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O Paralelo 20 de Fátima Pinto Coelho

Escritora lança livro no dia 4 de maio, sábado, na Livraria da Rua

Arte-educadora, galerista, estudiosa de arte mineira, Fátima Pinto Coelho vem se dedicando, nos últimos anos, à escrita e lança, no dia 4 de maio, na Livraria da Rua, seu segundo livro, Paralelo 20. Dividido em três partes textuais entremeadas pelo ensaio visual da artista Isaura Pena, com prefácio de Amílcar Vianna Martins Filho e projeto gráfico de Marcelo Drumond, a publicação sai pela Editora Miguilim.

Com texto saboroso, diálogos bem construídos, a escritora narra, sob o viés da memória, casos de sua família e antepassados, experiências da infância, recordações de sua trajetória pessoal, relatos das suas andanças pelas cidades do interior.

A autora ganha ares de memorialista ao reproduzir histórias ouvidos do pai e da mãe em torno de personagens da época ou quando conduz o leitor para o cotidiano das fazendas mineiras: a arquitetura colonial, o engenho de cana, o mobiliário, a decoração, a fartura da mesa do almoço e do café da manhã, os doces deliciosos, os cheiros de alecrins e açucenas.

Em foco estão a família Pinto Coelho, do seu pai, o médico Luiz Pinto Coelho, filho de José Luiz Pinto Coelho, o Dr. Juquita, farmacêutico em Santa Bárbara, do outro lado, a família Motta, da sua mãe, D. Maria do Carmo Motta, filha do Coronel Pedro Moreira Teixeira da Motta, político e proprietário de fazendas, também de Santa Bárbara.

Amílcar Vianna considera o livro como um ensaio sobre as memórias e a mineiridade. "Paralelo 20 é profundamente mineiro: os ambientes, as histórias, os personagens, a geografia e a paisagem, tudo remete a vida em Minas...não poderia ser diferente. Mineira de quatro costados, filha, neta e bisneta de antigas famílias mineiras, Fátima Pinto Coelho tinha de carregar, na essência do seu livro, em sua gênese original, algumas das mais marcantes características da sociedade mineira ao longo dos 300 anos da sua história", escreve.

Às vezes em tom emocionado ou melancólico, às vezes em tom de reflexão ou indignado, Paralelo 20 foi concebido, em grande parte, durante a pandemia. Nessa ocasião, sempre de máscara, em certos momentos sem descer do carro, a escritora aproveitou para visitar algumas cidades, como Raposos, Rio Acima, Brumadinho, Congonhas do Campo...O seu conhecimento histórico e de arte, o conteúdo informativo se revela, sobretudo, nessas passagens.

Em Sabará, esteve na igreja de Nossa Senhora da Conceição onde admirou os púlpitos e atlantes de Aleijadinho, mas não pode rever a igrejinha de Nossa Senhora do Ó, em reparos. Em Congonhas do Campo se emocionou ao rever o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, obra monumental de Aleijadinho. Em Brumadinho, se deparou com a paisagem devastada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão.

Protesto  - É visível a sua indignação ao perceber o abandono e falta de atenção com o rico patrimônio cultural mineiro, glorioso em outras épocas, e hoje decadente, com o agravante da degradação sistemática do meio ambiente, grande parte devido a extração do minério de ferro, fruto da ganância de algumas empresas mineradoras.

"Já vai para mais de um século a exportação do minério de ferro. Barragens de ferro matam centenas de pessoas. As jazidas de minérios causam uma devastação ambiental incalculável", comenta em relação ao desastre do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho... "A terra de Minas Gerais está ficando plana", avisa, pragmática, em outro momento.

Com relação ao título Paralelo 20, Fátima Pinto Coelho explica no início do livro: "Descendo à latitude de 20º sul, e considerando o meridiano mais próximo, entramos na antiga estrada chamada "Paralelo 20", concebida à época do governo Juscelino Kubitschek.  Com engenharia moderna, de cortes e terraplanagens, levou o asfalto e o desenvolvimentismo a várias regiões antes acessíveis só por caminho de terra batida. Essa estrada, "Paralelo 20", que nos punha em comunhão com outros estados e países situados no mesmo paralelo, foi rebatizada duas vezes. Chamou-se BR-262 e, mais recentemente, BR-381", explica.

No projeto gráfico, Marcelo Drumond sintetizou o conteúdo da publicação. A capa possui tratamento gráfico diferenciado com aplicações de detalhes dos desenhos de Isaura Pena e de hot stamping referenciados nos elementos minerais de Minas Gerais: minério de ferro e ouro. "O uso de faca e corte especial, marca a latitude do Paralelo 20, região geográfica que integra as cidades mineiras onde se passam os fatos descritos pela autora Fátima Pinto Coelho", pontua.

Sobre a autora

Fátima Pinto Coelho (1951) é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais. Formada em Belas Artes na Escola Guignard (1974), foi professora de arte-educação (1971-1999), expôs na XIV Bienal de São Paulo (1977), fundou a galeria de arte Gesto Gráfico (1980-2009) e, nos últimos anos, tem se dedicado à escrita. Seu primeiro livro é Catas Altas do Matto Dentro (2018).

Sobre o livro
Livro: Paralelo 20
Autora: Fátima Pinto Coelho
Editor: Alexandre Ribeiro Machado
Ensaio visual: desenhos de Isaura Pena
Projeto gráfico: Marcelo Drumond
Editora Miguilim

Serviço: Lançamento do livro Paralelo 20 de Fátima Pinto Coelho
Dia 4 de maio, das 12h às 14h
Livraria da Rua – Rua Antônio Albuquerque, 913 – Savassi
144 páginas
Preço: 95,00

Foto: Divulgação

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