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Grupo Impacto de Dança realiza espetáculo “Três Gritos”, na RMBH
“Assim como na vida, na guerra são necessários três elementos bases: acreditar, lutar e chegar ao fim. Esses aspectos se entrelaçam com o grito para iniciar; o grito para permanecer e o grito para finalizar”. Por meio dessa premissa, o Grupo Impacto de Dança chega à Região Metropolitana de Belo Horizonte no mês de maio, trazendo arte, dança, contemporaneidade e histórias de superação pessoal. O Grupo, que está no sexto ano de atividades profissionais, apresenta o espetáculo “Três Gritos”, no dia 16 em Contagem e Justinópolis (Ribeirão das Neves); no dia 17 em Betim e Sarzedo; no dia 18 em Ibirité, e fecha com chave de ouro nos dias 3 e 5 em Belo Horizonte, debaixo do viaduto Santa Tereza e no Parque Municipal, respectivamente. O trabalho é resultado de uma construção conjunta do Grupo e do coreógrafo Mário Nascimento.
Os instantes decisivos que marcam o antes, o durante e o depois de cada caminhada dão o tom do novo trabalho do Grupo Impacto. O espetáculo Três Gritos representa esses três momentos e o recorte temporal está relacionado aos brados presentes em diversas fases da trajetória de vida dos próprios bailarinos e comuns à caminhada de tantas outras pessoas. A ideia é representar “o grito dos excluídos. É a ânsia de liberdade e de ser tratado como igual”, esclarece Mário Nascimento. Ele ainda ressalta que a inspiração vem dos gritos dos negros que vieram da África como escravos; e de um texto do samurai Miyamoto Musashi que soltava gritos nos momentos das grandes batalhas para fortalecer o espírito e o corpo. Em cada cena do trabalho, o grito é protagonista da ação. Mário Nascimento aponta que “a voz será o veículo mostrando a energia e os propósitos da vida”.
A coreografia de Três Gritos é resultado de um trabalho de troca entre os bailarinos do Impacto e Nascimento. Mais uma vez, a performance alia as danças urbanas à dança contemporânea, alcançando um lugar original que une um trabalho cênico às movimentações características das danças urbanas. Para auxiliar o Grupo nesse sentido, Rosa Antuña participou do processo de coreografia, em parceria com Nascimento. “A intenção foi clarear para os bailarinos o que o Mário quis dizer com a sequência de movimentos e com a ação que ele propôs, para que eles se apropriassem do movimento”, aponta Antuña.
No figurino, também trazido por Mário Nascimento, vê-se um estilo urbano, mas diferente do visual comum do hip hop. Nascimento afirma que “é um figurino elegante e cheio de cores, na intenção de sair do que é comum no hip hop”. A trilha sonora é uma construção dos bailarinos, e a diretora Lidiane Jacinto explica que o processo de elaboração contou também com a participação do coreógrafo. “Trouxemos algumas músicas e preparamos cenas que foram apresentadas ao Mário e a partir dessas apresentações as músicas passaram a fazer parte da trilha do espetáculo”. O público ainda vai poder assistir ao bailarino Rafael Gregório (Fael) atuando como DJ durante a apresentação.
Mário Nascimento afirma que o trabalho reportará ao público a realidade das minorias ilustrada pela biografia dos próprios bailarinos. “Esses rapazes estão constantemente em confronto e tem que dar esses gritos sempre para se estabelecerem e se colocarem na sociedade. Porque continuam sendo parte das pessoas que não pertencem à elite”. Para Patrícia Lima, diretora geral do Impacto “Três Gritos já nasce com uma grande expectativa do público que tem continuadamente acompanhado o Impacto durante a sua trajetória, o que os faz buscar mais e mais a qualificação do trabalho e das propostas, que acabam colaborando com o crescimento artístico e técnico do grupo”.
O Grupo Impacto é formado pelos bailarinos: Adriano Luis Ramos, Alex Luis Ramos, Cleison Lana, Felipe Viana, Jean Carlo do Nascimento, Luis Filipe Claudino, Marco Antônio de Jesus, Rafael Gregório, Rafael Tiko, Rariel Escolástico e Wellington Júlio. O projeto do Grupo Impacto de Dança é apresentado pela Petrobras e Governo de Minas através de patrocínio contemplado pela Seleção Pública Petrobras Cultural Minas, e realizado com benefícios da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, uma realização do Núcleo de Produções Culturais, Instituto ASAS e Núcleo de Arte e Dança.
Sobre o Grupo
O Grupo Impacto de Dança comemorou, em 2015, 20 anos de atividades. Composto por bailarinos formados no Núcleo de Arte e Dança onde, por meio de parcerias com projetos sociais, iniciaram seus estudos como bolsistas do Centro Experimental de Artes da Prefeitura Municipal de Viçosa. Durante esses anos, de forma inquieta, movidos por sua paixão pelo hip hop, se mantiveram unidos com o objetivo de pesquisar, desenvolver e aperfeiçoar sua arte vinda das ruas.
Desde o início de sua formação, o Grupo Impacto participou de diversos cursos, festivais e concursos nos quais sempre obteve destaque, com coreografias próprias ou criadas por grandes nomes do Hip Hop. Conquistou o Prêmio Cenas Minas em 2009; foi selecionado entre duzentos grupos inscritos para se apresentar no 25º Inverno Cultural de São João del Rei, que é um dos mais importantes festivais de Minas Gerais, em 2012; conquistou 7 prêmios no 3º Festival de Inverno de Danças do Piranga, em Ponte Nova, também em 2012. Foi semifinalista do Programa "Se ela dança eu danço", do SBT (2011); e as conquistas mais recentes foram: o Prêmio Cultura Hip Hop da Funarte de 2014 e o título de 1º lugar e prêmio de melhor grupo no 14º Festival Internacional de Hip Hop realizado em Curitiba , em julho de 2015, na categoria avançada que reuniu 40 grupos de todo o Brasil, da Argentina e do Uruguai.
Os prêmios e as turnês com grande público demonstram o amadurecimento do Impacto que realizou a montagem de cinco espetáculos inéditos de dança de rua e contemporânea. “No Alto da Rua”, de Mário Nascimento, em 2009/2010, marcou a estreia do Grupo como profissional, conquistou o Prêmio Cena Minas e foi visto por cerca de 13 mil pessoas, chegando a ser muito elogiado na capital carioca. Com o espetáculo “Obstáculos”, em 2011, o grupo alcançou mais de 11 mil espectadores, consolidou-se definitivamente no cenário da dança, em 2012, com o espetáculo “In Sanidade”, visto por 14 mil pessoas, ambos com coreografia de Alexandre Snoop.
Após esse momento o Grupo Impacto teve a oportunidade de se aperfeiçoar ainda mais com o coreógrafo Octávio Nassur, que se interessou pelo Grupo após assistí-lo na abertura do 11º Festival Dançaraxá. Dessa parceria, surgiu "Cromossomo Y" que, em 2013, alcançou um público de 18 mil pessoas.
Em 2014 estreou "Universo Lúdico" também de Octávio Nassur que atingiu também grande público. Nesse ano também, o Grupo Impacto foi contemplado com o Prêmio Estímulo as Artes Cênicas da Fundação Clóvis Salgado e conquistou, dentre 700 participantes do Brasil, o Prêmio Cultura Hip Hop promovido pelo Ministério da Cultura e realizado pela Funarte em parceria com a Secretaria de Cidadania e da Diversidade Cultural.
O concurso premiou iniciativas de fortalecimento das expressões culturais do Movimento Hip Hop, que contribuem para a continuidade e para o fomento de artistas, grupos e comunidades praticantes dos diferentes elementos do gênero no Brasil, e contemplou todas as regiões.
Foto: Núcleo de Arte e Dança
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