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Tropykaos, de Daniel Lisboa, e Proxy Reverso, de Guilherme Peters e Roberto Winter, são destaques da sessão Longas Livres na MFL neste fim de semana
Nos dias 04 e 05 de junho, a 15ª Mostra do Filme Livre exibirá, no CCBB Belo Horizonte, filmes da sessão Longas Livres, composta pelas produções que mais instigaram a curadoria da MFL por levarem o cinema inventivo a alguns passos além do habitual. Entre os longas, destaque para Tropykaos, de Daniel Lisboa, e Proxy Reverso, de Guilherme Peters e Roberto Winter, que serão exibidos, respectivamente, nos dias 04 de junho, sábado, às 17h, e no domingo, 05/06, às 19h.
Ganhador do Troféu Barroco de melhor longa na Mostra Transições na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Tropykaos (BA), de Daniel Lisboa, conta a história de um jovem adulto sofrendo com o calor excessivo em Salvador e dialoga com o caos das grandes cidades. Guima, um jovem poeta, tenta interagir com a cidade, fazer parte dela, mas parece não ter corpo para isso. É o verão mais caloroso dos últimos 50 anos e os raios “ultraviolentos” estão por toda parte. O sol é a metáfora maior de um sistema violento que adormece e agride a todos. A sociedade, a família, amigos e amores se deformam com o calor. Guima parece despertado, parece o primeiro a sentir os maléficos da exposição a “ultraviolência solar”. Na beira do que pode ser o último dos carnavais, Guima enfrenta a cidade e a si mesmo buscando a iluminação no trópico caótico.
Tropykaos, primeiro longa metragem do diretor baiano Daniel Lisboa, autor dos pole?micos e premiados O Fim do Homem Cordial e O Sarco?fago, com produc?a?o executiva de Tenille Bezerra, teve seu lanc?amento mundial na 39a Mostra Internacional de SP. Em seguida participou da selec?a?o oficial de festivais como Panorama Internacional Coisa de Cinema - BA, Janela Internacional de cinema do Recife, Semana dos Realizadores - RJ, Mostra de Cinema de Tiradentes. Nesse u?ltimo foi eleito como melhor filme na Mostra Transic?o?es recebendo o trofe?u Barroco. O filme conta a histo?ria de Guima, um jovem poeta em crise, vivido pelo ator baiano Gabriel Pardal. No filme, Guima, luta para se No filme, Guima, luta para se defender do que ele chama de “ultra viole?ncia solar”. E? um filme sobre a desesperanc?a, sobre o desassossego, sobre uma cidade onde na?o se pode mais viver. Na equipe te?cnica nomes como Pedro Urano na fotografia, Eva Randolph na montagem e Lui?s Parras na direc?a?o de arte. Vale destacar a participac?a?o especial no elenco de Fabricio Boliveira, Edgard Navarro e Bertrand Duarte. A trilha sonora e? composta por Lucas Santtana e Gilberto Monte.
Um “Proxy Reverso” é um servidor de rede geralmente instalado para ficar na frente de um servidor Web, repassa o tráfego recebido para um conjunto de servidores, tornando-o a única interface às requisições externas. O termo “internetesco”, complicado para os apenas usuários virtuais, integra comumente o universo dos hackers de plantão. E é exatamente esse meio conhecido e natural que os diretores Guilherme Peters (formado em Artes Plásticas) e Roberto Winter (Bacharel em Física) trouxeram ao longa-metragem de título homônimo vencedor do Troféu Especial do Júri na VII Semana dos Realizadores 2015.
No filme, Davi Reis é um jovem técnico em informática que, após perder seu emprego, acaba se envolvendo com seu amigo Luís pires num arriscado plano. Luís, um jornalista independente, narcisista e obcecado pela fama, quer usar as habilidades de hacker de Davi para vazar dados confidenciais que comprovariam uma fraude nas pesquisas de intenção de voto das eleições presidenciais de 2014.
A narrativa, subjetiva, dividida em onze cenas não linear em planos-sequência, que se apresenta tendo o único cenário (a internet - “inteiramente trabalhado no computador”), “fica em segundo plano”, e busca a estrutura de “mockumentary" (um falso documentário) a fim de aproximar os limites da realidade e ficção, utilizando-se de dados factuais com algumas manipulações. É um “dogma Mac” à moda “Mr. Robot".
Proxy Reverso retrata uma crítica a essa “correria" sem sentido de uma contemporaneidade que vive conectada vinte e quatro horas por dia, mas que se informa superficialmente sobre os temas, reverberando opiniões curiosas (apenas do que interessa), limitadas, definitivas e unilaterais em segundos; e também analisar o comportamento “estudado" destes recém-chegados indivíduos. Nada é deixado de lado. O que existir na internet é encontrado. Vídeos pornôs (destaque ao do Talibã), de protestos e de tragédias (como o 11 de setembro); Google Maps; Catho; Dropbox; Mortal Kombat; Photoshop; Perfis falsos; pesquisas aleatórias para "despistar" etc. Proxy Reverso causa aflição, devido a quantidade de janelas abertas em uma mesma tela, gerando o caos visual, parecido com o canal de notícias BloomBerg. Concluindo, o longa é definitivamente uma experiência única.
Foto: Divulgação
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