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Fundação Clóvis Salgado apresenta Primeira Campainha em 2ª Temporada de "Isso é Para Dor"
A Fundação Clóvis Salgado (FCS) dá continuidade à temporada de apresentações dos espetáculos vencedores do Prêmio Fundação Clóvis Salgado de Estímulo às Artes Cênicas de 2013. Vencedor na categoria Montagem – Teatro, Isso é Para Dor, da Primeira Campainha, estreou em Março deste ano e cumpriu o primeiro mês de apresentação com todas as sessões lotadas. Logo após sua estreia, participou do FIT-2014 como um dos maiores destaques entre os espetáculos locais.
O Prêmio Estímulo integra a política de fomento às artes cênicas da Fundação Clóvis Salgado. Entre seus objetivos está o de incentivar a criação, a montagem e a circulação de espetáculos de teatro e dança. Desde que foi criado, importantes textos foram contemplados pelo Prêmio, com espetáculos que obtiveram sucesso de público e crítica como A Bolsa Amarela, da Zero Cia de Bonecos; Todas as belezas do mundo, da Companhia Clara; e Amores surdos, do Grupo Espanca!, entre outros. Em 2014, com prêmios que variaram entre R$ 30 mil e R$ 70 mil, o edital contemplou quatro projetos inéditos de Belo Horizonte, nas categorias Montagem - Teatro e Montagem - Dança, e um do interior de Minas, na categoria Circulação, já encenado anteriormente.
Segundo Fernanda Machado, presidente da FCS, o fomento às artes é uma diretriz primordial de atuação da Fundação e é sua função criar instrumentos públicos e democráticos que permitam aos artistas criar, produzir e exibir suas obras. “O Palácio das Artes recebe, desta forma, esses artistas e o público para a imersão em novas criações e experimentações do fazer artístico”.
Encontros, deboche e absurdo – Companheiros de ofício e geração, Byron O’ Neill e as atrizes da Primeira Campainha apresentam ao público sua primeira parceria, o espetáculo Isso é Para Dor. Se o coletivo e o diretor apresentam inúmeras semelhanças e proximidade de perspectivas sobre a arte e o fazer artístico, são também suas diferenças que tornaram o encontro rico, original e potente.
Após dois espetáculos de direção e dramaturgia coletivas, pela primeira vez em sua trajetória a Primeira Campainha teve um olhar externo orientando um processo. A aproximação com Byron ocorreu de maneira extremamente natural: o diretor e dramaturgo, que tem a origem de seu trabalho no cinema, se destaca cada vez mais no teatro. Após mútuas colaborações entre ele e a companhia, com a admiração declarada entre ambos, uma parceria se mostrou perfeita, tanto para dar continuidade à pesquisa que vinham desenvolvendo, como para renová-la.
A Primeira Campainha tem seus trabalhos marcados pela auto-ironia, linguagem ágil e pelo deboche. Já Byron tem conquistado reconhecimento através de uma produção que, mesmo contemporânea, mantém forte diálogo com o absurdo de Beckett e Eugene Ionesco.
Tédio e melancolia – Segundo Marina Arthuzzi, uma das fundadoras da Primeira Campainha, o espetáculo é ambientado em um local indefinido, mas secreto, e mostra mulheres entre a tensão da catástrofe e o tédio da desesperança. No limite da agonia de uma espera melancólica, Benjamim, Shyrley e Vonda ensaiam sobre seu próprio estar em um mundo que desmorona.
“Parte do processo da montagem foi realizado em Amsterdã: “O Diário de Anne Frank” foi uma forte referência conceitual. A história da menina judia, que viveu o final de sua vida escondida dos nazistas, em um pequeno esconderijo numa casa da cidade (hoje transformada em museu), se configura como um fio condutor no texto. Outras referências foram trazidas à cena, lidas, relidas e subvertidas: King Kong no alto do Empire State Buildng, o discurso final de Charles Chaplin em “O Grande Ditador”, a morte da mãe de Bambi e o desfecho trágico de “O Lago dos Cisnes” foram utilizados para abordar a complexidade e os conflitos humanos”, conta Marina.
Para a atriz, o resultado do encontro de Byron com a Primeira Campainha é um teatro de densidade e sátira, do pop e do absurdo, atemporal e contemporâneo.
COLETIVO INDEPENDENTE DAS ALTEROSAS – Em cerca de três anos de existência oficial, a Primeira Campainha realizou, por meio de produção e financiamentos colaborativos, dois espetáculos, duas cenas curtas, a organização do Prêmio Banana Rosa, uma Festa Junina e uma publicação online: o e-zine O Mimeógrafo. Em sua terceira montagem, a Primeira Campainha convida Byron O’Neill para assinar direção e dramaturgia, dando início a um processo de criação completamente novo para o grupo, que sempre trabalhou de forma colaborativa em seus processos de criação.
SOBRE BYRON O’NEILL
Graduado em Artes Cênicas pela UFMG, Byron O’Neill estudou Fotografia e Cinema na Escuela Internacional de Cine Y Televisión de San Antonio de Los Baños, em Cuba. É um dos idealizadores do Festival Estudantil de Teatro de Belo Horizonte (FETO) juntamente com Bárbara Bof (1999). Estreou como diretor e roteirista no ano de 2003 com o trabalho “curta-metragem metalingüístico de baixo orçamento ou aceita mais café?” que recebeu mais de 20 prêmios em diversos festivais. Realizou a direção de fotografia e preparação de elenco do longa-metragem “Família”, com direção de Guilherme Reis. Byron estreou como diretor e dramaturgo na cena curta “5 Cabeças à espera de um trem”, em 2009, no X Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto. Em 2011, dirigiu e fez a dramaturgia da cena curta Pretensão, também no Festival de Cenas Curtas, mesmo ano em que estreou seu primeiro espetáculo de longa duração, Cachorros Não Sabem Blefar, com a Cia 5 Cabeças, da qual é integrante, como dramaturgo e diretor.
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