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Maestro chileno Maximiano Valdés volta a se apresentar com a Filarmônica de Minas Gerais
Concerto com obras de Ginastera, Revueltas e Copland terá também presença do violoncelista Mark Kosower A Filarmônica de Minas Gerais apresenta ao público mineiro um repertório que busca a valorização da música do continente americano. O concerto da série Allegro, a se realizar no dia 9 de maio, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, contará com a regência do maestro chileno Maximiano Valdés, que volta a Belo Horizonte depois de ter estreado com a Filarmônica em 2011. O violoncelista Mark Kosower é o convidado da Orquestra para interpretar o vigoroso Concerto para violoncelo nº 1, do argentino Ginastera. Sensemayá, de Revueltas, considerada uma das composições mais expressivas do nacionalismo mexicano, e a Terceira Sinfonia de Copland também estão no programa de quinta-feira. O maestro Maximiano Valdés Nascido em Santiago, Maximiano Valdés iniciou os estudos em piano e violino no Conservatório de Música em sua cidade e deu continuidade ao aprendizado na Accademia de Santa Cecilia, em Roma, onde também aprendeu composição e regência. Estudou regência com Franco Ferrara, em Bolonha, Siena e Veneza, e trabalhou com Sergiu Celibidache, em Stuttgart e em Paris. Foi maestro assistente no Teatro la Fenice e maestro associado em Tanglewood, tendo trabalhado com Leonard Bernstein e Seiji Ozawa. Primeiro lugar nas competições Nicolai Malko, em Copenhagen, e Vittorio Gui, em Florença, tornou-se, em 2008, Diretor Musical e Maestro principal da Sinfônica de Porto Rico. Recentemente, concluiu mandato de 16 anos como Diretor Musical da Orquestra Sinfônica do Principado de Astúrias, na Espanha, e foi nomeado “maestro laureado”. Valdés estreou em solo americano em 1987, com a Filarmônica de Buffalo, da qual foi Diretor Musical por quase dez anos. Na América do Norte, atuou como maestro convidado das sinfônicas Nacional e de Saint Louis, de Montreal, Baltimore, Seattle, Houston, Dallas, Filadélfia e New World, além da Filarmônica de Calgary. Também participou de festivais de verão, como Mann Music Center, Caramoor, Interlochen, Grand Teton, Eastern Music Festival, Chautauqua, Music Academy of the West e Grant Park. Em 2011, apresentou-se com a Orquestra Sinfônica do Principado de Astúrias e realizou concerto para o Papa, no Vaticano. Também gravou com a Royal Philharmonic, com as filarmônicas de Monte Carlo e de Nice e com a Orquestra Simón Bolívar. Possui acordo exclusivo com o selo Naxos, para gravar compositores latino-americanos e espanhóis, ao lado da Orquestra de Astúrias. O violoncelista Mark Kosower Um dos grandes violoncelistas de sua geração, Mark Kosower ganhou reputação internacional, entre músicos e críticos, por seu extraordinário domínio instrumental, integridade musical e performances bastante expressivas. O artista iniciou os estudos de violoncelo com o pai, quando tinha apenas um ano e meio de idade. Mais tarde, estudou com Janos Starker, na Universidade de Indiana, e Joel Krosnick, na Juilliard School. Ativo defensor da música dos séculos XX e XXI, tem atraído a atenção do público para trabalhos menos conhecidos e se tornou o primeiro violoncelista a registrar o catálogo completo de obras para violoncelo do compositor Ginastera. Gravou obras inéditas de Miklós Rózsa, Cristóbal Halffter, Yuri Falik e Marco Stroppa, e, como solista, fez aparições nas principais orquestras dos Estados Unidos. Suas apresentações internacionais incluem a Filarmônica de Hong Kong, a Sinfônica Nacional da China, Sinfônica Nacional de Taiwan, a Filarmônica de Kansai, a Orquestra de Paris, a Kwa-Zulu Natal Philharmonic e a Orquestra Sinfônica Brasileira. Kosower trabalhou com maestros como James DePriest, Christoph Eschenbach, Joanne Falletta, Erich Kunzel, Nicholas McGegan, Anton Nanut, Stefan Sanderling, Gunther Schuller, Gerard Schwarz, Joseph Silverstein, Hugh Wolff e Lothar Zagrosek. Nas competições internacionais de violoncelo Rostropovich e Pablo Casals, obteve o primeiro lugar e um prêmio especial de interpretação. Além disso, o solista recebeu bolsa Avery Fisher para desenvolvimento de sua carreira e patrocínio especial Sony e foi o grande vencedor da Competição Internacional de Cordas Irving Klein e da Competição WAMSO da Orquestra de Minnesota. O Repertório A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais abre o concerto com Sensemayá, de Silvestre Revueltas (México, 1899 – 1940), considerado um dos mais importantes compositores do século XX. Sua música, no entanto, foi praticamente esquecida após sua morte e só começou a ser recuperada nos últimos 20 anos. Revueltas conheceu o compositor Carlos Chávez em 1924, e, com ele, planejou inúmeras ações para reestruturar as condições musicais de seu país. Chávez fora nomeado diretor do Conservatório Nacional de Música e regente da recém-criada Orquestra Sinfônica Mexicana. A seu convite, Revueltas passou a lecionar violino no Conservatório e se tornou assistente de Chávez na Orquestra. Essa amizade chegou ao fim em 1935, por divergências ideológicas em relação à composição mexicana. Nos últimos quatro anos de sua vida, desempregado, Revueltas oscilava entre períodos de euforia criativa e momentos de profunda depressão. O poema sinfônico Sensemayá faz parte dessa última fase da vida do compositor. Em maio de 1937, compôs a primeira versão da obra, para grupo de câmara, e, em 1938, finalizou a versão para orquestra. A obra é intimamente inspirada no poema Sensemayá, canto para matar una culebra (“Sensemayá, canto para matar uma cobra”), do poeta cubano Nicolás Guillén (1902-1989). Na mesma noite, a Orquestra recebe Mark Kosower, que executa o Concerto para violoncelo nº 1, de Alberto Ginastera (Argentina, 1916 – Suíça, 1983). Considerado o maior compositor argentino – e um dos mais importantes da América Latina –, Ginastera conseguiu combinar em sua música a rudeza do gaúcho pampeano e a reflexão íntima de quem contempla a vastidão das pastagens argentinas. O Concerto para violoncelo nº 1 destaca-se por melodias provocativas, cores intensas, ritmos latinos de dança e virtuosismo da parte solo. Marcada, ainda, pela percussão abundante no acompanhamento orquestral, a peça surgiu em conturbado momento de sua vida pessoal, marcado pela separação de sua primeira esposa, por duas demissões e pela censura à ópera Bomarzo, aplicada pelo regime ditatorial de Juan Carlos Onganía – ato que resultaria em um colapso criativo no compositor e o levaria a sair da Argentina. Foi nesse período que iniciou romance com Aurora Nátola, violoncelista de renome internacional, com quem viria a se casar em 1971. Discípula e amiga de Pablo Casals, ela nasceu em Buenos Aires e atuou como divulgadora da obra de Ginastera, mesmo antes de se casarem. Tornou-se colaboradora do marido e estreou todas as obras a ela dedicadas, a exemplo da Sonata para Violoncelo e Piano e do Segundo Concerto para Violoncelo, escrito para celebrar o décimo aniversário do casal. Não se pode afirmar o quanto Aurora teria inspirado Ginastera a compor seu Concerto para violoncelo nº 1, mas ela, certamente, o auxiliou na revisão substancial da obra e realizou a estreia de sua versão definitiva, em 1978, junto à Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, sob a regência do célebre violoncelista Mstislav Rostropovich. A Filarmônica de Minas Gerais encerra a noite com a Sinfonia nº 3, de Aaron Copland (Estados Unidos, 1900 – 1990). Uma das principais características das obras de Copland, além do nacionalismo, é a versatilidade: o compositor escreveu para salas de concerto, teatro, balé e cinema. Seu reconhecido talento rendeu-lhe bolsas de estudo Fulbright e Guggenheim. Além disso, a qualidade de sua obra foi reconhecida com os mais altos galardões internacionais: Prix de Paris, Prêmio Pulitzer, Grammy, Emmy e um Oscar de melhor trilha sonora para o filme americano The Heiress, de 1949. Aaron iniciou os estudos de teoria musical e composição aos 17 anos, com Rubin Goldmark, prosseguindo-os com a célebre Nadia Boulanger, em Paris. Foi Nadia quem abriu as portas do circuito internacional da música erudita ao jovem, encomendando-lhe uma obra que ela mesma executaria em sua estreia americana, como organista. O resultado foi a Sinfonia para Órgão e Orquestra (1924), que, ao passar pelas mãos do maestro russo Serge Koussevitzky, viria a garantir a Copland o comissionamento e a realização de novas obras. Koussevitzky foi o responsável, ainda, pela estreia da Sinfonia nº 3 de Copland, em outubro de 1948. Escrita entre 1944 e 1946, foi encomendada pela Fundação de Música Koussevitzky e dedicada à memória de sua fundadora, Nathalie Koussevitzky, segunda esposa de Serge, falecida em 1942. Na Sinfonia n°3, obra orquestral mais imponente e última do gênero, o compositor esquiva-se da habitual estrutura dos tradicionais primeiros movimentos sinfônicos, para criar um movimento de contorno único, a partir de três temas interligados e semelhantes entre si. Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais Ao completar cinco anos de vida, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais se orgulha de estar entre as melhores orquestras do Brasil. Criada para tornar-se um grupo de excelência artística, a Orquestra, em sua programação, apresenta ao público obras essenciais do repertório sinfônico e produções contemporâneas, inclusive peças raramente executadas. Entre seus convidados estão artistas que se destacam no cenário nacional e internacional e que hoje têm a Filarmônica de Minas Gerais como mais uma referência de qualidade na música sinfônica. Neste curto espaço de tempo, a Orquestra foi reconhecida com três importantes prêmios brasileiros: em 2012 recebeu o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra brasileira; em 2010 foi eleita o melhor grupo musical erudito do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA); e seu diretor artístico e regente titular, maestro Fabio Mechetti, recebeu o Prêmio Carlos Gomes 2009 como Melhor Regente Brasileiro. A Filarmônica de Minas Gerais apresenta-se regularmente em duas séries no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, turnês por Minas Gerais, Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque e Concertos Didáticos. Participa dos principais eventos de música clássica do país, como Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora, Rio Folle Journée e outros. Desde sua criação, a Filarmônica de Minas Gerais visitou 18 cidades brasileiras e 49 cidades mineiras, algumas delas mais de uma vez. Na Sala São Paulo, onde já esteve em anos anteriores, a Filarmônica será orquestra convidada da temporada 2013 da Osesp, com três concertos em outubro. A Filarmônica também já se apresentou nos teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo, sempre com ótima receptividade do público e elogiosas críticas. A Orquestra realizou sua primeira turnê internacional em 2012 com cinco concertos na Argentina e no Uruguai. Como ações de estímulo à música, a Orquestra promove o Festival Tinta Fresca, concurso destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade inédita no Brasil que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.
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