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No Teatro com o Grupo Corpo estabelece pontes com jovens de escolas de Belo Horizonte

Iniciativa chega à quarta edição em maio e vai além da experiência do espetáculo. Após apresentação, público é convidado a trocar ideias com artistas e conhecer mais sobre a companhia

A inquietação sempre moveu o Grupo Corpo. Mesmo quando o mundo foi obrigado a se fechar, as ideias fervilhavam e aguardavam o momento para se transformar em coreografias, projetos e possibilidades. A prestigiada companhia criada em Belo Horizonte em 1975, que ganhou palcos e reconhecimento mundial, desejava mais do que o reencontro com seu público. 

Foi nesse contexto que surgiu No Teatro com o Grupo Corpo, depois que a pandemia da covid-19 se arrefeceu. A quarta edição da temporada exclusiva para escolas preenche a grade curricular de forma surpreendente e inovadora, nos dias 21 e 22 de maio, quarta e quinta-feira, às 15 horas, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, com a apresentação de 21. O projeto tem patrocínio da Cemig e Pinheiro Neto Advogados. 

O espetáculo tem música de Marco Antônio Guimarães e coreografia de Rodrigo Pederneiras. Estreou em 1992 e possui 40 minutos de duração. A apresentação de 21 será seguida do bate-papo com o público. As luzes não se apagam quando os artistas saem do palco: a dança continua em cada um, ao sabor da inquietação de um público bem peculiar.

“Tínhamos alguns bons motivos para criar este projeto: tornar a arte e a cultura mais próximas de jovens que têm pouco ou nenhum acesso a um espetáculo de dança, contar para eles um pouco sobre a história da companhia, o dia a dia dos bailarinos e mostrar que mesmo com a ‘concorrência’ grande das telas e streamings, essa é uma experiência marcante”, explica Claudia Ribeiro, diretora de programação do Grupo Corpo. 

Belo Horizonte, a casa do Grupo Corpo, é a primeira cidade a receber a temporada para escolas, cujo valor do ingresso é meia-entrada para todos. Seis escolas já abraçaram o projeto e as portas seguem abertas para mais estudantes. As instituições que aderirem têm direito a uma cota de cortesia para bolsistas e educadores. Os interessados em fazer parte, podem mandar um e-mail para grupocorpo@grupocorpo.com.br

Claudia lembra que está no DNA da companhia estabelecer pontes com os mais diversos públicos. “Eu acredito muito no impacto positivo desse tipo de encontro. O Grupo Corpo, ao longo desses anos, realizou temporadas populares e apresentações gratuitas. Queremos continuar renovando nossa plateia. A gente conversa com pessoas que dizem ‘meus pais me traziam para ver o espetáculo e hoje eu venho com o meu filho’. Com o No Teatro com o Grupo Corpo queremos alcançar também quem não teve esse tipo de experiência, quem nunca viu ao vivo um balé”. 

A diretora de programação do Grupo Corpo conta que esse bem-bolado da arte e da educação traz uma sensação revigorante para todos os envolvidos. “As perguntas da plateia são muito interessantes. Muitos jovens não tinham ideia do que foi criar uma companhia de dança em Belo Horizonte nos anos de 1970, quais eram os desafios e como essa companhia ganhou o mundo”, conclui. 

21

Criado em 1992, 21 é um divisor de águas na história do Grupo Corpo. Depois de atuar por uma década com temas musicais preexistentes, com este balé, a companhia mineira de dança não apenas volta a trabalhar com trilhas especialmente compostas – como acontecera em seus primórdios nos bem-sucedidos Maria, Maria e Último Trem, ambos com música original de Milton Nascimento e Fernando Brant – como passa a adotar como regra este critério. A decisão proporciona a Rodrigo Pederneiras a oportunidade de dar início à construção do extenso vocabulário coreográfico, de inflexões notadamente brasilianas, que se tornaria marca registrada das criações do grupo. Da teia de combinações rítmicas e timbrísticas em torno do número 21, contida nas partituras geometrizadas criadas por Marco Antônio Guimarães – diretor artístico do Uakti Oficina Instrumental e idealizador dos inusitados instrumentos que lhe conferem uma singularíssima sonoridade –, Rodrigo Pederneiras cria uma escritura coreográfica cujo pulso, ou impulso, é de transpiração matemática.  Dividido em três movimentos, o mais vigoroso e instigante dos balés apresentados até aquele início dos anos 90 pelo Grupo Corpo reproduz, através de múltiplas repetições de movimento, a escala decrescente do 21 até o 1; desenha oito pequenos hai-kais coreográficos; e explode no final, numa dança colorida e contagiante que remete aos folguedos populares e às festas do interior. A força contida na tensão entre as cores vermelha, da luz chapada de fundo, e amarela, das malhas utilizadas pelos bailarinos, dá o tom da primeira parte do balé, enquanto uma gigantesca colcha de retalhos, exibindo estampas de colorido vibrante, deixa antever a explosão do momento final do balé, quando os figurinos, sempre colantes, fazem alusão ao patchwork do cenário.

Ficha Técnica
coreografia: Rodrigo Pederneiras
música: Marco Antônio Guimarães / UAKTI
cenografia: Fernando Velloso
figurino: Freusa Zechmeister
iluminação: Paulo Pederneiras

Serviço: No Teatro com o Grupo Corpo
21
Dias 21 e 22 de maio, quarta-feira e quinta-feira, às 15 horas
Teatro do Centro Cultural Unimed-BH
Rua da Bahia, 2244, Lourdes
Após o espetáculo, bate-papo com os artistas. 
Ingressos R$ 40,00
Escolas interessadas em participar devem escrever para grupocorpo@grupocorpo.com.br

Projeto viabilizado pela LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA E pela LEI ESTADUAL DE INCENTIVO À CULTURA DE MINAS GERAIS
Patrocínio: CEMIG E PINHEIRO NETO ADVOGADOS

Realização: INSTITUTO CULTURAL CORPO, SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS, GOVERNO DE MINAS GERAIS, MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO FEDERAL

Foto: José Luiz Pederneiras

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