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Paulinho da Viola chega ao Teatro Bradesco
Samba, choro, carnaval e poesia. Assim pode-se descrever a obra de Paulo César Batista de Faria ou, para todos os brasileiros e apreciadores de música no mundo, Paulinho da Viola. Nos dias 26 e 27 de agosto, sexta e sábado, às 21h, o Teatro Bradesco do Centro Cultural Minas Tênis Clube, recebe duas apresentações do príncipe do samba. Os ingressos, já podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro e no site compreingressos.com, custam R$250 (inteira).
Batizado de Paulinho da Viola por Sérgio Cabral e Zé Keti, o artista passeia pela MPB e pelo samba com destreza. Paulinho não acolheu o conselho que seu pai lhe deu aos 14 anos, e ganhou o festival da canção da TV Record de 1969 com a angustiante “Sinal Fechado”. De acordo com o livro “A era dos festivais”, de Zuza Homem de Mello, a canção apresenta a dificuldade de diálogo, o isolamento da cidade, a necessidade de fuga e reflete a amordaça da comunicação. “Para a historiadora Ângela de Castro Gomes esta é a melhor música de festival com conotação política elaborada em pleno regime militar”, diz o autor do livro.
Paulinho da Viola traçou sua história participando das bienais de samba (1968 e 1971), compondo sob encomenda para novelas (Simplesmente Maria, 1970, e Pecado Capital, 1975), e resgatando o denominado samba de morro, sem deixar a influência dos arranjos sofisticados de João Gilberto. Portelense de coração, Paulinho fez samba-enredo para a agremiação azul e branca e o mais famoso samba exaltação da escola, “Foi um rio que passou em minha vida”. Este, composto depois que o Príncipe do samba escreveu em homenagem a agremiação verde e rosa, em pareceria com Hermínio Bello de Carvalho, o samba exaltação “Sei lá, Mangueira”, para a 1º Bienal do Samba. Reza a lenda que o pessoal da Portela ficou bravo, e Paulinho escreveu a ode a Água de Oswaldo Cruz. A canção atualmente é um dos hinos do carnaval.
O ouvido de Paulinho foi se acostumando, desde pequeno, a música brasileira como o choro e o samba. Seu pai, César Faria, fez parte do conjunto de choro, Época de Ouro, e levava para ensaiar em sua casa músicos como Pixinguinha e Jacob do Bandolim. O samba é seu ritmo principal e veio do lado materno e, além do choro, Paulinho apresenta experimentações musicais que atendem seu desejo de dar vazão a um sentimento de busca por novas formas.
Paulinho da Viola é o representante do verdadeiro samba, aquele que desceu o morro, passou pela calçada de Copacabana, pegando a influência da Bossa Nova, e agora se apresenta sofisticado e considerado o ritmo que define a nação. O trabalho de Paulinho é o elo entre diversas tradições populares como o samba, o carnaval e o choro, além de suas incursões em composições para violão e peças de vanguarda. Um dos maiores representantes do samba e herdeiro do legado de Cartola, Candeia e Nelson Cavaquinho,
Paulinho tem parcerias com Marisa Monte, Arnaldo Antunes, Hermínio Bello de Carvalho, Elton Medeiros, Casquinha, Candeia, e mostra que está sempre se renovando e produzindo sem abandonar seus princípios e valores estéticos.
Foto: Divulgação/Teatro Bradesco
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