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Palestra sobre Caravaggio encerra primeira edição das "Quartas Italianas na Casa Fiat de Cultura"
Para encerrar a primeira edição do projeto “Quartas Italianas”, o especialista em história da arte e professor da Fundação Torino, Luciano Sepulveda, retorna à Casa Fiat de Cultura no dia 27 de maio, às 19h30, para que o público possa compreender a grande revolução artística realizada pelo gênio do Barroco Italiano: “Caravaggio”. “Quartas Italianas” é um projeto da Casa Fiat de Cultura, da Fundação Torino e do Consulado Italiano em Belo Horizonte que busca apresentar marcos da cultura e da história italiana que influenciaram o pensamento e o contexto artístico mundiais. A palestra é gratuita e está sujeita à lotação (200 lugares).
Caravaggio - já conhecido do público mineiro quando, em 2012, a Casa Fiat de Cultura realizou a mostra “Caravaggio e seus seguidores”, maior exposição do artista na América Latina - é um dos pintores mais polêmicos e revolucionários da história da arte. O palestrante Luciano Sepulveda explica que o maior nome do barroco italiano ganhou fama principalmente por suas técnicas inovadoras: “Ele usou a luz e a sombra extraordinariamente bem, além de um realismo e dramaticidade inéditos naquela época. Sua forma de pintar fez com que os artistas que viessem posteriormente tivessem um novo modelo de arte”, acrescenta.
A palestra apresenta a trajetória do artista por meio de oito obras significativas. O palestrante abordará três fases distintas de sua vida, sendo a primeira delas o início de sua carreira, em Roma, seguindo para a maturidade de sua obra, com o incentivo do mecenas Cardial Del Monte, e, após a execução de um assassinato, sua fuga para o sul da Itália, passando por Nápoles, Malta e Sicília.
Nos últimos dois meses, o público pôde conhecer mais sobre importantes artistas italianos que promoveram grandes mudanças em sua área de atuação. A palestra “Michelangelo Buonarroti” propôs uma viagem pela vida e obra de Michelangelo e foi ministrada pelo professor Luciano Sepulveda. O primeiro romance moderno da língua italiana, I Promessi Sposi, de Alessandro Manzoni, ganhou atenção com o especialista em literatura italiana Umberto Casarotti. As inovações teatrais de Pirandello, como o teatro do grotesco, o teatro do absurdo e a teoria do humor, também estiveram em cena nas “Quartas Italianas” com conferência do especialista em literatura italiana Riccardo Cassoli.
As “Quartas Italianas na Casa Fiat de Cultura” estimulam o público a se aprofundar em temáticas relevantes da cultura italiana. Todas as palestras contam com renomados profissionais da Fundação Torino, instituição que contribui na difusão da cultura italiana no Brasil, e apoio do Consulado Italiano em Belo Horizonte. Em breve, nova edição do evento será realizada.
Caravaggio
Michelangelo Merisi, mais tarde conhecido como Caravaggio por causa do lugar de origem da família, nasceu em Milão, provavelmente em 29 de setembro de 1571, dia de São Miguel Arcanjo. Foi o primeiro de quatro irmãos, filhos de Fermo, mestre de obras, e Lucia Aratori, cujo pai, Giovan Giacomo, tinha cargo de destaque na administração financeira dos bens dos Sforza-Colonna. O povoado de Caravaggio era sede do marquesado de Francesco Sforza e Costanza Colonna, aquela que foi um dos maiores sustentos em toda a penosa existência dos Merisi. Após a morte do marido, em 1577, causada pela peste, Lucia seria obrigada a vender terrenos para pagar os estudos do primogênito, que muito cedo manifestaria interesse pela pintura.
Em 1584, segundo contrato estipulado em 6 de abril, Michelangelo é confiado ao artista Bergamasco Simone Peterzano (1540-1596), para que lhe ensinasse a arte da pintura em seu estúdio de Milão. O aprendizado milanês durou até 1588, mas não se sabe nada dos movimentos do jovem até 1591. É plausível, entretanto, que Michelangelo não tenha retornado imediatamente a Caravaggio, pois completaria sua formação na Lombardia e no Vêneto, ao estudar com os grandes mestres quinhentistas, cuja influência pode ser percebida em suas obras. O último documento que atesta a presença do artista na Lombardia é de 1º de julho de 1592, quando ele é citado como testemunha em um documento de cartório.
Ao longo da vida, Caravaggio envolveu-se numa série de brigas, fruto, em grande medida, de seu temperamento explosivo e dos permanentes problemas financeiros. Em 1606, o artista seria acusado de matar um jovem. À época, foge de Roma com a cabeça, literalmente, “a prêmio”. Passa, então, por Nápoles, Malta e Sicília, cidades onde se envolve em novos conflitos: como exemplo, basta lembrar que, quando em território napolitano, sofre atentado engendrado por inimigos jamais identificados pelos estudiosos.
O grande Michelangelo Merisi da Caravaggio morreu a 18 de julho de 1610, aos 38 anos, em Porto Ercole. Dias antes, Caravaggio embarcara numa feluca – barco tradicional feito de madeira – em direção a Roma. O pintor para em Palo, entre Civitavecchia e a foz do rio Tibre, onde é interrogado pelo capitão local do forte sobre a motivação da sua viagem. Cartas enviadas a Roma por Deodato Gentile, núncio apostólico em Nápoles, traçam hipótese sobre os últimos dias de vida do artista. Depois da chegada a Palo, o pintor tem de deixar o barco. Enquanto é interrogado, a embarcação parte com todos os seus bens a bordo, entre os quais três quadros a serem doados ao cardeal Borghese: dois San Giovanni Battista e uma Maddalena. Supõe-se que Caravaggio tenha continuado sua viagem a pé até Porto Ercole, onde chega extremamente cansado e com febre, causada por pneumonia ou malária. É internado e morre no hospital local.
Foto: Divulgação
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