Notícias
#140 ou Vão da Cia Afeta estreia no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna
Companhia traz uma comédia sobre as relações amorosas na era digital
A Cia Afeta. estreia no dia 30 de maio (sexta-feira) #140 ou VÃO, com direção de Nando Motta e texto de Felipe Rocha escrito especialmente para a companhia. O espetáculo fica em cartaz de 30 de maio a 8 de junho, de quinta-feira a sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Teatro Oi Futuro Klauss Vianna (Av. Afonso Pena, 4.001 – Mangabeiras).
No dia 1º de junho, domingo, o grupo fará uma apresentação especial, às 19h, com audiodescrição, em closed caption e Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), paraatender também às pessoas com deficiência auditiva, visual, intelectual, com síndrome de down, autistas e disléxicos, dentro do projeto Teatro para ver mesmo sem enxergar, para ouvir mesmo sem escutar. A sessão é a segunda apresentada no Klauss Vianna com modernos recursos de acessibilidade e até agosto, a experiência será repetida em pelo menos um dos espetáculos da programação mensal do teatro. Desenvolvido pela Lavoro Produções, o projeto oferece, por meio de recursos como a audiodescrição, legendas em closed caption e Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mais acesso e conforto aos portadores de deficiências a espetáculos do teatro do Oi Futuro. Para inserir os recursos de acessibilidade, os profissionais de audiodescrição, legendagem e LIBRAS estudaram o roteiro do espetáculo e assistiram a vídeos, identificando as nuances das atrizes, detalhes e entonações que vão proporcionar ao espectador com deficiência uma apreciação completa da montagem.
Após experimentar diversas linguagens e tecnologias, em “180 dias de Inverno”, última montagem da companhia (2010), a Cia. Afeta mantém uma pegada semelhante em #140 ou VÃO, com a utilização de referências como videoarte e música experimental, só que dessa vez, com pitadas de humor. “em ‘180 Dias de Inverno’, tínhamos uma história de amor também, porém, densa e dramática. Fiquei com vontade de experimentar o outro lado, mais leve e divertido, sobre as dificuldades de se viver a dois. Um amor mais acelerado, nem por isso, menos intenso”, explica o diretor Nando Motta.
Com uma narrativa crítica e bem-humorada, #140 ou VÃO conta a história do casal Vitor (Alexandre Cioletti) e Antônia (Ludmilla Ramalho), que se conhece num elevador, apaixona-se vertiginosamente, mora junto e rompe com a mesma pressa de quando tudo começou. O espetáculo é um retrato de uma geração imediatista que constrói suas relações como lida com as novas tecnologias.
Toda a relação do casal Vitor e Antônia se passa dentro de um elevador, cenário criado pelo cenógrafo Ed Andrade e o desenho de luz de Marina Arthuzzi. Durante todo o espetáculo, é como se o público fosse testemunha dessa relação íntima, que apenas a lente da câmera do elevador pode captar.
A dramaturgia foi construída com o processo criativo de #140 ou VÃO, que durou apenas três meses. Para o autor, Felipe Rocha (RJ), foi um desafio: pela primeira vez escrever algo que não seria encenado por ele mesmo. As primeiras trocas entre dramaturgo e companhia aconteceram à distância, mas logo foi preciso que Felipe passasse alguns dias em Belo Horizonte para escrever e acompanhar os ensaios de perto. “Escrevia durante o dia e experimentávamos os textos à noite”, diz o dramaturgo carioca, conhecido pelo uso da metalinguagem. “Me parece uma das maneiras mais sinceras de conversar com o espectador. Afinal, estamos mesmo todos num teatro, somos mesmo atores e espectadores e estamos compartilhando uma história”, completa.
LINGUAGEM #140 ou VÃO
Neste novo mergulho, a Cia Afeta lança mão de referências do teatro digital de Robert Lepage, da estética dos cineastas Gustavo Taretto (Medianeras), Michael Haneke (Amor) e Marc Foster (Mais entranho que a ficção), da videoarte, da música experimental e do Live Cinema. Um movimento antropofágico digital em busca de interseções entre teatro, vida e tecnologia.
Além dessas referências, o grupo amplia as possibilidades da encenação com a utilização do recurso do mapping. Com essa ferramenta, enquanto os atores estão em cena, gráficos, vídeos e fotos aparecem simultaneamente, de forma inesperada, apontando reflexões e pensamentos das personagens e tornando os diálogos ainda mais divertidos e dinâmicos.
Segundo o diretor, para falar da era digital não foi preciso mostrar em cena equipamentos eletrônicos e redes sociais – apenas refletir sobre como elas guiam nossa forma de viver, de falar, de pensar e, principalmente, nossa maneira de se relacionar. “Sem juízo de valor, queremos estimular o espectador a pensar sobre como funciona a vida a dois hoje com todas essas influências contemporâneas”, acrescenta N. Motta.
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.