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A primeira edição de 2024 da série “Concerto nos Parques” (anteriormente “Concertos no Parque”) vai reunir diversos talentos na celebração de uma data especial. O maestro convidado Oliver Weder (Alemanha), pela primeira vez no Brasil, rege a Orquestra Sinfônica (OSMG) e o Coral Lírico de Minas Gerais (CLMG) em um concerto comemorativo do Dia das Mães. A apresentação acontece no dia 12 de maio (domingo), às 10h30, no Parque Municipal Américo Reneé Giannetti, Centro de Belo Horizonte. No repertório, a abertura da ópera “Nabucco”, do italiano Giuseppe Verdi (1813-1901), e ainda árias e coros de “Le Villi” (“As Fadas”), “Madama Butterfly”, “La Rondine” (“A Andorinha”), “Turandot” e “Tosca”, todas compostas pelo também italiano Giacomo Puccini (1858-1924), neste ano que marca o centenário de sua morte. Em alguns trechos, os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado serão acompanhados pelos solistas Melina Peixoto e Pedro Vianna, que fazem parte do CLMG. Já no fim da apresentação, o público poderá ouvir trechos da “Sinfonia nº 9” (“do Novo Mundo”), do compositor tcheco Antonín Dvořák (1841-1904). A entrada no concerto é gratuita, e a classificação do evento é livre.

Oliver Weder é Maestro Titular de uma das orquestras mais antigas da Alemanha, a Orquestra Sinfônica de Thüringen (cuja história remonta ao século XVII), e Diretor Geral de Música do Teatro de Rudolstadt, na cidade homônima. O regente conta que está animado para chegar a Minas Gerais e ao Palácio das Artes. “Só conheço sua maravilhosa maestra Ligia Amadio, e ela me convidou e confiou em mim para reger seus incríveis músicos. Sou um maestro de ópera, e vocês têm um grande coral, então foi uma escolha natural colocar trechos de coros de óperas célebres de Giacomo Puccini na primeira parte do programa. Acho que o público reconhecerá a música e espero que goste. E como precisávamos de uma segunda parte igualmente popular, o que poderia ser melhor do que a ‘Sinfonia do Novo Mundo’, de Antonín Dvořák?”, explica Weder. Pelo nome, a sinfonia pode não parecer tão familiar para o público, mas é frequentemente usada no cinema e está presente na trilha sonora de filmes como “Os Infiltrados” (2006), “Quarteto Fantástico” (2005) e “Barbie como Rapunzel” (2002).

O Ministério da Cultura, o Governo de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado, apresentam “Concerto nos Parques – Homenagem ao Dia das Mães”. As atividades da Fundação Clóvis Salgado têm Patrocínio Master da Cemig e Instituto Cultural Vale, Patrocínio Prime do Instituto Unimed-BH e da ArcelorMittal e correalização da APPA – Cultura e Patrimônio. Governo Federal, Brasil. União e Reconstrução.

Um domingo para celebrar – Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini são dois dos mais renomados compositores italianos e ambos deixaram um legado duradouro na ópera e na música clássica em geral. A primeira obra a ser interpretada no Parque Municipal será a introdução de “Nabucco”, de Verdi, ópera que foi um ponto de virada crucial na carreira do autor, resgatando-o de um período difícil em que considerou abandonar a música. Esta obra, que narra a situação dos hebreus exilados de sua terra natal pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor II, é reconhecida como um dos maiores triunfos artísticos do compositor italiano, e sua atmosfera emotiva fez de Verdi uma figura de destaque e um símbolo nacional.

Em seguida, virão trechos das obras de Puccini, frequentemente encenadas em teatros em todo o mundo e que continuam a cativar o público com suas narrativas. O autor é considerado um mestre na criação de personagens complexos e na representação de emoções humanas universais. "Le Villi", sua primeira incursão no gênero de ópera, é inspirada em uma lenda popular sobre espíritos de mulheres que vagam pela floresta em busca de vingança, e é marcada pela intensidade das melodias. “Madama Butterfly” narra a tragédia devastadora de uma jovem gueixa que se apaixona por um oficial da marinha americana a partir da inspiração do compositor nas melodias folclóricas japonesas. Em "La Rondine", Puccini apresenta uma história de amor e sacrifício, ambientada em Paris, com uma partitura melancólica. "Turandot", seu último trabalho, é um épico grandioso, com temas musicais de origem chinesa. Já em "Tosca", uma de suas obras mais aclamadas e populares, o compositor cria um drama trágico sobre a paixão, ambientado na Itália às vésperas do século XIX.

Todas as cenas serão interpretadas ao ar livre, no Parque Municipal, o que adiciona camadas extras de dificuldade, mas também de possibilidades para o desempenho dos artistas, conforme aponta o maestro Oliver Weder. ”Apresentações ao ar livre são sempre um desafio, um contexto muito mais exigente para os instrumentistas e para a equipe técnica. Perdemos algumas nuances sutis da música devido à amplificação e aos ruídos ambientes. Mas por outro lado ganhamos um espaço muito especial, onde o público costuma estar mais descontraído e o evento torna-se mais festivo”, destaca o regente. A soprano Melina Peixoto avalia que o grande diferencial de interpretar essas obras no Parque é que a interação com os espectadores é mais intensa. “Além de termos o público cativo, que frequenta o Palácio das Artes, temos aqueles que estão pela Feira [Hippie], ou num passeio no Parque, e que se deparam com esse momento bem inusitado, em meio ao caos do domingo no Centro de BH. Temos também crianças e adultos que nunca viram uma orquestra e um coral. Isso faz com que as reações do público sejam ainda mais presentes, tornando o espetáculo sempre um momento de grande alegria”, aponta a solista.

Na segunda parte do programa será apresentada a “Sinfonia nº 9” de Dvořák, mais conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo” e composta pelo autor durante sua estadia nos Estados Unidos, com influências da música indígena e afro-americana. O compositor acreditava que a futura música dos Estados Unidos deveria ser baseada nas “melodias negras”, referindo-se à música afro-americana. Ele mergulhou nesse estilo musical e incentivou seus alunos a explorá-lo. Quando voltou para sua terra natal, em 1895, Dvořák se consolidou como autor da primeira composição que conseguiu incorporar e transmitir o “espírito americano”. Um marco para a história da música, a “Sinfonia nº 9” abriu o caminho para a influência mundial da cultura estadunidense ao longo do século XX. “Nossos ouvintes terão momentos de muita alegria com uma das sinfonias mais encantadoras do repertório romântico – muito conhecida, mas ainda assim sempre uma nova descoberta. Acho que todos nós vamos nos divertir e ter uma ótima experiência trazendo esses compositores para o nosso público dentro desse lindo programa. Eu recomendo este concerto para pessoas de todas as idades e gostos”, convida o maestro.

FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO – Com a missão de fomentar a criação, formação, produção e difusão da arte e da cultura no Estado, a Fundação Clóvis Salgado (FCS) é vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Artes visuais, cinema, dança, música erudita e popular, ópera e teatro, constituem alguns dos campos onde se desenvolvem as inúmeras atividades oferecidas aos visitantes do Palácio das Artes, CâmeraSete – Casa da Fotografia de Minas Gerais – e Serraria Souza Pinto, espaços geridos pela FCS. A Instituição é responsável também pela gestão dos corpos artísticos – Cia de Dança Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais –, do Cine Humberto Mauro, das Galerias de Arte e do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart). A Fundação Clóvis Salgado também é responsável pela gestão do Circuito Liberdade. Em 2020, quando celebrou 50 anos, a FCS ampliou sua atuação em plataformas virtuais, disponibilizando sua programação para público amplo e variado. O conjunto dessas atividades fortalece seu caráter público, sendo um espaço de todos e para todos.

Concerto nos Parques
Data: 12 de maio (domingo)
Horário: 10h30
Local: Parque Municipal Américo Reneé Giannetti (Centro, Belo Horizonte)
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita
Informações para o público: (31) 3236-7400

Foto: Paulo Lacerda