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Dirigir e produzir cinema sob o olhar feminino: AML recebe Elza Cataldo e Elisa Tolomelli para falar sobre a presença das mulheres no cinema, no dia 3 de julho

A edição de julho dos Sábados Feministas acontecerá, excepcionalmente, numa quinta-feira. O evento tem entrada gratuita e é aberto ao público

Entrar numa seara – a do cinema – eminentemente masculina e imprimir uma marca feminina, seja na direção de filmes ou em sua produção, é o desejo que move a cineasta Elza Cataldo e a produtora audiovisual, Elisa Tolomelli. A partir dessa motivação, parte o tema do encontro que reúne as duas profissionais em mais uma edição dos Sábados Feministas, que excepcionalmente, acontecerá numa quinta-feira, dia 03 de julho, às 19h, na Academia Mineira de Letras. O evento é gratuito e aberto ao público. Elza Cataldo e Elisa Tolomelli têm em comum a paixão e a perseverança. No caso de Elza Cataldo, pela ousadia de desconstruir imagens femininas de personagens históricas, como a rainha portuguesa Dona Maria, a “louca”. Por essa característica já foi denominada como uma cineasta "intrépida". Quanto a Elisa Tolomelli, novas formas de produção e de interação com a equipe cinematográfica é proposta sob o olhar da produtora.

"As mulheres quase sempre são mostradas por um olhar masculino como excessivamente erotizadas, manipuladoras, infantilizadas, sem inteligência. Isso eu quebrei desde meu primeiro filme, Vinho de rosas, de 2005", afirma Elza Cataldo. Já Elisa Tolomelli, quebrou paradigmas na forma de conduzir um set de trabalho. Para ela, tão importante quanto realizar um filme, é a forma de conduzir o processo: "ser mulher na produção é também transformar o modo de fazer: criar ambientes de trabalho mais éticos, respeitosos; redesenhar a forma de fazer um filme", comenta. Para ambas, em seus respectivos ofícios, o feminino não é fraqueza, é, principalmente, praticar uma escuta atenta, agir com firmeza – sem autoritarismo.

Ambas as convidadas do Sábados Feministas estão em pleno lançamento de trabalhos interessantes para a discussão: Elza Cataldo, o documentário “O silêncio de Eva”, sobre a atriz do cinema mudo Eva Nil, que rompeu com o sistema cinematográfico da época. Já Elisa Tolomelli está lançando o livro “E lá fui eu” (Literare Books) sobre sua trajetória no cinema, que inclui cerca de 40 projetos, abrangendo filmes e trabalhos audiovisuais – entre eles a produção executiva de Central do Brasil (1998), Lavoura Arcaica (2001) e Cidade de Deus (2002) . O livro ilumina também o próprio fazer cinematográfico, com toques preciosos para quem quer entender ou fazer cinema brasileiro.

O projeto Sábados Feministas é uma iniciativa da AML junto com o movimento Quem Ama Não Mata e acontecem no âmbito do “Plano Anual Academia Mineira de Letras – AML (PRONAC 248139)”, previsto na Lei Federal de Incentivo à Cultura, e tem o patrocínio do Instituto Unimed-BH – por meio do incentivo fiscal de mais de cinco mil e setecentos médicos cooperados e colaboradores. O evento tem apoio do Esquina Santê.

SOBRE AS CONVIDADAS

Elza Cataldo é diretora, produtora e roteirista. Com curso em Cinematografia pela Universidade de Nanterre e Doutora pela Sorbonne, França, foi também professora e pesquisadora pela Universidade Federal de Minas Gerais. Em 2023, Elza lançou o longa-metragem As Órfãs da Rainha, que participou de diversos festivais internacionais. No Toronto International Women’s Film Festival, o filme foi agraciado com o prêmio de Melhor Filme Histórico. Além disso, a produção foi selecionada para o Washington Jewish Film Festival 2023 e conquistou o prêmio de Melhor Narrativa no Los Angeles Independent Women Film Awards. Participou também do Festival de Cinema Judaico de São Paulo e foi selecionado para a mostra competitiva do EnergaCameraImage, na Polônia, o maior festival de cinema dedicado exclusivamente à direção de fotografia. Entre outros trabalhos de Elza, estão o filme de longa-metragem “Vinho de Rosas” (Prêmio de Melhor Diretora Estreante no Festival Internacional de Batumi – Geórgia 2006 e Prêmios de Melhor Figurino, Melhor Cenografia e Melhor Som Direto no Festival de Maringá 2006); o filme de curta-metragem “O Crime da Atriz” (Prêmio de Melhor Curta Brasileiro do Júri e do Público e Prêmio TeleImage na Mostra Internacional de São Paulo 2007 e Menção Honrosa: Comédia no Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte 2008); o documentário “A Santa Visitação” e os curtas “O Ouro Branco”, “Lunarium” e “A Má Notícia”. Coprodutora dos filmes de longa-metragem “A Luneta do Tempo”, de Alceu Valença, e “Meu Pé de Laranja Lima”, de Marcos Bernstein. Foi coordenadora do Laboratório CINEPORT de Roteiros, consultora do ISVOR/FIAT sobre o tema Storytelling, palestrante e professora da Fundação Dom Cabral sobre estruturas narrativas, consultora do Programa Bahia Criativa (Minc/Secult) para desenvolvimento de roteiro, consultora da Casa da Economia Criativa/SEBRAE para projetos audiovisuais e líder do Núcleo Criativo de roteiros da Brokolis do Brasil. Exibidora de cinema em Belo Horizonte. Dirigiu ainda o filme de longa-metragem documentário “O Levante de Bela Cruz” e está finalizando o longa-metragem de ficção “A Pedra do Sino” e o longa-metragem "Maria, a Rainha Louca", sobre a história de Dona Maria I, rainha de Portugal e do Brasil. Neste último, exerce as funções de diretora, produtora e roteirista.

Elisa Tolomelli é responsável pela produção executiva de filmes de sucesso internacional, como Central do Brasil (indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro; eleito melhor filme em Berlim), Cidade de Deus (indicado ao Oscar em 4 categorias e vencedor de 52 prêmios internacionais) e Lavoura Arcaica (multipremiado em todo o mundo), Elisa Tolomelli também acumula experiência em outras etapas da produção nas áreas de cinema e televisão, incluindo roteiro, direção e distribuição – como Diretora Comercial da RioFilme, aliás, comandou o lançamento de mais de trinta filmes, entre eles Terra Estrangeira de Walter Salles Jr. e O Menino Maluquinho de Helvécio Ratton. Há 30 anos, a cineasta fundou a EH! Filmes, onde se consolidou como uma das principais produtoras de cinema do país. Tire 5 Cartas, protagonizado por Lília Cabral, lançado em 2023, é o nono longa de sua empresa, que conta em seu portfólio com Mulheres do Brasil, Como Esquecer, Margaret Mee e a Flor da Lua, A Floresta Que Se Move, entre outros. Ao mesmo tempo, coproduz o documentário Porto Caribe, dirigido por Marco André, e o novo filme de Helvécio Ratton, Só Não Posso Dizer o Nome, ambos em finalização. Bacharel em Comunicação Social e pós-graduada em Cinema, em 2003/2004 Elisa idealizou e produziu o projeto “Oficinas Itinerantes de Cinema” - que capacitou e reciclou profissionais de cinema fora do eixo Rio-São Paulo. A partir de 2011 Elisa passou a ministrar cursos de Produção e Produção Executiva junto a instituições como Fundação Getúlio Vargas, Escola de Cinema Darcy Ribeiro, ABC Cursos de Cinema, Bucareste Ateliê de Cinema, Sesi/MG, além de plataformas digitais como Crescent e Hotmart.

INSTITUTO UNIMED-BH

O Instituto Unimed-BH completou 22 anos em 2025 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, através de projetos patrocinados em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura, que estão alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

Acesse www.institutounimedbh.com.br e saiba mais.

SERVIÇO: Dirigir, produzir cinema: as aventuras de duas mulheres intrépidas com Elza Cataldo e Elisa Tolomelli
Data: 03/07, quinta, às 19h – Portões abertos às 18h30
Local: Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia 1466 - Lourdes)
Entrada gratuita.

Foto: Marcelo Magnani

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