Notícias

Grupo Morro Encena segue a com a peça "O marido que comprou uma bunda à prestação" dia 1 de julho, no Centro Cultural Venda Nova

Peça teatral que aborda os estereótipos do universo feminino

Após uma série de apresentações gratuitas em centros culturais e escolas de Belo Horizonte, o grupo Morro Encena finaliza a temporada da peça “O marido que comprou uma bunda à prestação” no Centro Cultural Venda Nova (Rua José Ferreira Santos, nº 184 – Bairro Novo Letícia) na sexta-feira, 1 de julho, às 19h. A apresentação marca o fim da circulação da peça dentro do projeto Descentra Cultura, da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, e integra a programação do “Venda Nova Sustentável”, que conta com atividades artísticas e de formação, incluindo shows, apresentações e debates.

 

A peça que tem texto e direção de Limoeiro usa o humor para tecer críticas à cultura da objetificação feminina. O Morro Encena surgiu em 2009, no Aglomerado da Serra e é formado pelas atrizes Beatriz Alvarenga, Érica Lucas, Hérlen Romão e Sandra Sawilza, todas moradoras do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. Além de abordar as questões relacionadas à mulher o grupo levanta reflexões a respeito da (sub) representação do negro na sociedade.

 

A mulher e os estereótipos

O papel da mulher contemporânea, seu lugar na sociedade e a luta contra o machismo são pautas presentes em discussões cotidianas, tanto nas ruas quanto nas redes sociais. A peça “O marido que comprou uma bunda à prestação” não apresenta essa mulher emancipada e questionadora, mas aquela que ainda se sente presa às imposições do mundo masculino e, portanto, sujeita aos padrões valorizados pelos meios de comunicação. A ingênua Fedegunda, personagem central da peça, é colocada nas situações mais absurdas para conquistar a “bunda perfeita”. A escolha de uma protagonista ainda não tão consciente do papel das mulheres, e das formas de exploração sofridas por elas no cotidiano, ajuda a contar a história sob um ponto de vista crítico e conduz o público à indagação: “você quer ser apenas uma bunda ou mudar o seu papel?”, frase que sintetiza muito da postura ativa e questionadora do Morro Encena.

 

Para a atriz Hérlen Romão, uma das fundadoras do grupo, a mulher ainda precisa enfrentar muitos desafios e entre eles está a imposição dos padrões estéticos.  “Acho terrível que isso aconteça, pois não é a pessoa que é colocada em primeira instância, mas sim a estética feminina, valorizando aquele que é considerado o “corpão brasileiro” – bunda, coxa e peito grande”, protesta.

 

Hérlen chama a atenção ainda para a questão racial, com a qual a mulher negra precisa lidar no dia a dia. “É como se para que sejamos vistas como ‘bonitas’ nós tivéssemos que ser brancas, de olhos claros e cabelos loiros e lisos. Isso é uma injustiça. São os nossos traços, negros, indígenas ou a mistura deles que fazem de nós o que somos”, afirma.

 

Sobre o espetáculo

A peça conta a história de Fedegunda, mulher que se sente inferiorizada por não se encaixar nos padrões estéticos difundidos socialmente. Com muita descontração e sacadas irônicas, o espetáculo aborda a imposição de determinados padrões estéticos às mulheres. A circulação do espetáculo se realiza por meio dos recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e integra as ações contempladas pelo projeto Descentra Cultura, da Fundação Municipal de Belo Horizonte. As apresentações são gratuitas e abertas ao público de todas as idades.

 

https://www.facebook.com/morroencena.grupodeteatro

Este espetáculo é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte - Fundação Municipal de Cultura.

Foto: Rafael Silveira

Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.