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Filarmônica de Minas Gerais recebe o maestro convidado Silvio Viegas e o violinista russo Andrey Baranov nos dias 8 e 9 de maio

Confira a programação

O violinista russo Andrey Baranov retorna a Belo Horizonte para interpretar com a Filarmônica de Minas Gerais um dos concertos mais fascinantes do século XX, o Concerto para violino nº 1 em lá menor, op. 77, de Shostakovich, acompanhado pelo regente convidado Silvio Viegas. Com Tchaikovsky, a Orquestra revisita uma sinfonia marcante do Romantismo tardio, a Sinfonia nº 1 em sol menor, op. 13, “Sonhos de inverno”, e, abrindo o programa, uma obra de Guerra-Peixe baseada nas suas impressões sobre um período fundamental da história do nosso estado, Museu da Inconfidência. As apresentações serão nos dias 8 e 9 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Silvio Viegas, maestro convidado

Silvio Viegas é Regente Titular da Orquestra Sinfônica Provincial de Santa Fé, na Argentina, e professor de regência na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nascido em Belo Horizonte, esteve à frente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais entre 2016 e 2022, e atuou como professor na Escola de Música da UFMG de 1998 a 2016. Também ocupou os cargos de Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (2008 a 2015) e de Diretor Artístico da Fundação Clóvis Salgado (2003 a 2005). Desde o início da carreira, tem se destacado no meio operístico, regendo obras como O Navio Fantasma (Wagner), O Barbeiro de Sevilha (Rossini), As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica (Mozart), La Bohème e Tosca (Puccini), entre outros clássicos. Como maestro convidado, colaborou com grandes orquestras nacionais e internacionais, incluindo a da Arena di Verona, a Sinfônica de Roma e a do Teatro Colón. É primeira vez que o maestro Silvio Viegas rege a Filarmônica de Minas Gerais.

Andrey Baranov, violino

O violinista russo Andrey Baranov é vencedor dos concursos internacionais Rainha Elisabeth, Benjamin Britten e Henri Marteau, e já se apresentou em palcos e festivais dos cinco continentes. Desde a sua estreia com o maestro Vasily Petrenko e a Filarmônica de São Petersburgo, em 2005, tocou com grandes orquestras como a Sinfônica de Viena, a Royal Philharmonic de Londres, a Sinfônica de Montreal, a Orquestra do Teatro Mariinsky, entre outras. Colaborou com regentes e instrumentistas de renome, como Martha Argerich, Julian Rachlin, Teodor Currentzis, Vladimir Fedoseyev e Michel Tabachnik. Em 2012, fundou o David Oistrakh Quartet, cujo nome é uma homenagem a um dos grandes violinistas do século XX. Seu disco The Golden Violin, lançado pela Muso, recebeu o prêmio Diapason d’Or em 2018. Este é o segundo concerto de Baranov com a Filarmônica de Minas Gerais, seguindo a estreia em 2024, quando se apresentou com o violoncelista e amigo Alexander Hülshoff.

Repertório

César Guerra-Peixe (Petrópolis, Brasil, 1914 – Rio de Janeiro, Brasil, 1993) e a obra Museu da Inconfidência (1972)

Minas Gerais está presente na obra de César Guerra-Peixe através dos sete poemas de Carlos Drummond de Andrade que ele musicou para voz e orquestra na cantata/cantoria Drummondiana. E em Museu da Inconfidência, o compositor revela, sem nenhuma intenção descritiva, sua comoção diante das correntes, lápides e outros objetos que testemunharam a tragédia dos Inconfidentes.

Uma grande carga dramática percorre os quatro movimentos da partitura: a “Entrada” é anunciada pelos trompetes, como se quisessem demonstrar a importância e a imponência do prédio que dá nome à composição, localizado em Ouro Preto e visitado por Guerra-Peixe em 1966. O título do segundo movimento, “Cadeira de arruar”, refere-se popularmente à liteira usada pelos senhores brancos para saírem às ruas carregados por seus escravos. A música, aqui, torna-se maliciosamente irônica, pois os carregadores (cientes de que não eram vistos pelos que iam no interior do veículo) aproveitavam o trajeto para zombar de seus donos.

O terceiro movimento, “Panteão dos Inconfidentes”, retoma o clima trágico: uma prece fúnebre cresce dramaticamente até o clímax, que ecoa como o desesperado grito dos heróis condenados. Em “Restos de um reinado negro”, o quarto e último movimento, a delicada percussão destaca as particularidades folclóricas do tambor militar, enquanto um belo canto negro entoado pelo fagote convoca elementos da nossa herança musical africana. Ao final, uma coda retoma as frases da “Entrada” com um brilho metálico de armas e caráter conclusivo.

Dmitri Shostakovich (São Petersburgo, Rússia, 1906 – Moscou, Rússia, 1957) e a obra Concerto para violino nº 1 em lá menor, op. 77 (1947/1948)

Ao longo de sua trajetória, Shostakovich estabeleceu relações contraditórias com o Regime Soviético – duras advertências, expurgos e condenações alternaram-se com honrarias, títulos e prêmios oficiais. Tal dubiedade manifesta-se em sua obra com a estratificação de dois discursos distintos – há uma voz grandiloquente, exterior, heroica, e outra íntima, meditativa, austera.

Em 1948, Shostakovich foi suspenso temporariamente de sua docência no Conservatório de Moscou, acusado de orientação musical antipopular e formalista, e proibido de estrear novas obras orquestrais. O compositor procurou recuperar o prestígio oficial com obras alinhadas às preferências neoclássicas e de apelo patriótico do Comitê Central. Porém, em contraste com essa voz exterior, Shostakovich escreveu também peças cuja estética inviabilizava qualquer possibilidade imediata de execução, pois traziam elementos da música popular judaica, o que destoava das campanhas antissemitas oficiais.

O longo e severo Concerto para violino, op. 77 integra este conjunto. Seu “Noturno” inicial, essencialmente cantabile, explora a escrita para cordas duplas e os vários registros do instrumento solista. O “Scherzo”, movimento em que as inflexões judaicas são mais perceptíveis, traz a animação unida à irônica causticidade própria do compositor. O tema da “Passacaglia” aparece nas cordas graves com um contraponto das trompas. A seguir, o violino dialoga com diversos blocos instrumentais. Uma grande cadência faz a ligação com a “Burlesca” final, movimento coreográfico que retrata a vivacidade irresistível de uma festa popular.

Piotr Ilitch Tchaikovsky (Votkinsk, Rússia, 1840 – São Petersburgo, Rússia, 1893) e a obra Sinfonia nº 1 em Sol menor, op. 13 “Sonhos de Inverno” (1874)

Desejoso de se firmar como compositor, Tchaikovsky se empenhou em uma tarefa por demais árdua para um jovem recém-formado: a composição de uma sinfonia. Em março de 1866, ele começou a traçar os primeiros rascunhos, mas, no mês seguinte, a publicação de uma crítica devastadora do compositor César Cui a respeito da cantata apresentada em sua formatura desencadeou uma série de problemas psicológicos que o acompanhariam por toda a vida. Tchaikovsky passou a sofrer de ansiedade nervosa e insônia, além de apresentar ataques apopléticos constantes.

Após meses trabalhando acordado na orquestração, Tchaikovsky cometeu um erro de cálculo e submeteu a sinfonia, ainda inacabada, à crítica de seus antigos professores Anton Rubinstein e Nikolai Zaremba. Os dois foram impiedosos, atacando cruelmente a obra. Hipersensível a críticas, Tchaikovsky ficou completamente arrasado, mas em dezembro conseguiu voltar à partitura e finalizá-la. Todavia, a sua Sinfonia nº 1 só seria executada na versão integral meses depois, em 3 de fevereiro de 1868, em Moscou, sob a regência de Nikolai Rubinstein. A versão que hoje conhecemos data de quando Tchaikovsky revisou a obra pela última vez, em 1875, antes da publicação.

Apesar dos percalços, pode-se considerar esta Primeira Sinfonia uma obra madura, que evidencia o temperamento típico da música russa tanto em seus temas de sabor folclórico quanto no brilhante colorido orquestral. O título “Sonhos de Inverno” foi dado pelo próprio Tchaikovsky. Apesar de conter temas vivos e movimentos rápidos, a sinfonia guarda um certo tom melancólico, especialmente no “Finale” que, apenas na grandiosa coda, deixa entrever um pouco de sol.

Filarmônica de Minas Gerais

Série Allegro
8 de maio – 20h30
Sala Minas Gerais

Série Vivace
9 de maio – 20h30
Sala Minas Gerais

Silvio Viegas, regente convidado
Andrey Baranov, violino
GUERRA-PEIXE Museu da Inconfidência
SHOSTAKOVICH Concerto para violino nº 1 em lá menor, op. 77
TCHAIKOVSKY Sinfonia nº 1 em sol menor, op. 13, “Sonhos de Inverno”

INGRESSOS: R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos: Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa | Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

Foto: Alexander Fefelov

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