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Plataforma Beijo apresenta o espetáculo de rua “Fazer Festa com o Perigo” em Belo Horizonte

Peça inspirada na vida da travesti cearense Cintura Fina, cidadã honorária de BH, faz temporada até o dia 15 de junho na capital

Partindo da trajetória de resistência e coragem de Cintura Fina, figura emblemática da cultura LGBTQIAPN+ em Belo Horizonte, o espetáculo “Fazer Festa com o Perigo” marca uma década de atividades da Plataforma Beijo. A montagem, dirigida por Amora Tito, tem temporada até 15 de junho, com sessões gratuitas. Dias 12 e 13 de junho às 16h no Campo da Vila Dias, no bairro Santa Tereza, e dias 14 e 15 na Praça do IAPI, com sessões às 11h e 16h no sábado e às 16h no domingo.

Com uma dramaturgia assinada por Altemar Di Monteiro, a peça resgata a história de Cintura Fina, transcendendo o mito para apresentar uma narrativa que une realidade e fabulação. O espetáculo transforma o espaço urbano em palco e provoca reflexões sobre memória, resistência e os direitos de narrar as próprias histórias. Em um dos “giros” da peça, nome como são chamados os atos da dramaturgia, um grupo de pessoas quer fazer um desfile de samba sobre Cintura Fina, abrindo a disputa para quem vai ganhar como o melhor samba enredo do carnaval ou mesmo como a melhor fantasia.

O elenco de “Fazer Festa com o Perigo” é formado por artistas de diferentes trajetórias e linguagens, trazendo uma multiplicidade de vozes e corpos para a cena. Composto por Bramma Bremmer, Cláudio Dias, Eli Nunes, Igui Leal, Nickary Aycker e Will Soares, o grupo apresenta uma interpretação vibrante e coletiva, que transita entre teatro, música e performance de rua, dando vida a uma encenação que celebra a diversidade.

O espetáculo também se destaca pelas músicas autorais inéditas, compostas por Bramma Bremmer e interpretadas ao vivo pelas atrizes e atores em cena. As canções, que transitam entre o samba e as marchinhas de carnaval, dialogam diretamente com a dramaturgia e intensificam a conexão com o público, criando uma atmosfera que mistura celebração, memória e resistência. A trilha sonora é parte essencial da narrativa, transformando cada apresentação em uma experiência única e pulsante.

Sob o sol quente das ruas, o sagrado e o segredo das esquinas, Cintura Fina ressurge como faísca viva, uma presença que atravessa tempos e espaços. Mais que mito, ela é eco e enigma, um jogo de sombra e luz que desfia as décadas e desafia as fantasias. Ao som do samba que pulsa nas veias da cidade, sua vida reverbera nas memórias de nossos corpos, trançando o tangível com o sagrado, o especulativo com a fabulação. Guiada pelos orixás, Cintura desafia a linearidade da história, adentra a mata cerrada de nossa memória coletiva e convoca espíritos esquecidos a sonhar o impossível.

SINOPSE

A Lagoinha não será a mesma. Aqui, o perigo se apresenta não apenas como ameaça, mas como convite: a festa é resistência, e a navalha, cura. Neste espetáculo de teatro de rua, o público é convidado a escutar a voz das calçadas, a sentir o grito do asfalto e a questionar: quem tem o direito de narrar? Entre navalhas, pipocas e o axé de suas ancestrais, Cintura Fina se torna transviação, resistência e poesia encarnada. Ela dança para as deusas e para todas aquelas que a cidade tentou silenciar.

FICHA TÉCNICA  
Direção: Amora Tito
Dramaturgia: Altemar Di Monteiro
Elenco: Bramma Bremmer, Cláudio Dias, Eli Nunes, Igui Leal, Nickary Aycker e Will Soares
Direção de movimento: Nadja Kai Kai
Direção musical: Lira Ribas
Preparação vocal: Michele Bernardino
Composição das canções: Bramma Bremmer 
Cenografia e figurino: Anderson Ferreira
Assistentes de cenografia e figurino: Karin Nolasco e Pedro Trad
Costureiras: Célia Maria e Júlia Alves
Coordenação de produção: Yunni Anumaréh, Vi Cunha, Simone Abreu, Bramma Bremmer e Will Soares 
Operação técnica: Tchely Baquara
Pesquisa histórica: Luiz Morando
Vivência de capoeira: Tchely Baquara
Vivência de auto-cuidado ancestral (MANDINGUÊ): Sayô de Oyá
Design gráfico: André Victor
Fotografia e Vídeo: Jeff Ahzul e Vi Cunha
Redes Sociais: Vi Cunha e Bramma Bremmer
Apoio: IEDS, Campinho Popular Vila Dias (Campo Santa Tereza), Casa Circo Gamarra, Vina Jaguatirica e Ravi Ferraz (Ravi Razbisco)
Gestão executiva: Bramma Bremmer, Igui Leal e Will Soares
Realização: Plataforma Beijo

SOBRE A PLATAFORMA BEIJO

Criada em 2014, a Plataforma Beijo é um coletivo artístico que atua na interseção entre arte e ativismo, com foco em narrativas LGBTQIA+. Ao longo de uma década, a iniciativa realizou espetáculos, intervenções e projetos culturais que desafiam preconceitos e celebram a diversidade.  Com “Fazer Festa com o Perigo”, a Plataforma Beijo homenageia sua trajetória e reforça o compromisso com uma arte que pulsa nas ruas, conectando pessoas e histórias em um encontro de afeto e resistência.  

SOBRE AMORA TITO

Amora Tito é atriz, dramaturga e diretora formada pelo CEFART (Centro de Formação Artística e Tecnológica - Palácio das Artes) em 2014 e pela Escola de Belas Artes (UFMG). Pesquisadora da dramaturgia contemporânea, foi residente em arte cênicas na Fundação Clóvis Salgado e no BDMG Cultural, e é também integrante e co-fundadora da Breve Cia (BH). Também é arte-educadora e compõe as equipes pedagógicas da Breve Cursos Livres e da Arte da Saúde de Venda Nova.

SERVIÇO  
Dias 11, 12 e 13/06 às 16h no Campo do Santa Tereza - Vila Dias.
Dia 14/06 às 11h e 16h na Praça Professor Corrêa Neto - IAPI/Lagoinha.
Dia 15/06 às 16h na Praça Professor Corrêa Neto - IAPI/Lagoinha.
- Entrada: Gratuita. Espetáculo de rua, é só chegar!

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Foto: Jeff Ahzul

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