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Asco 2024: novas estratégias para controle das ondas de calor em homens com câncer de próstata em bloqueio hormonal

A terapia reduziu a frequência e a intensidade das ondas de calor em homens com a doença

O bloqueio hormonal, ou terapia de privação androgênica, é uma estratégia essencial no tratamento do câncer de próstata, especialmente em estágios avançados. Durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), em Chicago (EUA), foram apresentados trabalhos sobre o tema, buscando melhorar os sintomas de homens com câncer de próstata que estão em terapia hormonal e apresentam sintomas de ondas de calor. 

De acordo com Denis Jardim, líder nacional da especialidade de tumores urológicos da Oncoclínicas, em linhas gerais, o mecanismo de ação do bloqueio hormonal é baseado na redução dos níveis de testosterona, um andrógeno produzido principalmente nos testículos. A testosterona se liga aos receptores nas células cancerígenas da próstata, estimulando seu crescimento. Contudo, um dos principais sintomas decorrentes do tratamento e que afetam a qualidade de vida desses pacientes é o fogacho, uma sensação súbita de ondas de calor pelo corpo.

“Nas práticas clínicas atuais, não há muitas medidas eficazes para tratar ou minimizar esses sintomas. No entanto, no congresso, foram apresentados alguns estudos sobre o tratamento dos fogachos em homens submetidos ao bloqueio hormonal”, relata o oncologista.

Segundo ele, um estudo com uso da medicação oxibutinina, comumente indicado para o tratamento de incontinência urinária e para aliviar sintomas associados a dificuldades para urinar, foi capaz de reduzir em 70% a incidência de fogachos. “Homens com desenvolvimento de ondas de calor, com uma média de dez episódios por dia, foram divididos em dois grupos: parte fez uso de placebo e a outra parcela recebeu a medicação. A abordagem se comprovou eficaz em reduzir a frequência e a intensidade do problema de 10 episódios diários para três”, afirma. 

Denis Jardim reforça que, a partir desse trabalho, a recomendação de uso oxibutinina -  disponível e de fácil acesso em diversos países, inclusive no Brasil - para pacientes em tratamento do câncer de próstata que apresentem fogachos  pode passar a ser implementada, trazendo benefícios efetivos à qualidade de vida.

Outras duas sessões orais discutiram trabalhos que utilizaram a chamada terapia comportamental. “Essa abordagem inclui orientação e suporte, tanto presencial quanto à distância, com medidas para ajudar o homem a praticar técnicas de relaxamento e compreender melhor a condição”, diz. Embora essa modalidade de conduta tenha conseguido reduzir a ocorrência de fogachos de maneira temporária, ela não se mostrou eficaz a longo prazo. “Ainda assim, as perspectivas de redução da incidência desse sintoma que provoca desconforto entre os pacientes, ainda que temporariamente, favorece o bem estar desses homens e, por isso, devem ser encaradas como positivas”, frisa Denis Jardim.

Oncoclínicas na ASCO 2024 

Assim como em outros anos, a Oncoclínicas&Co, um dos maiores grupos especializados no tratamento do câncer da América Latina, é destaque na ASCO 2024 com 37 participações. A presença brasileira conta com apresentação oral e em pôsteres, e também em sessões como painelistas e debatedores.

“A pesquisa clínica e a educação são instrumentos essenciais para tornar a saúde acessível a todos, independentemente dos limites territoriais. A Oncoclínicas vem avançando a passos largos para, de fato, contribuir nessa equação. Nesta edição da ASCO, contaremos com uma delegação de mais de 100 especialistas, que compartilharão conhecimento com a comunidade oncológica mundial na busca pelas melhores alternativas de cuidado para vencer o câncer”, afirma Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas&Co.

Além disso, pela primeira vez a companhia contará com um stand na área de expositores do evento, um espaço dedicado a compartilhar avanços científicos e promover a interação direta com principais tomadores de decisão e influenciadores do setor. “O fortalecimento da nossa presença na ASCO 2024 é mais um passo que possibilita a formação de parcerias que podem acelerar o desenvolvimento e a implementação de novas frentes de combate à doença, beneficiando amplamente os nossos pacientes”, finaliza.

Foto: Divulgação

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