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 A maior mostra de cinema independente do Brasil aconteceu pela 1ª vez na capital mineira, no CCBB-BH, com público de 4 mil pessoas. No total, mais de 14 mil pessoas conferiram o evento nas quatro capitais, onde ele foi realizado: Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Em BH, foram 19 dias de evento (de 01 a 22 de junho), com mais de 200 filmes na programação, toda gratuita. Foram exibidos longas, médias e curtas-metragens, de todos os gêneros e formatos. A partir de julho, até agosto deste ano, outras 78 cidades, presentes em 25 estados, receberão pelo menos uma sessão da Mostra do Filme Livre, na ação Cineclubes Livres 2015. Cineclubes de vários lugares do País se inscreveram para receber sessões gratuitas da MFL. 

Segundo Guilherme Whitaker, criador e organizador da MFL, a edição 2015 foi a melhor de todas considerando que o público em geral e principalmente quem estuda ou gosta de cinema está muito carente de eventos que mostrem conteúdos de fato originais, que não mostrem apenas o óbvio. “Por isso, o evento teve mais de 14 mil pessoas, sem considerar o público nas sessões que serão realizadas pelos Cineclubes Livres em diversas cidades brasileiras. A produção audiovisual brasileira é tão gigantesca quanto potente e inventiva, é fundamental que este conteúdo circule e seja visto, revirando o que passa nas TVs e ou nos cinemas comerciais", reforça. 

A maratona da Mostra do Filme Livre 2015 começou em março, no CCBB-RJ, depois foi a vez de Brasília receber a edição do evento, em abril. São Paulo recebeu o evento de 29 de abril a 25 de maio e a MFL finalizou sua maratona cinematográfica no CCBB-BH, de 01 a 22 de junho. O evento tem patrocínio o Banco do Brasil através da Lei de Incentivo à Cultura.

Os destaques da MFL ficaram por conta da Cabine Livre, com TVs de LED montadas no térreo do CCBB-BH, com filmes sendo exibidos em looping; a Mostrinha Livre, com filmes para crianças de até 10 anos; as Sessões Longas Livres (os longas mais significativos na opinião da curadoria); Panoramas Livres (os curtas e médias que mais instigaram a curadoria, de onde saem a maioria dos premiados de cada edição); Mundo Livre (com filmes feitos por brasileiros no exterior); Pílulas (com filmes de até três minutos); Sexuada (com filmes de temática sexual); além das homenagens aos diretores Maurice Capovilla, com exibição de dez filmes do cineasta, e da participação de Capovilla em um debate com o público; e a homenagem ao diretor mineiro Carlos Magno Rodrigues, com a realização de um debate com o diretor e exibição de vários curtas-metragens de sua autoria.

Além de debates e uma programação diversificada de longas, médias e curtas-metragens, as edições da Mostra do Filme Livre 2015 contaram ainda com Oficinas de Vivência Audiovisual, OVA, com a produção de vídeos durante a mostra e a exibição dos filmes no último dia do evento.

Sob a curadoria de Marcelo Ikeda, Chico Serra, Guiwhi Santos, Christian Caselli, Gabriel Sanna e Ricardo Mansur, a MFL é a maior e a mais abrangente mostra de cinema brasileiro por conta da extensa variedade de produções que exibe. Em relação a 2014, neste ano o número de inscritos aumentou 40%, um recorde. Os filmes foram exibidos de acordo com suas características (sendo que, na maioria das vezes, não entraram nem entrarão no circuito comercial).

“Este ano recebemos 1460 filmes. Dos 209 selecionados, apenas 49, ou seja, 23%,utilizaram verbas públicas na produção. As demais foram feitas sem essa grana, mas com muita gana. A MFL é o único evento de cinema que admite filmes de todos os formatos, gêneros e durações, além de aceitar filmes de qualquer época. A maioria dos festivais aceita obras realizadas no máximo há dois anos”, explica Guilherme Whitaker.

Foto: Divulgação