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Em uma festa que levou quase 6 mil pessoas ao estacionamento do Parque das Mangabeiras no último sábado, dia 23, o Botecar 2015 chegou ao fim com a certeza de ter se consolidado no calendário dos principais eventos gastronômicos de Belo Horizonte. O festival, que foi criado em 2014 para retomar a cultura de botecos de raiz da capital mineira, terminou ao som de música boa, tira-gostos de dar água na boca, cerveja gelada e muita comemoração por parte dos vencedores.

“O sucesso de um evento lotado como este de hoje só comprova que o público de Belo Horizonte abraçou a proposta do Botecar. Chegamos ao final desta segunda edição extremamente satisfeitos com os resultados e conscientes da responsabilidade que temos pela frente, para as próximas edições”, disse o organizador Antônio Lúcio Martins. Ele também destacou os números que comprovam o crescimento do evento. Este ano, houve mais de 150 mil votos nos pratos concorrentes, ante 135 mil votos registrados em 2014.

A homenagem às cidades mineiras, tema do Botecar 2015, foi outro acerto, na opinião do organizador. Ao longo do festival, os 55 bares participantes homenagearam 45 cidades de diferentes regiões do Estado, seja pelos pratos concorrentes seja pela decoração dos bares. “Esta homenagem foi um atrativo à parte, que chamou a atenção do público”, afirmou.

Os campeões

Ninguém teve mais motivos para comemorar durante o encerramento do festival, no último sábado, que Leonardo Marques, proprietário do Boteco da Carne. Seu bar foi escolhido por públicos e jurados o campeão do Botecar 2015. O título foi o primeiro em um festival do gênero. “Este prêmio vem coroar um trabalho feito com muito carinho não só por mim como por toda a minha equipe. Estou muito feliz”, disse. O prato do Boteco da Carne, “Divino Adão e Eva no Paraíso” (carré de porco acompanhado de purê de mandioca e paçoca de carne de sol com geleia de pimenta), foi uma homenagem à cidade de Divinópolis, onde Leonardo foi criado. Ele conta que se inspirou na costela de porco frita com mandioca que comia em bares tradicionais da cidade durante a adolescência. “Fiz uma adaptação daquele prato que me remete às minhas primeiras experiências como frequentador de botecos”, contou.

O segundo lugar ficou com o Bar do Doca, que homenageou a cidade de Itabira com o prato “Zelopão Orapronobis”, uma rabada com ora pro nobis e angu. No palco, Sebastião Lage, o Doca, fez questão de enaltecer o festival e os donos dos outros 54 bares participantes. “Nós somos guerreiros. Estamos mudando a história de Belo Horizonte”, disse. Em terceiro lugar, o Bar e Restaurante Casa Velha homenageou Dores do Indaiá, com o prato “Moiadim no sequin com bolim”, um angu de ora pro nobis com ragu de costelinha, farofa de carne seca e croquete de pernil.

Quem também saiu premiado foi o garçom Erisney Pereira Rocha, o Gigante, do Agosto Butiquim. Em votação paralela feita por meio do site do festival (www.botecar.com.br) ele foi eleito pelo público o melhor garçom entre os que trabalham nos 55 bares participantes. Além do troféu de Chefia Camarada, o Gigante ganhou um fim de semana em um hotel fazenda, um relógio e um kit da Cachaça Decisão, uma das patrocinadoras do Botecar.

Sobre o Botecar

O Botecar foi criado em 2014 com o objetivo de retomar as raízes da cultura tradicional de botecos, gerando um movimento de valorização, desenvolvimento e aprimoramento do segmento em Belo Horizonte. É legitimado pelo fato de ter entre os 55 participantes alguns dos bares mais tradicionais e apreciados da capital. Em sua segunda edição, em 2015, movimentou os botecos entre os dias 8 de abril e 9 de maio. Na festa de encerramento, no último dia 23, as atrações musicais foram o grupo de choro “Sarau Brasileiro”, a banda “O Síndico” e o bloco “Chama o Síndico”.

Foto: Divulgação