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18 de Maio as 14 horas mais uma passeata em comemoração ao dia nacional da Luta Antimanicomial.

 

Eles Passarão, Nós Passarinho 

Há 19 anos, no 18 de Maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, as ruas do centro de Belo Horizonte em Minas Gerais, se transformam em passarela para o Desfile/Manifestação da Escola de Samba Liberdade Ainda Que Tam Tam. São milhares de foliões antimanicomiais, entre  usuários, familiares, trabalhadores e simpatizantes da saúde mental e Por Uma Sociedade Sem Manicômios. É uma atividade política e cultural realizada pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais (ASUSSAM)

Neste especial “2016”, nos embalamos  pelo  enredo "Eles Passarão, Nós Passarinho" e cataremos na avenida o samba enredo:“Ninguém há de retroceder nossa liberdade”

 

Mapa do Desfile:

Enredo: Eles Passarão, Nós Passarinho

Alas 1 – Os Desalienistas da Resistencia

Alas 2 – Minha Loucura Vem de Berço: Por Uma Sociedade Sem Silencius

Alas 3 – Não Me Prenda Em Seus Trilhos Que Eu Sou Passarinho...

Alas 4 – Mais Serviços Para Voar, Menos Grades Para Trancar

Alas 5 – Dom Quixote De Los Errantes                                                    

Alas 6 – Valentes Ocupam : Marcus Vinícius, Presente!

 

Passarela da Luta:

13 horas: concentração -  Praça da Liberdade

14 horas: início do Desfile/Manifestação.

Passarela: Praça da Liberdade, Avenidas João Pinheiro, Afonso Pena, ruas Espirito Santo e Tupinambás, avenida do Contorno.

17 horas: dispersão – Ciranda na Praça da Estação.

 

Anexo: Música e letra do Samba de Enredo, cartaz, fotos do fotógrafo Fernando Barbosa e Silva e texto de apresentação do tema-eixo eementas das alas.

 

O nosso percorrer as ruas em defesa da vida em liberdade no formato de “escola de samba” começou em 1997.  O impasse entre o ser ou não ser um carnaval levou à solução de que esse evento é uma manifestação do pensamento livre e crítico sobre os desmandos do poder. Já naquele ano convocamos as pessoas para cantar e encantar BH e desde então encantar, desfilar, organizar, comemorar, batucar, encontrar, abraçar, resistir, inspirar, sonhar, apostar, enlaçar, denunciar, politizar, contextualizar, pensar, ousar, delirar e criar, viraram palavras da ação conjugadas por muitos no tempo passado, no presente do tempo e no futuro.

 

A Escola de Samba Liberdade Ainda Que Tam Tam reafirma  e sustenta o que traz em sua bandeira e não negocia os valores e princípios inscritos em seu nome. Por ser diversa da ditadura e das certezas prontas, por desvairar e ser livre, ela baliza, sustenta e aponta o colorido da vida produzido pela inventividade para revolucionar o morno acinzentado do cotidiano de uma cidade, de um serviço, de uma prática. Nesse Dezoito de Maio 2016 a Liberdade Ainda que Tam Tam traz o enredo “ELES PASSARÃO, NÓS PASSARINHO” que  convoca  a leveza  e o  reposturamento ante a aridez desse tempo agora. Cada ala traz em sua proposta a reinvenção reflexiva sobre outros fazeres não tecnocratas...

 

Dito isso, a infância será o tempo do brincar, do experimentar, do criar e ser criança vaticina: “Não me prenda em seus trilhos....”. Outro ponto nessa construção é o convite à revisão das formas de tratar que não sustentam a radical idade do cuidar em liberdade e a frase que anuncia a necessidade de “mais serviços e menos grades” explicita a ética que nos orienta. Dando outro laço nessa tessitura aparece na afirmação de que desalienar é preciso e então revisitar a história para frear teorias e conceitos do tempo em que as luzes ofuscavam o saber da loucura sobre si mesma. Os desalienistas trabalham na criação de outras formas de linguagem para retomar o diálogo  entre razão e loucura onde a ação de delirar a liberdade  possa  ser uma saída para passar a dor e para caber o amor em uma sociedade sem silencius.

 

A manifestação do Dezoito 2016 apresenta esse valente coletivo nesse ousado desfile diante dos curingas que assombram nossa sociedade, diante dos inimigos da liberdade no poder, os “fantasmas de Gothan”. Nesta cena, Dom Quixote e os errantes enlaçam o nosso desejo de ocupar corajosamente a cena pública, as ruas e praças, nossos lugares de direito para um grito  que expresse nossa indignação, nossa saudade  nosso amor e compromisso de seguirmos em frente. Com a força da insígnia que nos anima a nossa homenagem ao doce, bárbaro e instigante guerreiro antimanicomial.

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