Notícias
15ª edição da Mostra do Filme Livre no CCBB Belo Horizonte, a partir de 25 de maio
De filmes infantis, passando por videoartes e contando até com obras de terror, a 15a edição da Mostra do Filme Livre acontece em Belo Horizonte de 25 de maio a 13 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Na programação estão 35 longas e mais de 150 curtas e médias dos mais diferentes gêneros, formatos e temas, promovendo debates e uma oficina de vídeo. São obras recebidas de várias partes do país e muitas delas terão a MFL como sua única exibidora. A edição 2016 da Mostra do Filme Livre começou no Rio de Janeiro (09 de março a 11 de abril), passou por São Paulo (16 de março a 07 de abril), Brasília (13 de abril a 02 de maio) e finaliza seu circuito de exibição nos CCBBs em Belo Horizonte (25 de maio a 13 de junho). A abertura da edição 2016 da MFL será no dia 25 de maio, às 16h, 18h e 20h, no Teatro II do CCBB BH, com exibição de variados filmes, curtas e longas, culminando, às 20h, com os filmes da sessão Panorama Livre 1, composta por Je Proclame La Destruction, de Arthur Tuoto; o premiado na MFL este ano, Subsolos, de Simone Cortezão; e Auto Copa Park, de João Atala.
Depois de ser apresentada nos CCBBs, a MFL percorrerá o circuito de Cineclubes Livres, que em 2015 teve 2.700 espectadores em mais de 60 cidades. A MFL é a maior e a mais abrangente mostra de cinema brasileiro por conta da extensa variedade de produções que exibe e do tempo que fica em cartaz, seis meses.
Há quinze anos na difusão de filmes livres, a MFL hoje é a maior e a principal vitrine para o cinema independente feito no Brasil, tendo já feito homenagens a grandes nomes do cinema de invenção brasileiro, como Eiseu VISCONTI, Andrea TONACCI, Edgard NAVARRO, Maurice CAPOVILLA e Carlos Alberto PRATES. “Somos um espelho da complexidade do cinema de baixa grana e alta inventividade, um cinema livre, feito no Brasil. Fomos e então somos pioneiros nessa abordagem, hoje felizmente espalhada por mais e mais lugares, sendo relevante pra cada vez mais gente. Na MFL pensamos e mostramos um cinema transformador de mundos e destinos, de quem faz filmes e de quem os assiste. Já exibimos mais de 3 mil títulos, a maioria só sendo exibida por nós e de certa forma indicamos a seus realizadores que vale a pena investir seu tempo, sua grana e sua gana para realizar suas ideias, seus sonhos de expressão, torná-los filmes, pois há quem os valorize, quem os queira exibir e debater, quem sabe até premiar”, diz Guilherme Whitaker, diretor e um dos curadores da mostra, ao lado de Gabriel Sanna, Chico Serra, Diego Franco, Ricardo Mansur, Christian Caselli e Pedro Dantas.
Nesta edição, a MFL teve 1.342 filmes inscritos, sendo a grande maioria (83%) realizados sem verbas governamentais. “De curtas infantis (alguns feitos por crianças) a longas de horror, sem esquecer os documentários e as videoartes e abstrações que passam em loop nas Cabines Livres, tem de quase tudo na MFL. E olha que apenas 15% dos inscritos foram selecionados. São quase 200 filmes que mostram a versatilidade, a potência e a poesia do cinema possível brasileiro”, afirma Guilherme.
Este ano a Mostra do Filme Livre traz, de forma inédita, cinco longas-metragens estrangeiros da Argentina, Chile e Espanha. Em Belo Horizonte, assim como nas outras cidades sede, com exceção de Brasília, haverá uma sessão especial de produções locais. A sessão Curta Minas passa no primeiro dia às 18h, antes da sessão de abertura oficial, às 20h.
PROGRAMAÇÃO
Os filmes da MFL são distribuídos em sessões diversas. Longas Livres (os longas mais significativos na opinião da curadoria), Panoramas Livres (os curtas e médias que mais instigaram a curadoria, de onde saem a maioria dos premiados de cada edição), Mundo Livre (com filmes feitos por brasileiros no exterior), Pílulas (com 19 filmes de até três minutos), Outro Olhar (filmes que a curadoria identificou uma qualidade de invenção e esforço no sentido de experimentar a linguagem audiovisual).
A tradicional Mostrinha Livre (sessões para crianças) vem novamente com curtas voltados ao público infantil, aCabine Livre será montada em um espaço especialmente para a exibição em loop de obras de videoarte, e na mostra Coisas Nossas o público poderá conferir filmes feitos pelos curadores e pela produção da MFL. Já a sessão Caminhos apresenta filmes realizados em oficinas e escolas de cinema e o recorte Trash ou Cinema de Gênero? Traz 5 sessões de cineastas livres que flertam pelo trash, maneira como vários produtores começam sua carreira. Assim, a Mostra do Filme Livre abre a discussão sobre o preconceito que existe em se fazer cinema de gênero no Brasil, que muitas vezes é associado – pejorativamente – ao termo “trash”.
Em Belo Horizonte também acontece a mostra Curta Minas, com exibição das produções locais Arrudas, de Sávio Leite; José Baleia, de Júlio Cruz; Max Uber, de André Amparo; e Marx Pode Sair, de Carol Caniato, Eduardo Malvacini, Otávio Campos. Além destes, entre os filmes mineiros que fazem parte da edição 2016 da MFL estãoU: Réquiem para uma cidade em ruínas, de Pedro Veneroso (sessão seguida de debate com o diretor); Curta Memória, de Arthur Benfica Senra; Bucólica 3, de Joacélio Batista; Quintal, de André Novais Oliveira; e os curtas infantis da série Cabeça de Ovo, de Erick Rocco.
DESTAQUES
Os Destaques deste ano põe em foco a obra dos cineastas Cristiano Burlan, Pedro Dantas, Louise Botkay e osAutores Livres trazem curtas e longas de diretores já homenageados e/ou premiados nas MFLs anteriores, como Helena Ignez, Dellani Lima e Petrus Cariri.
De acordo com o cineasta, professor e crítico de cinema brasileiro Marcelo Ikeda, em pouco tempo Cristiano Burlan realizou um conjunto de filmes livres que alargam o território do cinema paulista, ainda muito contaminado com as ideias de mercado e de um cinema para o “respeitável público”. “Burlan vem desenvolvendo uma filmografia intensa. Depois do impactante Mataram Meu Irmão e sua veia documental biográfica direta, vieram filmes de ficção como Amador e Sinfonia De Um Homem Só e Fome, que apontam para outros caminhos. Um filme por ano, às vezes até mais de um longa por ano. A liberdade e a energia de Burlan merecem ser melhor acompanhadas e estão sendo reconhecidas pela MFL”, destaca Ikeda.
O paulistano Pedro Dantas, que reside em Santiago, no Chile, já exibiu diversos filmes na MFL e este ano ganhoiu duas sessões com seus filmes. Para Christian Caselli, desde a primeira vez que a curadoria da MFL se deparou com a obra de Pedro Dantas, percebeu que um documentário sóbrio e investigativo – e muitas vezes feito praticamente sozinho e na raça - pode muito bem ser encarado na utópica categoria de filme livre. “O cara é do mundo. Ou melhor: mais especificamente de la latinamérica. O quanto os seus filmes conseguem abordar com profundidade questões tão cruciais de nossos hermanos, vizinhos tão próximos, mas de quem sabemos tão pouco. Por que este distanciamento todo? Por que os brasileiros sequer se consideram latinos? Qual foi o processo de colonização cultural que nos manteve tão alheios? É hora de corrigir isso; atitude que os filmes de Dantas têm de sobra”, destaca Caselli, um dos curadores e criador das vinhetas da MFL.
Já Louise Botkay estudou na Escola Nacional de Cinema da França. Realiza fotos e filmes usando telefone celular, vídeo, película super-8, 16mm e 35mm, muitas vezes revelados “à mão”. Desenvolveu trabalhos em países como Haiti, Congo, Níger, Chade, Holanda, França e Brasil. Seus filmes foram selecionados e premiados em diversos festivais de cinema. Ela é destaque da programação da sessão Mundo Livre.
Autores Livres traz curtas e longas de diretores já homenageados e/ou premiados nas MFLs anteriores. Entre eles estão: Helena Ignez, Camilo Cavalcante, Gustavo Spolidoro, André Novais Oliveira e Dellani Lima (estes dois bastante conhecidos no meio audiovisual mineiro).
PREMIADOS
Os 10 filmes premiados este ano são os longas nordestinos O Signo das Tetas, de Frederico Machado e A Seita, de André Antônio. E os curtas e médias Escape From My Eyes, de Felipe Bragança; O Rosto da Mulher Endividada, de Renato Sircilli e Rodrigo Batista; Subsolos, de Simone Cortezão; Carruagem Rajante, de Jorge Polo e Lívia de Paiva; Monstro, de Breno Batista; Outubro Acabou, de Antonio Karen Seabra, Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes; Parque Soviético, de Karen Black; e Ruby, de Guilherme Soster, Jorge Loureiro e Luciano Scherer.
NOVIDADES
Este ano a MFL conta com novas sessões. A começar pela Panaméricas Latinas, resultado da expansão da mostra pela América Latina ao longo das últimas edições. Pela primeira vez foram selecionados filmes livres de países vizinhos. São 5 longas, sendo 2 chilenos, 2 argentino e 1 espanhol. Outra sessão inédita também em Belo Horizonte é a Biografemas, conjunto de filmes que traçam um diálogo com obras de outros artistas em diferentes tempos e linguagens.
Territórios é composta por filmes que partem de questões locais muito específicas, mas que têm em comum a busca por um tempo inerente a cada espaço filmado. De novidade, a MFL traz, ainda, a sessão Sonoras, que lança um olhar bastante peculiar na multiplicidade e nas idiossincrasias da música brasileira contemporânea, com 2 sessões, uma de FUNK e outra com o raper paulista SABOTAGE.
A Mostra do Filme Livre é produzida pela WSET (que também realiza no Brasil as mostras completas dos cineastas David Cronenberg e Michael Haneke, entre outros eventos audiovisuais) com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo (Minc).
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.