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Duo Vera Cruz faz show gratuito de lançamento de disco no dia 13 de junho no Conservatório da UFMG
Apresentação terá participações de Alexandre e Artur Andrés (Uakti); álbum autoral do flautista André Siqueira e do pianista Matheus Ribeiro contou com Toninho Horta e traz frescor da música instrumental contemporânea mineira
O Conservatório da UFMG receberá no dia 13 de junho (quinta), às 19h30, o show de lançamento do primeiro álbum autoral do Duo Vera Cruz, formado pelos músicos André Siqueira (flauta) e Matheus Ribeiro (piano). A apresentação é gratuita e contará com a participação de nomes de destaque da cena mineira, dentre eles os instrumentistas, pai e filho, Artur Andrés (flauta) e Alexandre Andrés (flauta e voz) - este assinado a direção musical do álbum que dá base à performance. No palco também estarão Cyrano Almeida (bateria) e João Avelar (baixo).
O show traz o resultado do mergulho autoral do primeiro álbum dos instrumentistas mineiros, gravado entre 2019 e 2023, contando com as participações de Toninho Horta, da cantora chilena Claudia Manzo (BaianaSystem), da percussionista Natália Mitre, do trompetista português Diogo Duque e de Artur Andrés (flauta), membro fundador do Uakti, referência do duo. O instigante universo criativo da dupla teve produção de Alexandre Andrés, elevando o trabalho a um patamar de grande acuidade técnica, em diálogo com a rica música instrumental contemporânea.
“Vejo o Duo como uma união muito feliz do André e do Matheus. Eles carregam e honram influências que transmutam para a música deles com frescor, excelência nos seus instrumentos, criatividade musical e artística muito grandes”, analisa Alexandre Andrés.
Instrumentistas de destaque na cena belorizontina em projetos diversos na última década, o flautista e o pianista gestam em suas composições e performances uma paisagem sonora de imagens líricas e experimentais, por vezes minimalistas, mas de grande potência interpretativa, explorando tempos musicais complexos. Dentre as dez faixas estão três releituras, revisitando temas de Toninho Horta, Alexandre Andrés e Debussy.
O Duo Vera Cruz surgiu em 2013, quando André e Matheus eram colegas na Escola de Música da UEMG, em Belo Horizonte. A escolha do nome buscou remeter às origens do Brasil e à emblemática canção de Milton Nascimento – ponto de interseção musical fundamental dos parceiros. Junto a releituras e projetos diversos de música brasileira, eles começaram a se aventurar nas composições autorais, sobretudo de Matheus inicialmente. “Isso inclusive me incentivou a criar as minhas composições”, relembra André.
Ao longo de uma década de trajetória, o Duo Vera Cruz já se apresentou em projetos como o Savassi Festival (2019), o Praça 7 Instrumental (2021); o Festival Fartura em Belo Horizonte (2022) e em espaços como a salas Idea Cultural, o Conservatório da UFMG, o MM Gerdau, o Cine Theatro Brasil Vallourec, a Juvenal Dias (Palácio das Artes), o Café com Letras e em cidades do interior, dentre elas Varginha, Ouro Preto e Araçuaí.
Com uma identidade musical resultado de influências e vivências múltiplas, do popular ao erudito, André e Matheus carregam a declarada referência de nomes internacionais que vão do americano Philip Glass e do jazzista moderno Shai Maestro ao pianista Egberto Gismonti e ao Clube da Esquina, mas também da cena contemporânea mineira, a exemplo de Rafael Martini, Antônio Loureiro e do próprio Alexandre Andrés.
Em novembro de 2023 o Duo lançou os singles e clipes de "Campos" e "Baião Influenciado", este com participação de Toninho Horta - os trabalhos audiovisuais podem ser vistos no canal dos artistas no Youtube. O disco completo estará disponível ao público em todas plataformas digitais a partir do dia do show.
Serviço: Duo Vera Cruz (André Siqueira e Matheus Ribeiro) - show de lançamento de álbum autoral
quando: 13 de junho (quinta), às 19h30
onde: Conservatório da UFMG (Av. Afonso Pena, 1534 - Centro - BH)
quanto: entrada gratuita
mais informações: (31) 3409-8300
Canal no YouTube: https://www.youtube.com/@DuoVeraCruz
Clipe de ‘Campos”: https://www.youtube.com/watch?v=SlzMdiG5Z7k
Clipe de “Baião Influenciado” (participação de Toninho Horta): https://youtu.be/trNhZdrgn8Q?si=0byGwDMQ-IkSUXN_
Instagram: https://www.instagram.com/duoveracruz/
Facebook | https://www.facebook.com/duoveracruz
Processo musical e disco
O convite para Alexandre Andrés conduzir a produção artística do disco veio da grande admiração que o duo já nutria pelo multi instrumentista. Este logo abraçou com entusiasmo o projeto e iniciaram juntos imersões no estúdio Macieiras, em Entre Rio de Minas, capitaneado por Alexandre. A experiência e sensibilidade do músico levaram à ampliação da primeira ideia, pensada inicialmente apenas para duo. A partir disso, os jovens artistas se abriram a alguns arranjos traçados coletivamente, novas estéticas e participações.
O percurso da gravação pode ser dividido em três fases: a primeira no estúdio Macieiras, com a gravação do piano e algumas flautas em 2019; já em BH, no Estúdio Motor, foram adicionadas novas flautas e as bases de bateria e baixo, além de participações; com a pandemia, o projeto foi interrompido e retomado posteriormente no Acústico Motor, para a fase de finalização, com gravação de metais – instrumentos e vozes enviadas a partir da captação em outros estúdios também se somaram ao trabalho neste momento.
O álbum contou com campanha de financiamento coletivo em 2020, arrecadando 22 mil, utilizados no processo do disco. “Mas a maior parte veio de investimento nosso, compondo um disco totalmente independente.” Com o lançamento, os colaboradores contarão com uma sessão privada de escuta em primeira mão, além de recompensas.
Sobre as gravações, Alexandre André relembra ter sido um processo de confiança mútua. A partir da sua bagagem de estúdio e de vida, o produtor focou na organização das captações e estrutura das músicas, trazendo diálogos para os arranjos e performances, a fim de levá-las ao patamar mais alto possível de qualidade, além de cantar e tocar flauta em algumas peças. Matheus Ribeiro relembra o processo criterioso do produtor, com indicando regravações sempre que necessário, mas também deixando os músicos à vontade.
Pra mim foi uma experiência maravilhosa, de poder ter essa troca com eles e colocar energia nesse trabalho”, afirma Alexandre.
As músicas partiam de partituras e ganhavam novas cores e elementos no estúdio. O pianista considera que a maleabilidade nesta troca com o produtor, acabou moldando o disco, mas sem tirar a essência do duo. “Cresci como músico também”, diz Matheus. Esse aperfeiçoamento pessoal e coletivo é algo que Alexandre faz questão de salientar: “pude ao longo dos anos ver como eles cresceram tremendamente como músicos e arranjadores”.
Duo Vera Cruz faixa a faixa
O primeiro álbum do Duo Vera Cruz abre com “Campos”, na qual o pianista e o flautista exploram líricas paisagens, algo cinematográficas. A composição tem similaridades com “Entre Nós”, igualmente baseada em compassos alterados e ímpares, desta vez com arranjo e solo vocal de Alexandre Andrés e direito a uma citação de “Cais”, clássico de Milton.
Um ícone do panteão mineiro também marca presença em “Baião Influenciado”, desde o início pensada para as cores harmônicas de Toninho Horta. Já “Pilar”, tema celebrado do guitarrista, ganhou no disco versão inesperada de base no piano, solo de vibrafone por Natalia Mitre, baixo de Bruno Vellozo e condução de pulso acentuado do baterista Gabriel Bruce. André gravou pífano na faixa, instrumento a partir do qual desenvolve projeto musical na capital mineira e confere identidade singular. “Foi uma versão bem interessante, que continua soando com a estética do Duo. Em todo o disco é possível perceber essa unidade sonora”, analisa o flautista.
“Quebra”, composição de Matheus, traz roupagem jazzística junto ao quarteto com Cyrano Almeida e João Paulo Avelar, com solos de baixo e flauta, sob influência de Shai Maestro. Por sua vez, “UakGlass” indica já no nome a inegável referência e homenagem ao grupo mineiro Uakti e ao artista americano Philip Glass - que se encontram no álbum Águas da Amazônia (1999). “Nesta faixa tivemos a felicidade de contar com solo do próprio Arthur Andrés integrante do Uaki”, celebra André.
“Betelgeuse”, composta pelo flautista, inspira-se no próprio parceiro de Duo, trazendo arranjos de metais, com participação do trompetista português Diogo Duque, numa linguagem contemporânea que explora tempos ímpares e técnicas estendidas. O nome da música remete à estrela da constelação de Orion, que explode e se recria em infinitas belezas, tal qual o tema do disco. Esta faixa, segundo os artistas, dialoga com “Suíte Primeira”, música autoral inaugural do repertório da dupla. Nesta, o pianista perpassa uma profusão de inspirações, de Bach ao mineiro Rafael Martini. A faixa também se engrandeceu com o olhar de Alexandre com sugestões de arranjos e de convidados para os sopros das gravações.
“Madrugada”, única canção do disco, é composição de Alexandre Andrés junto ao poeta Bernardo Maranhão, em tempo ímpar potencializado pelo canto da chilena Claudia Manzo, hoje vocalista do cultuado grupo BaianaSystem. “Foi uma participação bem forte. Claudia é uma amiga que sempre admiramos e carrega também uma conexão nossa com a música da América Latina”, conta André, também enaltecendo a presença de Natália Mitre em arranjo de berimbau.
“Todas essas participações são bem expressivas para a música mineira. É uma grande honra para nós e, com certeza, elevam muito o patamar do nosso trabalho”, finaliza o músico.
“Syrinx”, ao lado de “Campos” as únicas em performance exclusivamente de duo, fecha o disco numa releitura de tema erudito de Debussy. A composição para flauta solo é respeitada em sua estrutura, porém com harmonização original dos artistas, uso de técnica estendida, como a presença de sons de vento, sons tocados com as cordas do piano, criações no estúdio e pitadas eletrônicas na mixagem trazidas por Alexandre, algo que permeia o disco de forma sutil e transformadora. “Duo Vera Cruz” foi mixado pelo próprio Alexandre Andrés e masterizado por Rafael Dutra.
Duo Vera Cruz | ficha técnica do disco
1 – Campos (André Siqueira e Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta e Flautim
Matheus Ribeiro – Piano e Teclado
2 – Baião Influenciado (Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano
Toninho Horta – Guitarra
Daniel Guedes – Percussão
Arranjo – Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
3 – Quebra ( Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta e Flauta baixo
Matheus Ribeiro – Piano
João Avelar – Baixo Elétrico
Cyrano Almeida – Bateria
4 – Betelgeuse (André Siqueira)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano
Diogo Duque – Trompete
Fábio Ogata – Trompa
João Avelar – Baixo Elétrico
Cyrano Almeida – Bateria
Alexandre Andrés – Orgão
Arranjo – André Siqueira
5 – Uakglass (André Siqueira e Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta, Flauta Harmônica, Pios e Efeitos
Matheus Ribeiro – Piano e Teclado
Artur Andrés – Flauta em Sol
6 – Madrugada (Alexandre Andrés e Bernardo Maranhão)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano
Claudia Manzo – Voz
Alexandre Andrés – Flauta Baixo e Vozes
Natalia Mitre – Berimbaus
Arranjo – Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
7 – Entre Nós (André Siqueira e Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano
Alexandre Andrés – Vozes
Arranjo vocal – Alexandre Andrés
8 – Pilar (Toninho Horta)
André Siqueira – Flauta Baixo e Pífanos
Matheus Ribeiro – Piano e Teclado
Natalia Mitre – Vibrafone
Bruno Vellozo – Baixo Acústico
Gabriel Bruce – Bateria
Arranjo – Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
9 – Suíte Primeira (Matheus Ribeiro)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano e Teclado
Daniel Leal – Trompete
João Machala – Trombone
João Avelar – Baixo Elétrico
Cyrano Almeida – Bateria
Arranjo – Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
10 – Syrinx (Claude Debussy)
André Siqueira – Flauta
Matheus Ribeiro – Piano
Arranjo – Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
Produzido por Alexandre Andrés e Duo Vera Cruz
Gravado no Estúdio Macieiras, Estúdio Motor e Acústico Motor entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023.
Mixado por Alexandre Andrés
Masterizado por Rafael Dutra
Foto: Renan Oliveira
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