as empresas a cumprirem as metas de descarbonização, o mercado já está exigindo essa postura por parte das empresas do setor do transporte de cargas. “Os expedidores e os grandes embarcadores estão fazendo isso. Então, a gente, do Setcemg, estamos apresentando aos transportadores exemplos de projetos que eles podem apoiar e fazerem em prol da neutralização do carbono.”

De acordo com Cerqueira, as empresas do setor têm buscado, cada vez mais, se espelhar em boas práticas de gestão ESG para poder implementá-las. “É um ambiente empresarial mais tradicional e que já despertou para isso. O que é muito bom porque a empresa que não tiver uma boa gestão vai acabar perdendo competitividade”, afirmou.

Em relação às práticas de ESG no setor, o assessor cita que no caso ambiental, tem a questão da eletrificação (processo de substituição de motores à combustão interna por motores elétricos), instalação de painéis solares nas garagens das oficinas, além de programas voltados para qualificação de mão de obra e com o foco no desenvolvimento da comunidade onde a empresa atua, governança corporativa, entre outros.

Cerqueira falou também sobre a relevância do compliance que busca estabelecer formas para controlar o cumprimento das leis e normas às quais a empresa está sujeita.

E para as empresas que quiserem fazer uma estimativa inicial de cálculo de compensação de emissão de carbono é só acessar o site da Abundance Brasil.

Foto: Divulgação Setcemg