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Centenário de Sidney Lumet, diretor de clássicos como “Doze Homens e uma Sentença” e “Um Dia de Cão”, é celebrado em mostra no Cine Humberto Mauro
Cineasta nova-iorquino de criação é reconhecido como um dos maiores diretores da era moderna do cinema; exibições da mostra “Lumet: Os Desafios Humanos” ocorrerão de 14 de maio a 4 de junho
“Nova Iorque está repleta de realidade; Hollywood é uma terra de fantasia”. É nisso que acreditava o cineasta Sidney Lumet. Um dos mais prolíficos diretores da era moderna do cinema, Lumet fez mais de um filme por ano desde sua estreia no ano de 1957. Para celebrar seu centenário, o Cine Humberto Mauro realizará uma mostra com os filmes mais marcantes do diretor, como "12 Homens e Uma Sentença" (1957), "Serpico" (1973) e "Rede de Intrigas" (1976). A seleção das obras, que serão exibidas de 14 de maio (terça-feira) a 4 de junho (terça-feira), visa destacar a forma como Lumet utilizou os dilemas humanos como base para criar narrativas extraordinárias ao longo de sua carreira. Por meio de seus filmes, é possível mergulhar nas complexidades dos desafios humanos, explorando tramas elaboradas que ecoam nas sociedades e nas relações interpessoais. O Cine Humberto Mauro fica localizado no Palácio das Artes, e tem entrada gratuita, com retirada de ingressos a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema. Além das exibições, haverá um dossiê de textos críticos e ensaios sobre a obra do diretor, organizado pela pesquisadora Yasmine Evaristo. O conteúdo estará disponível na plataforma CineHumbertoMauroMAIS.
Um dos filmes mais emblemáticos de Lumet é "12 Homens e uma Sentença", drama jurídico que se desenrola inteiramente dentro de uma sala do júri. O filme é aclamado pela sua direção precisa, diálogos afiados e performances brilhantes, e é considerado um dos maiores filmes de tribunal já feitos. Outra obra notável de Lumet é "Rede de Intrigas", um drama satírico que examina o sensacionalismo na mídia televisiva. Lumet também dirigiu "Serpico", estrelado por Al Pacino, que retrata a história real de um policial honesto que enfrenta a corrupção dentro do Departamento de Polícia de Nova Iorque. O filme é elogiado por sua narrativa envolvente e pela performance intensa de Pacino. Outros longas-metragens marcantes de Lumet incluem "O Príncipe da Cidade" (1981), "O Veredito" (1982), "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto" (2007) e muitos outros.
O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam “Lumet: Os Desafios Humanos”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal e correalização da APPA – Arte e Cultura. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.
Os desafios humanos na obra de Lumet – A carreira de Sidney Lumet, que começou no teatro off-Broadway, rapidamente se expandiu para a televisão, onde demonstrou sua eficiência como diretor. No entanto, foi com seu primeiro filme, "Doze Homens e uma Sentença", que Lumet consolidou sua reputação como um diretor de destaque. Este filme foi reconhecido, principalmente, pelas interpretações do elenco e lançou o realizador como líder de uma onda de diretores que transitaram com sucesso da televisão para o cinema. Por ter sido um dos cineastas mais constantes e competentes da última metade do século XX, recebeu em 2005 um Oscar Honorário por seus “brilhantes serviços aos roteiristas, artistas e à arte do cinema”.
As obras de Lumet abordam temas como corrupção, racismo e desigualdade social. De acordo com os historiadores de cinema Gerald Mast e Bruce Kawin, a sensibilidade de Lumet para com os atores e os ritmos da cidade, juntamente com seu compromisso com a responsabilidade ética, fizeram dele um dos principais descendentes da tradição neorrealista dos anos 1950. “Nos anos 80, depois que a Nova Hollywood acabou, foi cada vez mais comum os diretores fazerem filmes visando um mercado intergeracional, ou seja, aqueles filmes que agradam adultos e crianças, mas Lumet sempre se manteve no foco do cinema adulto, com filmes maduros, que abordam a sociedade em diversos aspectos. Ele trouxe um legado muito importante de como dirigir temas delicados e polêmicos”, explica Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra.
Para Yasmine Evaristo, organizadora do dossiê sobre o cineasta, celebrar o centenário de Sidney Lumet é mergulhar em um universo de emoções e reflexões. “Meu primeiro contato com suas obras clássicas, como ‘Um Dia de Cão’ e ‘12 Homens e uma Sentença’, aconteceu quando eu trabalhava em uma videolocadora, onde pude ter acesso e apreciar sua habilidade em extrair interpretações fortes e marcantes de seus atores. Lumet é um mestre do realismo urbano, utilizando Nova Iorque como pano de fundo para explorar temas como sofisticação e decadência, sejam elas arquitetônica, pessoal ou moral. Sua cinematografia captura a cidade agitada, pulsante de energia caótica e ansiedade, bem como aborda o conflito entre presente e passado, a idealização e o medo do desconhecido que está por vir. A mostra certamente será uma viagem cativante através do legado duradouro de Lumet”, adianta a pesquisadora.
CINE HUMBERTO MAURO – Um dos mais tradicionais cinemas de Belo Horizonte, o Cine Humberto Mauro foi inaugurado em 1978. Seu nome homenageia um dos pioneiros do cinema brasileiro, o mineiro Humberto Mauro (1897-1983), grande realizador cinematográfico. Com 129 lugares, possui equipamentos de som Dolby Digital e para exibição de filmes em 3D e 4K. Nestes 45 anos de existência, a Fundação Clóvis Salgado tem investido na consolidação do espaço como um local de formação de novos públicos a partir de programação diversificada, bem como através da criação de mecanismos de estímulo à produção audiovisual, com a realização do tradicional FestCurtasBH – Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, e o Prêmio Estímulo ao Curta-metragem de Baixo Orçamento. O Cine Humberto Mauro também é um importante difusor do conhecimento ao promover cursos, seminários, debates e palestras. Sessões permanentes e comentadas também têm espaço cativo a partir das mostras História Permanente do Cinema, Cinema e Psicanálise, Curta no Almoço, entre outros. Todas as atividades do Cine Humberto Mauro são gratuitas.
FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.
Mostra “Lumet: Os Desafios Humanos”
Data: 14 de maio (terça-feira) a 4 de junho (terça-feira)
Horários: Variáveis
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537, Centro, Belo Horizonte)
Classificações Indicativas: Variáveis
Entrada gratuita, com retirada de ingressos a partir de 1 hora antes de cada sessão, na bilheteria do cinema
Informações para o público: (31) 3236-7400
Foto: Sidney Lumet
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