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Fundação Municipal de Cultura inaugura o primeiro cinema público de BH

O MIS - Cine Santa Tereza nasce para atender uma antiga reivindicação de moradores da cidade e do setor cultural, por espaços de difusão, circulação e criação artística

A Prefeitura de Belo Horizonte inaugura um novo equipamento da Fundação Municipal de Cultura dedicado à cultura cinematográfica na capital mineira, o MIS - Cine Santa Tereza. A abertura ao público esta marcada para o dia 26 de abril, a partir das 18h, com uma programação especial que envolve exposição, lançamento de livro e exibições de filmes.

 

Inaugurando o espaço, a “Mostra Minas e o Cinema”, com curadoria de Geraldo Veloso,Victor de Almeida e Lourenço Veloso, do Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais, oferece ao público uma perspectiva histórica da produção de diretores e diretoras mineiros, com obras de grande relevância estética, histórica e política no cenário audiovisual de Minas Gerais. A programação, que vai até o dia 24 de maio, traz desde obras de pioneiros do “cinema mineiro”, como Igino Bonfioli, Humberto Mauro e Geraldo Santos Pereira, incluindo nomes expressivos deste universo, como Cao Guimarães, Helvécio Ratton, Rafael Conde e Fábio Carvalho, até o cinema que se faz atualmente em Minas, marcado por produções de André Novais, Affonso Uchôa, Marília Rocha, Clarice Campolina e Guilherme Fiúza, dentre inúmeros outros.

 

Dois longas metragens inauguram o MIS - Cine Santa Tereza, nas sessões que acontecem às 19h e 21h30. O primeiro deles, Faroeste, de Abelardo de Carvalho, diretor que estará presente na sessão, foi filmado em Pains, interior de Minas, e traz, resgatando elementos tradicionais dos faroestes spaghetti italianos, a história de Luis Garcia, cuja trajetória se tornou lendária na região.

 

Após quinze anos sem lançar um longa, Neville D’ Almeida, um dos nomes mais importantes do cinema brasileiro, conhecido por assinar obras emblemáticas da contracultura dos anos 1970 como “A Dama da Lotação” (1978) e Mangue Bangue (1971), apresenta ao público o filme “A frente fria que a chuva traz”, que será exibido na segunda sessão (21h30) e tem classificação indicativa de 18 anos. Rodado na favela do Vidigal, o filme é uma adaptação da peça de teatro homônima do dramaturgo Mário Bortolotto, escrita há treze anos. No elenco, Bruna Linzmeyer, Johnny Massaro e Chay Suede apresentam a história de jovens ricos que promovem festas regadas a álcool e drogas em favelas, territórios há tempos fetichizados pela elite.  

 

O filme, que estreia nacionalmente no dia 28 de abril, será pré-lançado na abertura do MIS Cine Santa Tereza, um marco para a cultura cinematográfica da capital e para o cinema nacional.

 

Em diálogo com a Mostra Minas e o Cinema, a exposição “A cultura cinematográfica em cartaz” apresenta parte do acervo de cartazes cinematográficos preservados pelo MIS, evidenciando o caráter artístico destas peças que se tornaram, também, documentos da memória e história do cinema.

 

Após ter seu imóvel histórico revitalizado, o MIS - Cine Santa Tereza surge para suprir uma demanda de moradores do bairro, da cidade e do setor cultural, por espaços de difusão, circulação e criação artística, especialmente daquela vinculada a linguagem audiovisual. O Cine Santa Tereza estará vinculado ao Museu da Imagem e do Som (MIS), também equipamento cultural da FMC, dedicado à salvaguarda e à preservação do patrimônio audiovisual de Belo Horizonte.

 

Proporcionando a experiência individual e coletiva do cinema em sua sala de exibição que oferece cinema digital em alta resolução de imagens, o MIS - Cine Santa Tereza tem como um de seus eixos a democratização do acesso ao cinema e ao audiovisual produzidos ao longo do tempo e em diferentes lugares, oferecendo ao público de Belo Horizonte produções cinematográficas em diálogo permanente com outras linguagens artísticas. Nessa proposta, ocupam lugar de destaque a produção cinematográfica de Belo Horizonte e Minas Gerais, do presente e do passado, cuja circulação será fomentada e valorizada, convertendo o MIS - Cine Santa Tereza em um canal de difusão permanente da memória e história cinematográficas e audiovisuais local. 

 

Além da sala de exibição, o espaço contará com uma biblioteca pública que, integrada à rede de bibliotecas da Fundação Municipal de Cultura, oferecerá acesso a diversos materiais de leitura, orientação a usuários e atividades para formação de leitores e um acervo especial sobre cinema e audiovisual. O local também será lugar privilegiado para ações de formação contínuas, que serão realizadas em seu espaço multiuso, através de exposições, oficinas, palestras, e, especialmente, de muitos encontros em torno da sétima arte.

 

De portas abertas para a cidade, o MIS - Cine Santa Tereza consagra um novo tempo para o cinema em Belo Horizonte, em que múltiplas possibilidades se abrem e se nutrem a partir dos diversos encontros proporcionados por ele.

 

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