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Feira do vinil relembra o glam rock à brasileira do Secos e Molhados
Quando eles surgiram causou um reboliço no cenário da música brasileira com o primeiro disco lançado em 1973. O trio formado por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gérson Conrad foi a maior formação de sucesso dos Secos e Molhados, banda emblemática do rock nacional que é a homenageada da vez na 54ª edição da Feira do Vinil e CDs Independentes, que a Discoteca Pública realiza com entrada franca no dia 14/06 (sábado), na Galeria Inconfidentes, a partir das 10 horas.
Ainda na primeira metade da década de 1970, os secos e molhados com essa formação tornou-se uma banda emblemática do rock nacional e também da MPB. Misturando sonoridades do rock progressivo e música popular, elementos do glam rock, folclore português e poesia somados às performances peculiares com Ney Matogrosso como front man com maquiagens e figurinos extravagantes, o Secos e Molhados foi um grupo arrebatador de público, que bateu todos os recordes de venda com o lançamento do primeiro álbum, atingindo em pouco tempo a marca de mais de um milhão de discos vendidos. Além disso, em 1974 a banda obteve um feito à época jamais alcançado por artistas nacionais ao lotar o Maracanãzinho em um concerto para mais de 30 mil pessoas, sendo que mais de 90 mil espectadores ficaram do lado de fora.
Com atividade com diversos hiatos de interrupção, o grupo teve atividade de 1971, quando criado por João Ricardo ainda sem a companhia dos outros dois integrantes de dariam a cara do sucesso do Secos e Molhados, até início dos anos 2000. A formação mais conhecida do grupo durou o biênio de 1973-1974, com o lançamento de dois álbuns, sendo que em 1975 todos partiram para carreira solo. Dos três integrantes, Ney Matogrosso é o artista mais bem sucedido na carreira independente. No final da década de 1970 e depois em momentos oportunos, João Ricardo, detentor dos direitos da marca do grupo após batalhas jurídicas, tentou retomar o Secos e Molhados com outra formação, sem o mesmo sucesso.
Paixão crescente pelas bolachas
Com o boom da música digital e o aumento cada vez mais crescente de downloads de mp3 e até venda de faixas em canais como o iTunes, ninguém imaginaria que o “tiozão” das paradas de sucesso conquistaria tanto espaço com novos adeptos. A Feira se consolidou como um ponto de encontro para quem curte música de verdade. O público tem crescido, especialmente do público feminino, sem distinção de idades. Atualmente, quem freqüenta o evento pode se deparar músicos, DJs, pesquisadores e curiosos, todos procurando por um bom e velho vinil. Entre expositores locais, de Rio e São Paulo, o freqüentador pode comprar, vender e trocar discos, de formatos diferentes que vão desde os compactos de sete polegadas até “long players” de dez e 12 polegadas. Em destaques discos raros, relançamentos e álbuns de artistas contemporâneos lançados em vinil – a exemplo de Tulipa Ruiz, Curumin, Bnegão, Criolo, entre outros. O frequentador também pode encontrar uma grande variedade de CDs de artistas independentes de todo país, com preços a partir de R$ 10,00, além de equipamentos como vitrolas e toca-discos.
A Feira do Vinil e CDs Independentes é realizada por meio de benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e já se consolidou na capital mineira como ponto de encontro de pesquisadores, expositores, colecionadores, músicos, DJs e curiosos apaixonados por música.
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A Discoteca Pública
Idealizada pelo colecionador e pesquisador musical Edu Pampani, paulistano radicado em Belo Horizonte há mais de uma década, o espaço foi inaugurado a partir de sua coleção pessoal de vinis. Atualmente, funciona no tradicional bairro Floresta, na capital mineira, à Rua Itaúna, nº 192, com funcionamento para visitas de segunda à sexta-feira, das 10 às 19 horas, com entrada franca.
O lugar preserva mais de 60 anos de história da música popular brasileira gravada nos discos de vinil ao abrigar um acervo de mais de 15 mil discos, entre LPs de 10 e 12 polegadas e compactos de sete polegadas, lançados a partir da segunda metade do século XX por inúmeros selos e gravadoras, nacionais e estrangeiros. Atualmente, todo o acervo está em processo de catalogação na página da entidade – www.discotecapublica.com.br – e quase 30% dele já está disponível para consulta, com capas, rótulos e fichas técnicas com diversas informações no site. “Podemos hoje afirmar que a Discoteca Pública é um lugar raro e único hoje no Brasil para quem quer ir e escutar exclusivamente música brasileira“, afirma Edu Pampani, coordenador do espaço.
Além da Feira do Vinil e CDs Independentes, a Discoteca é responsável também pelo projeto A Música Que Vem de Minas, que consiste em levar a produção musical independente de Minas Gerais a diversos lugares com a comercialização e distribuição de discos dos artistas em festivais, feiras e demais eventos por todo o Brasil.
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