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Marco Paulo Rolla apresenta Volumetria no Teatro Espanca
Integrando o Projeto Tangente - O Cubo Reinventado que ocupa a sede do Teatro Espanca! com intervenções e reflexões sobre questões da arte e da vida, Volumetria fica em cartaz de 2 a 5 de maio Dando continuidade às atividades de ocupação do Teatro Espanca!, o Cubo Reinventado leva Marco Paulo Rolla para um espaço já íntimo do artista: a experimentação, a liberdade e a reflexão artística. Marco Paulo abre para visitação sua instalação Volumetria e encerra o projeto com a homônima performance composta de esculturas de corpos e de móveis, propondo modos de mensuração dos volumes presentes no espaço expositivo como forma de nos localizar (ou deslocar) no mundo. A abertura da instalação será realizada no dia 2 de maio, às 20 horas, no Teatro Espanca! e fica aberta para visitação nos dias 3 e 4 de maios, de 12 às 18h. Também no dia 4, Marco Paulo realiza sua performance, às 20h. Desde 23 de abril, o Cubo Reinventado promove um ciclo de acontecimentos com curadoria de Inês Grosso e Marina Câmara e convida artistas que colocam em crise a institucionalização da arte, a partir do questionamento do espaço expositivo, comumente chamado de white cube, como local privilegiado para a arte. Por este lugar, já passaram Warley Desali, Froiid K, Daniel Toledo, Paulo Nazareth e agora é a vez de Marco Paulo Rolla que propõe modos de extrapolar o modelo geométrico do cubo branco para apontar, através de suas obras, questões da nossa contemporaneidade e a urgência de refletirmos sobre elas. VOLUMETRIA Marco Paulo Rolla Volumetria, 2013 Instalação-performance com móveis, objetos diversos e cabelo artificial. Microfones condensadores e sistema de amplificação do som ao vivo. Projeção do vídeo: Objetos de desejo, 1999, cor, 20min. É improvável pensar a obra de Marco Paulo Rolla sem refletir sobre a desconstrução da posição hierárquica entre sujeito e objeto. Se “o uso servil fez uma coisa (um objeto) daquilo que, profundamente, é da mesma natureza que o sujeito”, em seu trabalho, desde o processo criativo, Marco Paulo Rolla parece concordar com a seguinte proposição: “É preciso pelo menos destruí-los [os objetos] enquanto coisas, enquanto se tornaram coisas.” O artista parece sair de si ou, ao menos, sair deste lugar do sujeito, se abrindo para novos modos de mensurar seu próprio volume, sua existência, ao mesmo tempo em que os objetos – na figura dos móveis – são desarraigados de sua servidão – de seu caráter utilitário – e introduzidos em uma zona puramente imaginária, porvir, localizada entre sua ex-posição de coisa e a emancipatória categoria de sujeito. Para Rolla, este processo não se confunde absolutamente com a tentativa de humanização ou sujeitificação dos objetos ou mesmo do mundo. Ele coloca também a si mesmo nesta zona de indeterminação entre sujeito e objeto, ao invés de imprimir ao mundo seu modelo, consciente que é sobre o fato de que “ninguém pode fazer uma coisa do próprio outro [...] sem ao mesmo tempo se afastar daquilo que ele mesmo é intimamente, sem se dar os limites da coisa”. Para isso a rebelião em Volumetria é uma dialética – propositalmente irresoluta: móveis e corpos se organizam e se des-organizam para comporem uma situação escultórica em que a gravidade, elemento tão estudado em suas obras, nos lembra de nossa condição impreterivelmente ligada, como todas as outras coisas do mundo, à terra.
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