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Filarmônica de Minas Gerais recebe o maestro Michal Nesterowicz e o violoncelista Amit Peled
Orquestra apresenta obras de Sibelius, Victor Herbert e Fauré
Dando continuidade à celebração dos 150 anos de Sibelius, a Filarmônica apresenta, nos dias 14 e 15 de maio, pelas séries Presto e Veloce, às 20h30, na Sala Minas Gerais, três de suas obras mais conhecidas – o poema sinfônico Finlândia, a sua última sinfonia, a nº 7 em Dó maior, e a Valse triste. Sob regência do maestro convidado Michal Nesterowicz, a expressão melódica e a riqueza sonora do violoncelo são exploradas no Concerto para Violoncelo nº 2 em mi menor, de Victor Herbert, com participação do solista Amit Peled. A Suíte de Pelléas e Mélisande, de Fauré, completa o programa.
Os concertos são apresentados pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais e contam com o patrocínio da Petronas por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.
O maestro convidado Michal Nesterowicz
Desde que venceu o Concurso de Regência de Cadaques, na Espanha, em 2008, Michal Nesterowicz passou a conduzir muitas das principais orquestras da Espanha, Suíça, Itália, Polônia e Reino Unido, bem como inúmeros outros conjuntos europeus de destaque. Michal Nesterowicz estudou na Academia de Música de Wroclaw, Polônia, seu país natal, e graduou-se na classe de Marek Pijarowski em 1997. Ele foi um dos vencedores do 6º Concurso Internacional de Regência Grzegorz Fitelborg em Katowice, Polônia. Ocupou os cargos de diretor artístico da Orquestra Filarmônica Polaca Báltica, em Gda?sk, Polônia, e regente principal da Orquestra Sinfônica do Chile.
Na atual temporada, Nesterowicz faz sua estreia com a Orquestra Filarmônica de Munique, as sinfônicas das rádios de Colônia (WDR) e de Hamburgo (NDR), a Orquestra Sinfônica de Bilbao, Orquestra Filarmônica de Luxemburgo, Filarmônica de Tampere, Orquestra Filarmônica de Nice e Filarmônica de Minas Gerais. O maestro também retorna à Orquestra Sinfônica de Barcelona, Orquestra Sinfônica da Galícia, na Espanha, Sinfonieorchester Basel, na Suíça, e à Orquestra Real Filarmônica, no Reino Unido.
O violoncelista Amit Peled
Dos Estados Unidos e Europa ao Oriente Médio e Ásia, o violoncelista israelense Amit Peled, um músico de profundo talento e carismática presença de palco, é aclamado como um dos instrumentistas mais fascinantes no mundo dos concertos atualmente. É um forte defensor do rompimento das fronteiras entre artistas e público, sempre tentando promover e compartilhar a música clássica com um público cada vez mais amplo. Durante a temporada 2012/2013, Peled teve a honra de receber o violoncelo que pertenceu ao lendário Pablo Casals, entregue a ele por sua viúva, Marta Casals Istomin. Com o instrumento, Peled fez a abertura do Festival Casals na Espanha, participou de homenagem ao músico no Festival Pablo Casals em Porto Rico e gravou seu quarto CD com a Centauro Records.
Peled tem se apresentado com várias orquestras e nas principais salas de concerto do mundo, tais como Carnegie Hall e Alice Tully Hall, Kennedy Center, Salle Gaveau, Wigmore Hall, Konzerthaus e Mann Auditorium. Possui quatro álbuns pelo selo Centauro Records e um pela Naxos, este com seu trio de piano The Tempest Trio, todos recebidos com entusiasmo. Convidado frequente, Pellet se apresenta e ministramasterclasses em prestigiados festivais de verão, como Marlboro e Newport, Música de Câmara de Seattle, Instituto Internacional de Música Heifetz, festivais Schleswig Holstein e Euro Arts na Alemanha, Festival Gotland na Suécia, Prussia Cove na Inglaterra, The Violoncello Forum na Espanha, Festival e Academia Internacional Mizra, em Israel. Um dos professores de violoncelo mais procurados, Peled é docente do Conservatório Peabody de Música da Universidade Johns Hopkins.
Repertório
A Filarmônica de Minas Gerais presta homenagem ao compositor Jean Sibelius (Finlândia, 1865-1957), celebrando seus 150 anos de nascimento. No início do século, a música clássica vivia um romantismo que, esteticamente, buscava materiais musicais arraigados em tradições regionais. Destacara-se as escolas francesa, espanhola, russa, tcheca e escandinava, na qual despontam os nomes de Edvard Grieg, Carl Nielsen e Jean Sibelius.
Uma das obras mais significativas de Sibelius, Finlândia, será interpretada pela Orquestra. Poema sinfônico composto em 1899, sob o jugo czarista, esta obra relativamente breve parece ter apenas um único propósito: entoar um hino de amor à terra finlandesa. Esse hino aparece explicitamente na seção final da obra. Embora seja invenção original do compositor, não deixa de apresentar traços do folclore nórdico. Talvez daí o fato de ter se tornado uma das melodias mais representativas da cultura musical da Finlândia, concorrendo, entre seus patrícios, com seu próprio hino nacional. Estreada em 1900, em Helsinki, pela Sociedade Filarmônica daquela cidade, sob a regência de Robert Kajanus, em uma Finlândia ainda sob domínio russo, a peça teve que adotar diversos codinomes para que pudesse ser executada sem o veto da censura.
A Sinfonia nº 7 em Dó maior, também de Sibelius, foi terminada em 1924 e estreada em Estocolmo, em 24 de março do mesmo ano, sob a regência do compositor. Calorosamente recebida pelo público escandinavo e, mais tarde, pelo inglês e o norte-americano, foi praticamente ignorada pelos países da Europa central. Embora a primeira menção à Sétima Sinfonia tenha ocorrido em uma carta de Sibelius de 1818 – em que se descobre que o plano original da obra contemplava três movimentos –, fragmentos do material musical utilizado na Sinfonia podem ser encontrados em cadernos de rascunhos do compositor desde o ano de 1914.
Em 1923 o compositor condensou os três movimentos em um único. O resultado, entretanto, está longe de parecer uma simples colagem. Sibelius conseguiu construir uma estrutura complexa ao utilizar aquilo que se convencionou chamar de forma rotacional ou forma cíclica. O resultado sonoro assemelha-se ao aparecimento de constantes flashbacks que se acumulam inusitadamente, como um passado que insiste em retornar constantemente, porém diferente.
A terceira obra do compositor a ser apresentada é Valse triste, célebre por sua beleza e concisão e com traços sintéticos do poema sinfônico. Composta para música de cena de uma peça de teatro do cunhado de Sibelius, Arvid Järnfelt, intitulada Kuolema (Morte), ela acompanha uma cena em que a própria Morte aparece a uma mulher moribunda e com ela dança antes de levá-la consigo. A Valse triste foi composta em 1903 e revisada um ano depois para publicação.
Com participação do violoncelista Amit Peled, será interpretado o Concerto para violoncelo nº 2 em mi menor, de Victor Herbert (Irlanda, 1859 – Estados Unidos, 1924). Victor Herbert viveu sua primeira infância em Londres aos cuidados de sua mãe, viúva, e de seu avô. Por conta do segundo casamento de sua mãe com um médico alemão, Herbert muda-se em 1866 para Stuttgart, onde faz seus estudos musicais e inicia sua carreira profissional. Contratado como Primeiro Violoncelo pelo Metropolitan Opera House de Nova York, muda-se para os Estados Unidos em 1886. Em 1894, finaliza seu Segundo Concerto para Violoncelo e o estreia à frente da New York Philharmonic Orchestra. A coesão e fluência alcançadas agradam o público da época, e a obra torna-se seu maior sucesso orquestral.
A orquestra apresenta também a suíte de Pelléas e Mélisande, de Gabriel Fauré (França, 1845 – 1924).A peça Pelléas e Mélisande do escritor simbolista belga Maurice Maeterlinck, desde sua estreia em Paris, motivou a criação de importantes obras musicais. Para ela, Sibelius compôs uma suíte orquestral. Debussy transformou-a em sua única ópera completa, e Schoenberg converteu o argumento em longo poema sinfônico. Mas Fauré antecedeu a todos, quando aceitou escrever a música incidental para a apresentação inglesa do drama.
Pressionado pelo exíguo prazo de um mês e meio para elaborar a partitura, o compositor acrescentou ao novo trabalho uma Siciliana, publicada anteriormente para violoncelo e piano. E confiou a orquestração a seu aluno Charles Koechlin. Após o sucesso dessa estreia londrina, Fauré filtrou da música de cena uma suíte de quatro peças que ele próprio reorquestrou para formação sinfônica mais ampla.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Hoje em sua sede própria, a Sala Minas Gerais, a Orquestra Filarmônica foi criada em 2008, com o intuito de inserir Minas nos circuitos nacional e internacional da música orquestral. Formada por 90 músicos provenientes de todo o Brasil, Europa, Ásia, Américas e Oceania e sob a direção artística e regência titular do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra rapidamente alcançou reconhecimento do público e da crítica especializada. Administrada pelo Instituto Cultural Filarmônica, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a Filarmônica pauta seu trabalho pela excelência artística e vigorosa programação.
Em 2015 serão 90 concertos, dos quais 57 contam com nomes do cenário mundial como Martin Grubinger, Liza Ferschtman, Leo Gandelman, Elissa Lee Koljonen. Voltam a se apresentar com a Filarmônica Augustin Hadelich, Lilya Zilberstein, Pascal Rogé, Daniel Binelli e Daniel Müller-Schott, além dos brasileiros Nelson Freire, Arnaldo Cohen, Antonio Meneses, Paulo Szot e Cristina Ortiz. Neste ano serão celebrados os 150 anos de nascimento de Sibelius, Dukas e Nielsen e o centenário da morte de Scriabin.
Iniciando seu oitavo ano de vida, a Filarmônica já conta com mais de 500 concertos para um público total de quase 600 mil pessoas, das quais 48,9% participaram gratuitamente, além da criação de 36 mil oportunidades de trabalho indireto. Dentre suas ações de democratização do acesso foram realizadas 69 Turnês Estaduais, alcançando um público de 149.304 pessoas. Os concertos Clássicos na Praça, por sua vez, mobilizaram 82.737 pessoas em 26 apresentações. Mais de 60 mil estudantes e trabalhadores tiveram a oportunidade de aprender um pouco sobre obras orquestrais, contexto histórico musical e os instrumentos de uma orquestra, participando de concertos destinados à educação e formação de público. Em sua primeira turnê internacional, realizada em 2012, a Filarmônica tocou para 6.658 pessoas em apresentações nos míticos teatros Solís, de Montevideo (Uruguai), Colón, de Buenos Aires, além dos teatros de Rosário e Córdoba, na Argentina. Como ações de estímulo à música, a Filarmônica promove o Festival Tinta Fresca, destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade pioneira no Brasil, que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.
Ainda este ano, o público terá a oportunidade de conhecer a trilha sonora criada pelo músico Marco Antônio Guimarães (Uakti) e gravada pela Filarmônica para o novo espetáculo do Grupo Corpo. Outra parceria com um grupo mineiro foi o conto musical Pedro e o Lobo, de Sergei Prokofiev, realizado em 2014 com o Giramundo Teatro de Bonecos. A partir de 2013, a Filarmônica passou a gravar comercialmente. Em seu primeiro CD, a Nona Sinfonia de Schubert. Com o selo Naxos, três discos com obras de Villa-Lobos.
Sua constante preocupação com a qualidade foi reconhecida por importantes premiações: em 2012 recebeu o Prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra brasileira; em 2010 foi eleita como melhor grupo musical erudito do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); e seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes em 2009 como melhor regente brasileiro.
Foto: Divulgação
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