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BH recebe a Mostra do Filme Livre 2015 em junho
Principal mostra de filmes independentes realizada no País acontece na capital mineira de 3 a 22 de junho, no CCBB-BH; na programação estão mais de 200 filmes e sessão de abertura traz o longa “O Tempo não existe no lugar em que estamos”, de Dellani Lima
Belo Horizonte recebe de 3 a 22 de junho, a 14ª edição da Mostra do Filme Livre, no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários ). Na programação estão mais de 200 filmes independentes de todos os formatos, gêneros e durações. São obras recebidas de várias partes do país e muitas terão a MFL como sua única exibidora. A chance de ver toda essa produção independente do cinema nacional começou no Rio de Janeiro (11 de março a 5 de abril) e depois seguiu para Brasília (8 a 27 de abril), São Paulo (29 de abril a 25 de maio) e finaliza seu circuito de exibição em BH (3 a 22 de junho). Todas as sessões da Mostra são gratuitas e a programação pode ser conferida na íntegra em www.mostradofilmelivre.com. A abertura da MFL será no dia 01 de junho (segunda-feira), às 19 horas, no CCBB-BH, com a exibição do longa “O Tempo não existe no lugar em que estamos”, do diretor paraibano (e radicado em BH) Dellani Lima.
Homenagem ao Capô - A edição deste ano da MFL homenageia o cineasta paulistaMaurice Capovilla, o Capô, que possui uma ampla trajetória na defesa de um cinema de expressão livre, atuando não só na realização para cinema e televisão, mas também como crítico e professor. Como realizador, iniciou no documentário, influenciado pelo argentino Fernando Birri e a Escola de Santa Fé.
A MFL apresenta sete sessões com as mais expressivas obras do diretor, entre elas: “Subterrâneos do Futebol”(1964), que integra o grupo de médias-metragens produzidos por Thomas Farkas, entre 1964 e 1965, e é um dos marcos pioneiros do “cinema verdade” no país; “O Profeta da Fome”, cult-movie de 1970 estrelado por José Mojica Marins, o famoso “Zé do Caixão”, mas que no filme faz papel de um faquir; “O Jogo da Vida” (1977), com Maurício do Valle, Gianfrancesco Guarnieri e Lima Duarte; e o mais recente “Nervos de Aço”, sobre Lupicínio Rodrigues e estrelado por Arrigo Barnabé, que será lançado comercialmente este ano e também será exibido na MFL, em Belo Horizonte. O diretor fala sobre seus filmes, desafios e trajetória no cinema no dia 20 de junho, às 18h30.
Retrospectiva do mineiro Carlos Magno – Outro destaque da MFL é a retrospectiva de curtas do realizador mineiro Carlos Magno Rodrigues. Formado em Artes Visuais pela UFMG, o diretor chama a atenção pela forma autoral e o tom quase confidencial de seus primeiros vídeos. Nos anos 2000, com a proliferação de festivais e mostras, seu trabalho cavou um espaço importante na cena e hoje, após 20 anos e diversos prêmios e homenagens, é tido como um dos alicerces do cinema de autor no Brasil, especialmente quando se pensa em curta-metragem. Carlos Magno participa de um debate no dia 17 de junho, às 20 horas.
Durante a MFL, o público confere os seguintes curtas dirigidos por Carlos Magno: “Andrômeda – a menina que fumava sabão” (2009, 15 min); “1976 – Lugar sagrado” (2010, 6 min); “Alexandre Illich” (2008, 12 min);“Sebastião, o homem que bebia querosene” (2007, 10 min); “IGRREV – Igreja Revolucionária dos Corações Amargurados” (2007, 15 min); “Antes de tudo” (2004, 5 min); “Imprescindíveis” (2003, 5 min); “Coração Rebelde” (1999, 2 min); “O Corte de cabelo do diabo” (1998, 5 min); “Para quem enxerga e não entende bem as palavras” (1997, 5 min); e “Michelangelo Antonioni” (1995, 3 min).
Filmes mineiros na programação - Durante a MFL serão exibidos ainda outros 16 filmes (longas, médias e curtas-metragens) produzidos em Minas Gerais: Os longas “Ela volta na quinta”, de André Novais Oliveira (108 min); “A Mulher que amou o vento”, de Ana Moravi (67 min); “Ruídos Mudos”, de Haendel Melo (23 min) PREMIADO NA MFL2015 ; “Tigre”, de João Borges (15 min); “O Bagre africano de Ataléia”, de Aline X e Gustavo Jardim; e os curtas “Os cantos da terra livre”, de Gabriel Bilig (27 min); “Brisa secreta das alturas”, de Fábio Carvalho (14 min); “Vila-Aeroporto”, de Danilo Vilaça (10 min);“Tormenta”, de Fernanda Salgado e Fernando Mendes (14 min); “A Varinha Mágica”, de Ramon Faria (5 min);“Atemporal”, de Sara Não Tem Nome (1 min); “Texto Simples”, de Francisco Franco e Josimar Freira (3 min);“Sandra Espera”, de Leonardo Amaral (20 min); “A mudança”, de Erick Ricco (25 min); e “Guignard Imaginário”, de Isabel Lacerda (26 min).
Números e Destaques - A MFL é produzida pela WSET (que também realiza no Brasil as mostras completas dos cineastas David Cronenberg e Michael Haneke, assim como a mostra Cinema de Garagem, entre outros eventos audiovisuais) com patrocínio do Banco do Brasil através da Lei de Incentivo à Cultura.
Sob a curadoria de Marcelo Ikeda, Chico Serra, Guiwhi Santos (Guilherme Whitaker), Christian Caselli, Gabriel Sanna e Ricardo Mansur, a MFL é a maior e a mais abrangente mostra de cinema brasileiro por conta da extensa variedade de produções que exibe. Em relação a 2014, neste ano o número de inscritos aumentou 40%, um recorde. Os filmes serão exibidos de acordo com suas características (sendo que, na maioria das vezes, não entraram em exibição no circuito comercial).
“Este ano recebemos 1460 filmes. Dos 209 selecionados, apenas 49, ou seja, 23%,utilizaram verbas públicas na produção. As demais foram feitas sem essa grana, mas com muita gana. A MFL é o único evento de cinema que admite filmes de todos os formatos, gêneros e durações, além de aceitar filmes de qualquer época. A maioria dos festivais aceita obras realizadas no máximo há dois anos”, explica Guilherme Whitaker, criador e organizador da MFL.
“Em 13 edições, nosso público foi de 55 mil pessoas, que viram mais de 3 mil filmes. No ano passado o circuito de Cineclubes da MFL chegou a 25 cidades com público de 2,3 mil pessoas. Este ano vamos repetir a ação e queremos ampliar as salas de exibições”, ressalta. A mostra disponibiliza a lista de todos os filmes inscritos no site: http://mostradofilmelivre.com/15/selecionados.php.
Programação - A MFL distribuiu os filmes em sessões diferenciadas como Longas Livres (os longas mais significativos na opinião da curadoria); Panoramas Livres (os curtas e médias que mais instigaram a curadoria, de onde saem a maioria dos premiados de cada edição); Mundo Livre (com filmes feitos por brasileiros no exterior); Pílulas (com filmes de até três minutos – em 2015 essa sessão terá um prêmio oferecido pelo site “Curta o Curta” no valor de R$ 500,00 para quatro curtas); Sexuada (com filmes de temática sexual); Outro Olhar(filmes de todo o Brasil que não se encaixaram nas demais sessões da MFL); e Cabine Livre (há 3 anos a MFL criou esse espaço para a exibição, em loop, de filmes voltados para a videoarte, que passam o dia inteiro em cabines individuais e/ou em salas adaptadas para esse fim - a forma da cabine depende de cada CCBB).
Os estudantes também têm seu espaço na MFL, com as sessões Caminhos 1 e 2, que acolhem filmes feitos em oficinas e ou escolas de cinema. A sessão Coisas Nossas (ou sessão “dando a cara à tapa”, como a organização da MFL costuma chamar) exibe filmes feitos pelos curadores da MFL. É a chance de o público assistir a curtas feitos por quem faz a MFL acontecer.
A sessão Autores Livres exibe filmes da nova safra de autores veteranos e para as crianças de até dez anos há ainda duas sessões da Mostrinha Livre, que exibe filmes para a garotada. Na sessão Ser ou Não Ser Trash não trará tanto sangue e tripas saltando pela telona. Foram poucas as inscrições de filmes nesse gênero. No entanto ela está muito bem representada por cineastas que vêm se destacando no gênero, como Petter Baiestorf, Rodrigo Aragão e Joel Caetano, entre outros. Para contemplar produções que tratam de temas da política atual, com filmes munidos por um desejo de urgência, que os torna potentes, sem ter linguagem jornalística ou ligação partidária, foi criada a sessão Polytikas. O melhor de tudo (além da programação para todos os gostos e estilos)? É tudo gratuito!
Em cada cidade-sede também serão realizadas sessões especiais com exibição de produções locais de RJ, SP, DF e MG. A mostra exibe longas, médias e curtas, sempre destacando filmes que fujam do lugar comum narrativo, estético e/ou em seus modelos de produção. “As pessoas têm produzido muitos filmes, mas as produções muitas vezes enfrentam dificuldades para chegar ao grande público. A MFL nasceu há 14 anos para dar espaço, voz e poder a esses filmes, buscando chamar a atenção para essas obras e seus realizadores, que geralmente fazem seus filmes sem nenhum tipo de verba e ou aporte de leis de incentivo”, complementa Guilherme Whitaker.
Confira os debates da MFL em BH
06 de junho – 15 horas – Políticas Audiovisuais – Sobre a atual política audiovisual
17 de junho – 20 horas - Carlos Magno - Após a sessão de curtas do diretor, debate com mediação de Gabriel Sanna, curador da MFL.
20 de junho – 18h30 - Capovilla – Com o cineasta e mediação de Ewerton Belico.
Oficinas e cursos - Todos os anos a MFL realiza ações de formação de novos realizadores. Em 2015, em BH, Christian Caselli ministra a Oficina de Vídeo. Inscrições pelo site da MFL (www.mostradofilmelivre.com), com prazos limitados e sujeito a lotações.
Foto: Site/Mostra do Filme Livre 2015
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