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“Capital” abrirá temporada de exposições do Mostras BDMG

O artista Ricardo Burgarelli mostrará seu trabalho de gravuras na Galeria de Arte do BDMG Cultural

A primeira exposição selecionada pelo programa Mostras BDMG, em 2014, é “Capital”, de Ricardo Burgarelli. O trabalho será apresentado de 15 de maio a 8 de junho, diariamente, de 10 às 18 horas, na Galeria de Arte do BDMG Cultural. A abertura acontecerá na quarta-feira, 14 de maio, às 19 horas. O público poderá conferir gravuras e instalações, com impressões que estampam faces de opressores históricos além de trecho do filme A quem pertence o mundo, de 1931, com roteiro de Bertold Brecht.

 

O artista, mineiro de Diamantina, foi escolhido dentre as 91 propostas analisadas pela comissão julgadora independente do programa, formada por José Alberto Nemer, Ana Cristina Brandão, Marcos Hill e Sandra Bianchi. Na exposição serão 20 impressões de cédulas financeiras, com rostos de conquistadores, colonizadores, ditadores, generais, chefes de estado e indivíduos condenados por crimes de lesa-humanidade. Dentre as cédulas, cinco brasileiras e 15 de diferentes países, com rostos de Muammar Kadafi, Sadam Husseim e até a Rainha Elizabeth II.

 

Nas cédulas brasileiras, faces familiares, conforme descrição de Ricardo Burgarelli. “A presença do General Castelo Branco, primeiro presidente após a o golpe que instituiu o regime militar em 1964,  destaca a importância de uma retomada crítica a respeito do episódio que completou 50 anos neste ano de 2014”, afirma o artista. Os rostos nas impressões estão ligados a situações do passado, a exemplo do rei Luis XVI, linchado publicamente quando, ao fugir de Paris, disfarçado com roupas de plebeu, teve o seu rosto reconhecido pela representação nas moedas. Há também ilustrações com cédulas de “zero cruzeiros”, estampadas com a imagem de um índio e de um louco, duas minorias oprimidas.

 

Ainda de acordo com Burgarelli, “Capital é inspirada na máxima do materialismo histórico, na qual a disciplina histórica como conhecemos é construída pela ótica dos vencedores de uma época, e os que se perpetuam até hoje são parte dessa tradição. Os que oprimem hoje carregam o peso das opressões do passado, e os oprimidos de agora são dotados potencialmente da força revolucionária dos oprimidos de outrora”.

 

No fragmento extraído do filme, que se passa na Alemanha pós-crise de 1929, ocorre uma discussão em um vagão de metrô sobre a queima de toneladas de café no Brasil, a fim de evitar a queda do preço decorrente da crise financeira mundial.

 

Conheça mais sobre Ricardo Burgarelli

Ricardo Burgarelli é mestrando em artes plásticas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Realizou exposições individuais no Museu Memorial Minas Gerais Vale, no Espaço TIM UFMG do Conhecimento e na Galeria do Centro Cultural da UFMG. O artista plástico recebeu o Prêmio Aquisição, no I Prêmio Camelo de Artes Visuais, com o trabalho “América, Sacco e Vanzetti não podem morrer”; e pelo Museu Nacional do Conjunto Cultural da República, o Prêmio de Arte Contemporânea do Distrito Federal, com ”Arquivo de Obras em Acabamento”. Atualmente, participa da residência artística Bolsa Pampulha e foi selecionado no edital Arte e Patrimônio 2013, do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN), com o projeto “Arquivo Clevelândia”, em realização conjunta com Luísa Horta.

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