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Mostra do Filme Livre, que começa hoje em BH, traz 16 filmes mineiros na programação

Maior mostra de cinema independente do Brasil acontece (de forma integral) pela 1ª vez na capital mineira, no CCBB-BH. Abertura é nesta segunda-feira (01.06), às 19 horas, com premiação do diretor mineiro André Novais com o Trófeu Livre.

 

Belo Horizonte recebe, pela primeira vez, de 01 a 22 de junho, no CCBB-BH, a programação integral da Mostra do Filme Livre, mostra de cinema independente com mais de 200 filmes entre longas, médias e curtas metragens – com todas as sessões gratuitas. A abertura acontece nesta segunda-feira, às 19 horas, e traz o longa-metragem “O Tempo não existe no lugar em que estamos”, do cineasta paraibano (e radicado em BH) Dellani Lima, além da premiação do diretor mineiro André Novais com o Trófeu Livre. Novais é um dos 10 diretores (e único mineiro) agraciados com o troféu da Mostra do Filme livre, pelo seu trabalho “Ela Volta na Quinta”, que também será exibido durante a MFL. Mais de 10 mil pessoas já conferiram a programação da Mostra nas três capitais pelas quais passou desde abril deste ano: Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. A programação, que traz mais de 200 filmes, pode ser conferida em www.mostralivre.com.

 

Sessão de abertura - O paraibano (quase mineiro) Dellani Lima abre a MFL com seu mais recente filme “O Tempo não existe no lugar em que estamos”, que conquistou o Prêmio Júri Jovem (Mostra Transições) na 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O longa de Dellani traz no elenco André Gatti, Ana Paula Condé, Julieta Dobbin, Rodrigo Lacerda Jr, Rodolfo Andrade e Carmélia Viana. O filme conta a história de Aldo, ex-repórter fotográfico, que é demitido da universidade onde leciona bem perto de se aposentar. Sem perspectivas de emprego, decide vender seus antigos instrumentos de trabalho, além de outros objetos de seu escritório e queimar parte de seu acervo de fotos. A partir daí, uma série de acontecimentos imprevisíveis mudam sua vida. Um filme sobre o tempo e suas memórias.

 

Mineiro recebe o Trófeu Livre – O mineiro André Novais recebe hoje, durante a sessão de abertura da Mostra do Filme Livre, o Trófeu Livre, pelo longa-metragem“Ela Volta na Quinta”, que será exibido na programação da mostra cinematográfica. Novais acaba de retornar da França, onde exibiu seu mais recente trabalho, o curta-metragem “Quintal”, selecionado para a “Quinzena dos Realizadores”, mostra paralela ao Festival de Cinema de Cannes. O mineiro de Contagem está na lista dos 10 diretores agraciados com o Troféu Livre. Esses premiados foram selecionados entre os mais de 260 filmes que estão na programação da MFL. “São filmes que se destacaram muito entre os selecionados da mostra, filmes que de acordo com a curadoria da mostra se sobressaíram”, reforça Guilherme Whitaker, coordenador geral do evento.

 

Vencedor dos prêmios de melhor ator e atriz coadjuvante no Festival de Brasília de 2014, o filme “Ela Volta na Quinta” terá exibição única no dia 11 de junho, às 20 horas, no Teatro II. Primeiro longa de André Novais, a película conta a história de um casal de idosos da periferia de Contagem que atravessa uma crise conjugal que interfere na vida dos filhos.

 

De acordo com o curador da Mostra do Filme Livre Marcelo Ikeda, “o longa de André Novais reatualiza os temas da intimidade e do caseiro no cinema, encenando, ainda que sob uma escritura ficcional, um modo de vida comum de seus amigos e de sua família”. Segundo Ikeda, o popular para André Novais é o que vem da vida simples da classe média. “Seus personagens moram na periferia, de cor negra, mas o filme nunca os vê pelo ponto de vista dos excluídos ou dos marginalizados. É um popular que dialoga com o cinema de Carlos Reichencach, ou ainda de Yasujiro Ozu”, ressalta.

 

Retrospectiva do mineiro Carlos Magno – Outro destaque de Minas Gerais na Mostra do Filme Livre é a retrospectiva do diretor Carlos Magno Rodrigues, no dia 17 de junho, às 18h30, no Teatro II. A sessão é seguida por um debate sobre a carreira do diretor com mediação de Gabriel Sanna, um dos curadores da Mostra.

 

Formado em Artes Visuais pela UFMG, Carlos Magno chama a atenção pela forma autoral e o tom quase confidencial de seus primeiros vídeos. Nos anos 2000, com a proliferação de festivais e mostras, seu trabalho cavou um espaço importante na cena e hoje, após 20 anos e diversos prêmios e homenagens, é tido como um dos alicerces do cinema de autor no Brasil, especialmente quando se pensa em curta-metragem.

 

Durante a MFL, o público confere os seguintes curtas de Carlos Magno: “Andrômeda – a menina que fumava sabão” (2009, 15 min); “1976 – Lugar sagrado” (2010, 6 min); “Alexandre Illich” (2008, 12 min); “Sebastião, o homem que bebia querosene” (2007, 10 min); “IGRREV – Igreja Revolucionária dos Corações Amargurados” (2007, 15 min); “Antes de tudo” (2004, 5 min); “Imprescindíveis” (2003, 5 min); “Coração Rebelde” (1999, 2 min); “O Corte de cabelo do diabo” (1998, 5 min); “Para quem enxerga e não entende bem as palavras” (1997, 5 min); e “Michelangelo Antonioni” (1995, 3 min).

 

“Andrômeda – A Menina Que Fumava Sabão” trata de idealismos eurocentristas e judaico-cristão. Uma junção de textos da autoria do próprio autor Carlosmagno Rodrigues e seus colaboradores Gisele Werneck, Lindberg Fernandes além de citações de Isidore Lucien Ducasse (Fragmentos de "Les Chants de Maldoror") e concluído com citações bíblicas. Seus personagens apenas posam para a composição iconográfica, uma espécie de "santa ceia", do idealismo modernista a seu extremo "fascista" à tradição de composição cristã e renascentista. Na trilha sonora, músicas de Kurt Keill, colaborador de Bertotl Brecht, como “Kanonen Song” e “The Ballad of the Solider’s Wife”.

 

De acordo com Gabriel Sanna, um dos curadores da Mostra do Filme Livre, “avesso a tendências e modismos, Carlos Magno segue produzindo anti-industrialmente filmes que daqui pra frente, dificilmente, serão encarados em sua singularidade, mas dentro do contexto esquizofrenético do work in progress em que se meteram, que se meterão. Aos holofotes há muito apedrejados, resta o sonho de um dia sem pedras, construir um caminho de volta ao conforto de nossa sanidade imaginária”.

 

Filmes mineiros na programação - Durante a MFL serão exibidos ainda outros 14 filmes (longas, médias e curtas-metragens) produzidos em Minas Gerais: Os longas “A Mulher que amou o vento”, de Ana Moravi (67 min); “Ruídos Mudos”, de Haendel Melo (23 min); “Tigre”, de João Borges (15 min);  “O Bagre africano de Ataléia”, de Aline X e Gustavo Jardim; e os curtas “Os cantos da terra livre”, de Gabriel Bilig (27 min); “Brisa secreta das alturas”, de Fábio Carvalho (14 min); “Vila-Aeroporto”, de Danilo Vilaça (10 min); “Tormenta”, de Fernanda Salgado e Fernando Mendes (14 min); “A Varinha Mágica”, de Ramon Faria (5 min); “Atemporal”, de Sara Não Tem Nome (1 min); “Texto Simples”, de Francisco Franco e Josimar Freira (3 min); “Sandra Espera”, de Leonardo Amaral (20 min); “A mudança”, de Erick Ricco (25 min); e “Guignard Imaginário”, de Isabel Lacerda (26 min).

 

Os filmes “Sandra Espera”, “A Mudança” e “Guignard Imaginário” integram a sessão Extra Belo Horizonte e serão exibidos no dia 6 de junho, às 15h, no Teatro II.

 

Foto: Divulgação 

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