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O filósofo e professor italiano Sérgio Givone aborda niilismo e terrorismo nas conversas ítalo-brasileiras
O programa integra as comemorações do ano da Itália na América Latina e traz importantes pensadores italianos à Casa Fiat de Cultura
O filósofo e professor de estética da Universidade de Florença, Sérgio Givone, considerado um dos grandes pensadores sobre niilismo da atualidade, é o próximo convidado dasConversas Ítalo-Brasileiras, no dia 12 de maio, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura. Com a conferência “Niilismo e Terrorismo”, Givone estabelece a relação existente entre o niilismo, o terrorismo e o pensamento trágico. A palestra é uma realização da Casa Fiat de Cultura em parceria com o Consulado da Itália em Belo Horizonte e o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo e faz parte das Conversas Ítalo-Brasileiras, programação que integra as atividades da Casa Fiat de Cultura no Ano da Itália na América Latina. A palestra, gratuita, terá tradução simultânea e está sujeita à capacidade do espaço (250 lugares).
Para o palestrante, o niilismo, embora identificado com o pensamento de Nietzsche, não tem nada a ver com a dissolução da verdade presente na morte de Deus, mas sim com sua restauração. A restauração da verdade como absoluta, colocada por meio da ciência, estabelece também uma aproximação do homem a Deus. A potenciação do discurso único da verdade como o único a valer potencializa, por sua vez, o desencanto e o desespero – como ocorre com os personagens terroristas de Dostoievski – e, além disso, coloca à margem as vozes dissonantes, destinadas a emudecer.
O filósofo explica que, ao matar Deus, o niilismo também mata o mal, mas este não deixa de atuar como mal, entrando apenas na ordem natural das coisas. Desaparecida a ideia do mal, desaparece ao mesmo tempo aquela de culpa: tanto a ideia fundada no pensamento trágico grego quanto a fundada no pensamento trágico do Cristianismo. Todo esse raciocínio tem origem numa importante omissão do niilismo e “mais importante que aquilo que o niilismo diz é aquilo que o niilismo não diz. Para realizar seu projeto de reconciliação com a mortalidade e a finitude, o niilismo cala sobre um ponto decisivo: o escândalo do mal”, ressalta Givone.
Sergio Givone
Formou-se em Turim com Luigi Pareyson, lecionou em Perugia, Turim e Florença onde, atualmente é docente de estética na Faculdade de Letras e Filosofia. Em 1982-83 e em 1987-88 foi Humboldt-Stipendiat junto à Universidade de Heidelberg. Alguns de seus trabalhos versam sobre a obra de Dostoievski, em uma releitura sob a ótica do problema do niilismo europeu. Desta reflexão nasce, também, sua pesquisa sobre a história do nada e suas implicações em relação a um novo pensamento trágico. Escreveu também romances, em que aparece uma forte presença da filosofia e a marca da literatura russa. Colabora com o jornal italiano Repubblica. Em 4 de julho de 2012 foi nomeado Secretário da Cultura da cidade de Florença
Casa Fiat de Cultura
Há 10 anos, a Casa Fiat de Cultura cumpre importante papel na transformação do cenário cultural mineiro, ao apresentar, em Belo Horizonte, mais de 20 importantes exposições, de renomados artistas brasileiros e internacionais. A grande arte de Caravaggio, Chagall, De Chirico, Rodin, Tarsila do Amaral e outros pôde ser apreciada e discutida de forma gratuita ao longo dos anos, por todos os públicos, de todas as idades e classes sociais. Sempre com mostras inéditas, a instituição desenvolve um Programa Educativo que é peça fundamental nesse trabalho de valorização e de ampliação do conhecimento proporcionado a seu público. Para cada exposição, são idealizados conceitos e temáticas a serem trabalhados em atividades educativas, em um modelo de Ateliê Aberto, que proporciona aos visitantes um espaço de experimentação livre e de participação nos processos do fazer criativo. Cerca de 800 mil pessoas já visitaram a Casa Fiat de Cultura e mais de 300 mil pessoas participaram das atividades educativas. Para cada público, uma abordagem especial é adotada, com o intuito de encantar e transformar, de maneira positiva, o imaginário de cada visitante. É com esse espírito de envolvimento e inclusão que a Casa Fiat de Cultura tornou-se referência no Brasil, por meio da arte e da cultura, ao proporcionar experiências memoráveis ao público.
Foto: Divulgação
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