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Em mais uma ação que tem a cultura popular e a descentralização de suas ações como foco, a Fundação Municipal de Cultura lança o edital Descentra Cultura. A ideia é democratizar o acesso aos recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, destinados a projetos artísticos e culturais, ampliando a participação de artistas e agentes culturais de todas as partes da cidade. A assinatura do edital, que terá investimento inicial de R$ 1 milhão, provenientes do Fundo Municipal de Cultura, foi realizada agora pela manhã na sede da PBH, pelo prefeito Marcio Lacerda, o presidente da FMC, Leônidas Oliveira, e convidados, como o compositor Mestre Conga.

O edital irá financiar 50 projetos de até R$ 20 mil. A execução desses projetos e de suas respetivas contrapartidas deverão ser realizadas nos próprios Centros Culturais ou no seu entorno para que a comunidade desses locais também consiga usufruir da iniciativa. Ao contrário de outras esferas públicas, a Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte não exige contrapartida financeira das empresas apoiadoras ou dos artistas contemplados. A contrapartida exigida pela LMIC é que o autor do projeto financiado ofereça uma oficina ou uma apresentação artística num dos espaços culturais da FMC. “Esta é mais uma ação da Prefeitura de Belo Horizonte em prol da descentralização da cultura, mais uma excelente notícia para a cidade”, ressalta o prefeito Marcio Lacerda. Já Mestre Conga se mostrou bastante entusiasmado com a novidade: “estamos caminhando para a independência dos artistas que fazem cultura popular em Belo Horizonte. Parece um sonho o que está acontecendo com a cultura em Belo Horizonte”, destacou.

O Descentra é resultado de um trabalho em conjunto realizado pelo Conselho Municipal de Cultura, Comissão Municipal de Incentivo à Cultura e a Fundação no sentido de descentralizar os recursos atendendo a projetos que, normalmente, não são beneficiados pelas leis de incentivo existentes hoje. “É a democratização do fundo de projetos culturais da Fundação rumo a um maior equilíbrio no apoio a diversidade cultural de Belo Horizonte”, disse Leônidas Oliveira.

Segundo o Chefe do Departamento de Fomento e Incentivo à Cultura, Murilo Junio, o edital permitirá que as propostas para projetos sejam enviadas pela internet, numa tentativa de desburocratizar o processo. “Um artista de Venda Nova não precisará ir até a Fundação e protocolar a proposta, poderá mandá-la por e-mail”, afirma ele. Outra novidade é um curso de 12 horas que será oferecido para os selecionados com o objetivo de ajudá-los a gerir o recurso aprovado. “Assim os empreendedores aprovados poderão executar os projetos culturais com mais qualidade”, esclarece.

Cultura popular

A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, está empenhada em valorizar a cultura popular e o que dela provém. Além do lançamento do edital Descentra Cultura, outras ações caminham nesse  mesmo sentido, como a publicação do Prêmio Mestres da Cultura Popular, que premiará, com dinheiro, pessoas consideradas patrimônios vivos, que reconhecidamente marcaram seus nomes na história da cidade. Outra ação é a abertura, ainda este ano, do Centro de Referência da Cultura Popular na cidade, que será construído onde hoje funciona o Centro Cultural Lagoa do Nado. Diálogos e intermediações com diversos grupos da cultura popular têm sido frequentes na Fundação Municipal de Cultura, que até criou um setor interno para essas demandas no ano passado.