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Segunda temporada do espetáculo “Marcas do Tempo”, de Maria Célia Nunes e Alan Najara, acontece no mês de maio em três espaços públicos de Belo Horizonte

Inspirado em três contos de Maria Célia Nunes, o espetáculo teatral “Marcas do Tempo”, dirigido por Alan Najara, aborda temáticas relacionadas às três matrizes etnoculturais formadoras do povo brasileiro

Segunda temporada do espetáculo “Marcas do Tempo”, de Maria Célia Nunes e Alan Najara, acontece no mês de maio em três espaços públicos de Belo Horizonte

Inspirado em três contos de Maria Célia Nunes, o espetáculo teatral “Marcas do Tempo”, dirigido por Alan Najara, aborda temáticas relacionadas às três matrizes etnoculturais formadoras do povo brasileiro

Em maio, acontece a segunda temporada do espetáculo teatral “Marcas do Tempo” em três espaços públicos da cidade. A primeira apresentação da peça acontece no dia 3 de maio, às 9h30, no Centro Cultural Liberalino Alves. As outras apresentações do espetáculo acontecem nos dias 15 de maio, às 19h, no Centro de Referência das Juventudes - CRJ; e 22 de maio, às 15h, no Centro de Referência da Pessoa Idosa. O projeto, gratuito e com intérprete de Libras, garante acessibilidade aos surdos e ensurdecidos a fim de democratizar o acesso aos bens culturais. O espetáculo é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte (LMIC).

A narração dos contos “As chamas e o Legado”, “O Menino e a Mulher” e “Amor Proibido”, historicamente contextualizados e referentes às três matrizes etnoculturais formadoras do povo brasileiro, sendo elas indígena, africana e europeia, é entremeada por cenas teatrais e cuidadosa produção musical. No espetáculo, a história, a literatura e a arte se entrecruzam para remontar às raízes de nosso passado histórico. A busca dos elos de conexão entre passado e presente suscitam reflexão e aguçam a visão crítica das demandas e distorções da atualidade.

Maria Célia traz, na composição do trabalho, a vasta experiência de sua carreira como professora de História e Sociologia por 31 anos e, há 19 anos, de narradora, o que lhe permitiu alinhavar o conhecimento artístico às pesquisas realizadas durante suas atividades acadêmicas. Sendo assim, o projeto “Marcas do Tempo” também tem como propósito dar vez e voz a uma profissional idosa que sonha em compartilhar conhecimentos e saberes por meio de um espetáculo, apresentado de forma democrática e universalizada.

A peça “Marcas do Tempo” aborda o processo histórico de exclusão, extermínio, escravização, discriminação e vilipêndio dos povos originários, africanos e afrodescendentes, cujas condições degradantes ainda persistem em nossa sociedade, marcada pela herança patriarcal machista, autoritária, discriminatória, misógina, moralista e hipócrita.

“O espetáculo tem por objetivo cooperar com o fortalecimento da tradição da narração oral como veículo privilegiado de perpetuação da memória coletiva, abrindo caminho para que sejam abrangidas todas as possibilidades de expressão da palavra nas mais diversas manifestações da cultura popular e literária, que incluem contos, crônicas, anedotas, causos, cordéis, lendas, fábulas, poemas e canções”, diz Maria Célia.

De acordo com Alan Najara, o primeiro desafio para dirigir o espetáculo foi associar as três histórias em uma única sensação, projetando nos atores uma busca constante de ressignificação da vida. “Para isso, criamos no cenário um túnel do tempo que permite a conexão entre passado e futuro afim de retratar a maneira como temas como preconceito, machismo e racismo, por exemplo, se propagam na sociedade. No decorrer do espetáculo, os artistas vão se descobrindo ao se depararem com as histórias que são relembradas a partir do encontro com algumas estatuetas que simbolizam cada uma das histórias narradas”, explica.

Além de dirigir a peça, Alan conta que atuar e cantar permite a ele entrar no jogo das experimentações a partir da leitura interna dos sentidos. “Nos ensaios, fui alinhando minhas ideias com a Maria Célia para que pudéssemos fazer experimentações com o intuito de criar uma boa conjunção com o todo. E isso foi se firmando de uma forma muito natural, sem aquela direção rígida racional que determina logo de cara como as coisas vão acontecer”, relata.

Sobre os contos que compõem o espetáculo “Marcas do Tempo”

O primeiro conto, intitulado “As Chamas e o Legado”, gira em torno da trajetória de vida de uma nativa, Inaiá, matriarca e ponto de intersecção de nove gerações de mulheres, quatro anteriores que viveram em Pindorama, e cinco, a partir dela, após a invasão das terras de Pindorama pelos portugueses e início da dominação degradante das gentes, das terras, da destruição das matas e da exploração das riquezas.

Em “O Menino e a Mulher”, a narrativa se passa em tempos da escravatura no Brasil, mostrando um lado pouco explorado nas escolas, quando se trabalha o tema da escravidão: a captura de homens, mulheres e crianças na África, o tráfico intercontinental de seres humanos e o comércio de escravizados no Brasil. A história também traz, como tema, uma outra dimensão do amor, construída a partir da dor, do sofrimento e da solidão.

Já no terceiro conto, “Amor Proibido”, o enredo se passa no final do século XIX. A história de um rumoroso escândalo de envolvimentos amorosos que se entrelaçam como uma teia urdida pelas mãos do destino. A trama se desenrola em um contexto social elitista branco, conservador, misógino e hipócrita, marcado por rígidos padrões éticos e morais de comportamento.

Os três contos narrados no espetáculo teatral “Marcas do Tempo” foram premiados. “O menino e a Mulher” e “As Chamas e o Legado” foram classificados em primeiro lugar, na categoria Conto, no concurso do “Cabeça de Prata do Minas Tênis Clube”, respectivamente em 2016 e 2019. Já “Amor Proibido” recebeu o prêmio de terceiro lugar, na categoria Conto, no Prêmio Nacional de Literatura dos Clubes, em 2022.

Sobre Maria Célia Nunes

Maria Célia Nunes nasceu em Belo Horizonte, cidade onde reside. Casada, mãe de três filhos e avó de seis netos. Licenciada em História pela UFMG, em 1973, e pós-graduada em História do Brasil, em 1990, pela PUC-MG. Depois de lecionar por 31 anos, já aposentada, tem se dedicado, desde 2005, à narração de histórias em diversos projetos. A autora possui dois livros publicados: “Retalhos do Tempo”, pela editora Letríssima, em 2023; e “Marcas do Tempo”, pela editora Aletria, em fevereiro de 2025.

Ao longo de sua trajetória, Maria Célia publicou textos em três coletâneas organizadas por Magareth Cordeiro de Santana. Na primeira, ensaiou seus primeiros versos “Minas das Múltiplas Gerais” em Cheiro de Minas, publicado pela então editora Páginas, edição comemorativa dos 300 anos de nosso Estado, em dezembro de 2020. A segunda coletânea, “Falas Negras”, trata de um grito de protesto e de resistência à naturalização do racismo estrutural e foi publicada pela editora Letramento, em 2022. Já a terceira, “Meus Tempos de Criança”, foi publicada pela editora Letríssima, em 2024.

A autora participou de diversas oficinas realizadas no Instituto Aletria e em cursos como “A Arte de Contar Histórias”, com Beatriz Myrrha (2007); “Curso de aperfeiçoamento de Contadores de Histórias”, com Rosana Mont’Alverne e Beatriz Myrrha (2008); “Boca Cheia de Histórias”, com José Bocca (2008); “Contos terapêuticos com Clara Haddad (2013); “A Poética na Narração de Histórias, com Gislayne Matos (2014); “A Musicalidade da Palavra”, com Beatriz Myrrha (2015); “Mil e Uma Noites”, com Gislayne Matos (2016 e maio de 2023); e “Personagens infanto-juvenis”, com Daniel D’Andrea (SP – 2020).

Sobre Alan Najara

Professor de Teatro no projeto Kyrius, em Contagem - MG - 2022). Alan participou como músico e ator no espetáculo “O Vale Encantado”, dirigido por Oswaldo Montenegro, nos Teatros Dom Silvério e Alterosa (1998); e dirigiu peças como “Mineirice”, no Teatro do Net e Ministério da Fazenda (1995 a 1996); “Que Trem Danado Sô”, na Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes (2001); “A Voz do Morro no Compasso da Arte”, no Teatro Dom Silvério – Projeto Abrindo Portas; “Contos de Gaia”, na Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes (2007 e 2008).

Como músico, atuou na banda “Caçamba Swing” – SLU (1995); no espetáculo “Mulheres”, com Maria Célia Nunes, no Automóvel Clube (2019); em apresentações no Colégio Magnum (Feira Literária) com o espetáculo “O Encanto do Encontro do Conto com a Magia da Poesia” (2015), “Minas de Grandes Segredos, Minas de Grandes Enredos (2016), e “Das Montanhas de BH Ecoam Mistérios e Sussurros” (2018). Em 2018, Alan participou do evento literário “Minas de Grandes Segredos, Minas de Grandes Enredos (2017), no Minas Tênis Clube e na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH, onde também se apresentou no evento “Mulheres de Outrora, Mulheres de Agora” (2017 e 2018). Com o grupo de narradores “Prosa Mineira”, atuou em diversas apresentações ao lado de Maria Célia Nunes e, em 2019, participou do “Festival Descontorno Cultural”.

Como narrador de histórias, Najara trabalhou nos espetáculos “Quero Brincar” - Mostra Literária SEDUC, na Prefeitura de Contagem (2008), e também na BPIJBH, em comemoração aos 15 anos da Biblioteca (2006). Entre os concursos que participou, estão “Os Melhores Contadores de histórias – BPIJBH – 2000; “História para todas as Horas – Cursos e Oficinas Ministrados Cantatória – ASSEMP (2019 e 2020); “Vivências Teatrais” (2019 e 2020). Em 2005, participou de “A Arte de Contar Histórias” – SEDUC Cidade Alto Caparaó e Santa Rita de Minas – 2005 e “Sempre um Papo – Workshop sobre a Arte de Contar Estórias”.

Ficha Técnica:

Maria Célia Nunes: contadora de história e autora dos contos

Alan Najara: direção e música do espetáculo
Flávia Mafra: gestão e produção executiva
Iarla Marques: figurino
Dione Marcos Aurélio: cenário
Debris Oliveira: sonorização
Dinalva Andrade: intérprete de libras
Helga Prado: assessoria de imprensa
Clara Delgado: assessoria de redes
Maracujá: arte gráfica

SERVIÇO: Circulação do espetáculo teatral “Marcas do Tempo, de Maria Célia Nunes, em 2025
Classificação: acima de 14 anos
*Espetáculo gratuito, com intérprete de Libras

Apresentações do espetáculo no mês de maio
Data: 3 de maio, às 9h30 - Centro Cultural Liberalino Alves - Rua Formiga, 140, Lagoinha
Data: 15 de maio, às 19h - Centro de Referência das Juventudes – CRJ - Rua Guaicurus, 50, Centro
Data: 22 de maio, às 15h - Centro de Referência da Pessoa Idosa - Rua Perdizes, 336, Caiçara.

Foto: Gabriel Caram

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