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Mariana Baltar e Cláudio Nucci são as próximas atrações do projeto A Paixão Segundo Catulo - CCBB-BH

Mariana Baltar e Cláudio Nucci serão as próximas atrações da série de shows em homenagem a Catulo da Paixão Cearense. O projeto, com direção musical do saxofonista, flautista, compositor e arranjador Mário Sève, tem a proposta de resgatar a essência da seresta com intérpretes da Música Brasileira Contemporânea.


Em 2016 o Brasil celebra os 150 anos de nascimento de Catulo da Paixão Cearense (1863-1946), um dos mais importantes letristas da história da música brasileira, autor de sucessos como Luar do Sertão, Flor Amorosa, Ontem Ao Luar, Por Um Beijo, Rasga o Coração, Talento e Formosura, além de amigo (e parceiro) de nomes como Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Irineu de Almeida, Pedro Alcântara e João Pernambuco.

 

Para comemorar a data, o saxofonista, flautista, compositor e arranjador Mário Sève (membro do grupo de Paulinho da Viola desde 1996) idealizou e assina a direção musical da série A PAIXÃO SEGUNDO CATULO - UM OLHAR SOBRE A MODINHA E A CANÇÃO BRASILEIRA, que reúne uma série com quatro shows distintos e tematizados com os cantores Leila Pinheiro, Joyce Moreno, Carol Saboya, Mariana Baltar, Claudio Nucci, Alfredo Del-Penho, Rodrigo Maranhão e Lui Coimbra.

 

Seguindo o formato de sarau, os shows serão protagonizados por estes cantores que irão formar duplas de “neo trovadores” (homem e mulher), acompanhados por um grupo instrumental acústico à base de piano e acordeão (Adriano Souza), violão de 7 cordas (Luiz Otávio Braga), baixo (Dininho, filho de Dino 7 Cordas), sax e flauta (Mário Sève, também arranjador).

 

Cada espetáculo foi batizado com o nome de uma obra do poeta e apresenta cerca de 15 músicas – incluindo temas instrumentais que inspiraram seus versos –, entre choros, valsas, schottisches, toadas, modinhas e lundus. A série apresenta ao todo 56 músicas, sendo 7 instrumentais e 49 com letra, oferecendo ao público, a cada dia, a chance de conhecer diferentes obras do letrista.

 

O repertório dos shows será formado principalmente pela obra de Catulo, mas também inclui algumas obras de outros compositores e épocas, afinadas com o universo seresteiro - Villa Lobos, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Hermínio Bello de Carvalho, Dori Caymmi, entre outros.

 

Coube à dupla formada pela cantora, bailarina e coreógrafa Mariana Baltar e pelo músico Cláudio Nucci(que integrou a primeira formação do grupo vocal Boca Livre e depois partiu em carreira solo), a missão de interpretar as toadas sertanejas assinadas por Catulo.  Com um número infindável de gravações, Luar do Sertão é uma das toadas mais famosas de nosso cancioneiro e mostra um lado não urbano, porém recorrente na poesia de Catulo da Paixão Cearense. O repertório apresentado pelos artistas ainda inclui obras de João Pernambuco, Ernesto Nazareth, Villa Lobos, Chiquinha Gonzaga, entre outros.

 

FICHA TÉCNICA

Curadoria, Direção Musical, Roteiro e Arranjos: Mário Sève

Produção Executiva / Assistente de Produção / Produtor Local: Giz em Cena Produções

Programação Visual e Produção Gráfica: Branca Escobar

Sonorização: Capão Áudio e Eventos

Roadie: Soró

Fotografia: Aurélio Oliosi

Iluminação e Registro em vídeo: Farolcine Produções

Assessoria de Imprensa: A Dupla Informação

Assessoria de Comunicação: Vanessa Aguiar.

Coordenação Geral e Direção de Produção: Bendita Produções

 

PRÓXIMOS SHOWS

Dia 01 de junho

LUAR DO SERTÃO — toadas

Intérpretes: Mariana Baltar e Cláudio Nucci

Este espetáculo propõe um olhar especial sobre as toadas sertanejas e algumas temáticas que ainda soam nas canções do interior do Brasil. Não por acaso, identificadas com nossa alma, muitas delas aparecem em novas leituras a cada dia. O repertório inclui Catulo, jóias atuais e sucessos sertanejos.

 

Dia 15 de junho

ONTEM AO LUAR — modinhas

Intérpretes: Joyce Moreno e Alfredo Del-Penho

Este espetáculo propõe um olhar especial sobre a modinha, gênero que surgiu no século XVIII como o primeiro da canção brasileira e que, desde então, encontra-se presente em todo nosso cancioneiro. O repertório apresenta modinhas em obras de Catulo, de seus contemporâneos, e  revela outras, de compositores da atualidade.

 

Dia 22 de junho

TALENTO E FORMOSURA — valsas

Intérpretes: Leila Pinheiro e Rodrigo Maranhão

A valsa com letra tomou grande importância no cenário da música brasileira na década de 1930, chegando a ocupar o terceiro lugar em gêneros brasileiros gravados, atrás apenas do samba e da marchinha. Este espetáculo propõe um olhar sobre as muitas valsas que habitam nosso imaginário. O repertório é rico e inclui Catulo, parceiros, compositores da chamada “Era do rádio” e contemporâneos.

 

SOBRE MÁRIO SÈVE, idealizador, arranjador e diretor artístico do projeto

Saxofonista, flautista, compositor e arranjador, é integrante e fundador dos quintetos NÓ EM PINGO D´ÁGUA e AQUARELA CARIOCA, com os quais gravou 12 discos e recebeu muitos prêmios. Integra o grupo de Paulinho da Viola desde 1996.

 

SOBRE CATULO DA PAIXÃO CEARENSE (1863-1946)

Filho do ourives Amâncio José da Paixão, natural do Ceará, o poeta, violonista e cantor Catulo da Paixão Cearense, um dos mais famosos letristas da música brasileira, nasceu na cidade de São Luis do Maranhão em 31 de janeiro, há 150 anos. Segundo relatos, o artista teria usado como sua a certidão do ano de 1863 que pertencia ao seu precocemente falecido irmão homônimo, resultando em equívocos a respeito de sua data oficial de nascimento.

 

Mudando-se aos 14 anos para o Rio de Janeiro com a família, já na juventude Catulo passou a frequentar a boemia e conviver com músicos ilustres, chorões – alguns seus futuros parceiros – como o maestro Anacleto de Medeiros, o flautista Viriato Figueira da Silva, o violonista Quincas Laranjeiras, além do cantor Cadete. Teve a sorte de veicular seus versos “parnasianos” em obras de grandes compositores. Ao receber letras, tais músicas passaram a ganhar popularidade, novos títulos e novas edições como “modinhas do Catulo”.

 

Dado a leitura de autores clássicos, em 1887, publicou, muito jovem ainda, o primeiro de muitos livros que escreveu – O cantor fluminense. Seguiram Lira dos salões, Novos cantares, Lira brasileira, entre outros e o Cancioneiro popular, que teve 50 edições, indicando sua enorme popularidade na época.

 

O poeta e trovador Catulo da Paixão Cearense apresentava-se ante o público das grandes famílias dos bairros aristocráticos do Rio com seu violão e vestido de casaca. Sem talento para criar melodias, mas socialmente muito articulado, teve a virtude de unir-se às obras dos maiores compositores de sua época para veicular seus versos. Ao receber letras de Catulo, essas músicas (muitas pré-existentes) ampliavam sua popularidade, chegando a serem reeditadas como “modinhas do Catulo”. Catulo transformou em canções dezenas de temas instrumentais – preservando ou mudando títulos originais – como: A flor amorosa, de Joaquim Callado, Luar do sertão e Cabocla de Caxangá, de João Pernambuco; ou Terna saudade, Rasga o coração e O que tu és (sobre Por um beijo, Iara e Três estrelinhas, de Anacleto de Medeiros), Você não me dá e Sertanejo enamorado (sobre Bambino e Brejeiro, de Ernesto Nazareth) e Não vê-la mais (sobre Só para Moer, de Viriato Figueira).

 

Curiosamente, a melodia de sua canção Ontem ao luar (sobre Choro e poesia, do flautista Pedro de Alcântara), modinha cantada em todo o Brasil na primeira década do século XX, ressurgiu como coincidência musical, em 1971, no tema do filme norteamericano de grande sucesso Love Story, gerando controvertidas acusações de plágio.

 

Em 5 de julho de 1908, o violonista e cantor viveu sua maior glória, ao apresentar no Instituto Nacional de Música – a maior instituição de ensino musical do país, então dirigida por Alberto Nepomuceno – um recital com suas canções, em uma plateia repleta, diante da fina flor do mundo musical e intelectual carioca.

 

A obra de Catulo, segundo o historiador Jairo Severiano, em seu livro Uma História da Música Popular Brasileira (2008), pode ser “dividida em duas fases: a modinheira (entre as décadas de 1880 e 1910), em que é essencialmente letrista de música popular; e a poética, propriamente dita (a partir de 1918).”

 

Catulo obteve grande fama e reconhecimento como letrista. Muitas de suas canções são, depois de 70 anos de seu desaparecimento, ainda lembradas. Gênero da canção brasileira inicialmente  cultivado em fins do século XVIII por Domingos Caldas Barbosa, a “Modinha” – grande paixão de Catulo –, atravessou o século XX, ora sob sua forma quaternária original, ora sob a forma ternária da “Valsa brasileira”. Seguindo o ilustre poeta e trovador Catulo, outros autores dedicaram-se, de alguma forma, ao mesmo estilo romântico e seresteiro de canções – como Candido das Neves, Orestes Barbosa, Lamartine Babo, Vicente Celestino, Joubert de Carvalho, Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso, Villa Lobos, J. Cascata e Leonel Azevedo, além de contemporâneos como Cacaso, Sueli Costa, Chico Buarque, Tom Jobim, Edu Lobo , Edu Lobo, Paulo Cesar Pinheiro e Vinicius de Moraes, entre muitos outros.

 

SOBRE CLÁUDIO NUCCI

Nascido em Jundiaí e criado em Campinas, foi para o Rio de Janeiro na adolescência. Ex-integrante dos conjuntos Semente e Boca Livre, partiu para a carreira solo em 1980, lançando o compacto "Quero Quero", seguido por outros discos individuais. Em 1985 lançou o LP "Pelo Sim, Pelo Não" com Zé Renato, que teve duas músicas incluídas na trilha da novela "Roque Santeiro", da TV Globo. Mais tarde fundou a banda Zil, que participou da edição do Free Jazz Festival de 1988 e gravou um disco, "Zil", no mesmo ano. No começo dos anos 90 trabalhou em parceria com a cantora Ithamara Khoorax. Como compositor tem atuação destacada, e já teve dezenas de músicas gravadas por intérpretes como Nana Caymmi, César Camargo Mariano, Roupa Nova e outros. Como intérprete, participa de trilhas sonoras e discos. Em 2000, relançou seu disco "Casa da Lua Cheia", gravado em 1998. No mesmo ano participou do disco "Villa-Lobos Coração Popular", de Mario Adnet, e voltou ao Boca Livre, no lugar de Zé Renato, que decidiu dedicar-se integralmente à carreira solo.

 

SOBRE MARIANA BALTAR – www.marianabaltar.com.br

Formada em Licenciatura em Dança pela Faculdade Angel Vianna-RJ, iniciou seus estudos artísticos ainda na infância, tendo formação em balé clássico, dança contemporânea e dança de salão. Envolveu-se com o samba na adolescência, quando se tornou bailarina e professora de dança de salão da Cia. Aérea de Dança, companhia nascida no Circo Voador, que pesquisava e desenvolvia o samba em moldes inovadores. Com o grupo – onde esteve por 13 anos – participou de vários espetáculos nos EUA e Europa, acompanhando artistas como Jorge Ben Jor e Zeca Pagodinho.

 

Seu primeiro trabalho profissional como cantora foi no projeto Gafieira Dance Brasil, criado por Paulo Moura e Cliff Korman. Mariana integrou por cinco anos o circuito da Lapa e adjacências, tempo em que animou as noites de sábado do Centro Cultural Carioca, de onde foi sócia-fundadora.

 

A estreia fonográfica de Mariana foi no ano de 2006, quando produziu o CD Uma dama também quer se divertir. Além do reconhecimento do público e da imprensa, sempre com boas críticas, foi indicada ao Prêmio TIM 2007 na categoria Revelação e participou do programa Som Brasil (Rede Globo), onde dividiu o palco com Milton Nascimento. Cais (Milton Nascimento / Ronaldo Bastos) – uma das canções que interpretou no programa – faz parte de um tributo a Milton produzido por Guto Graça Mello para a EMI, lançado em 2009.

 

Seu segundo CD, Mariana Baltar, distribuído pela Biscoito Fino em 2010, é reflexo da mistura saudável entre o que há de mais novo e as preciosidades do imenso baú da música brasileira. No repertório, músicas inéditas de Thiago Amud, Edu Kneip, Zé Paulo Becker, Pedro Moraes e Mauro Aguiar e algumas regravações de compositores como Assis Valente e Wilson Moreira. A contemporaneidade do trabalho vai do repertório e dos arranjos ao próprio perfil da artista, cuja formação eclética passa pela dança e pelo teatro. Parte desse repertório foi mostrada em Nova Iorque, em janeiro de 2012, dentro do Projeto Música Exploratória Brasileira, no aclamado Le Poison Rouge.

 

Seu mais recente trabalho fonográfico celebra a parceria dos compositores Luiz Flavio Alcofra e Mauro Aguiar. A voz de Mariana, que transita com desenvoltura pelas searas do samba, do choro e da música mais moderna, caiu como uma luva para as canções- crônicas da dupla Alcofra-Aguiar. O resultado dessa parceria ímpar está no CD Tresvarios, no qual Baltar canta 14 temas da nova dupla de compositores, passeando por samba, choro, valsa, marcha-rancho, fox, e canção. No show Mariana faz uso de recursos cênicos do teatro e da dança, incrementando os processos de comunicação com o público no ato de interpretar canções inéditas.

 

Com ampla experiência na área de teatro musical, atuou em espetáculos como Geraldo Pereira, um escurinho brasileiro, Tom & Vinicius (ambos dirigidos por Daniel Herz); Império (direção de Miguel Falabella) e Ary Barroso – Do princípio ao fim (direção de Diogo Vilella). Na área de direção de movimento em música, assina a direção cênica do grupo PianOrquestra. No teatro, seus trabalhos mais recentes como coreógrafa foram nas seguintes montagens: Jardim Secreto (espetáculo infantil dirigido por Rafaela Amado) e Mulheres do Brasil (musical dirigido por Sérgio Módena e Gustavo Wabner).

Foto: Silvana Marques

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