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Filarmônica de Minas Gerais apresenta o 13º Festival Tinta Fresca

Cinco obras finalistas serão apresentadas pela Orquestra, em concerto gratuito, no dia 30 de abril, com regência do maestro associado José Soares

No dia 30 de abril, o público poderá conhecer as cinco obras finalistas da 13ª edição do Festival Tinta Fresca, promovido pela Filarmônica de Minas Gerais, em concerto gratuito realizado na Sala Minas Gerais, às 20h30, com regência do maestro associado José Soares. São elas: Encomendação das almas, de Carlos dos Santos; Uma leitura no bosque, de Felipe Jacob; Unfold 0, de Homero Augusto; O purgatório de São Patrício, de Michel Curi Jr., e Simultanea Sidera, de Ticiano Rocha. Oportunidade rara no cenário nacional, o concurso para compositores tem oferecido um importante espaço aos talentos brasileiros. Entre os autores escolhidos, um vencedor receberá encomenda de obra sinfônica inédita a ser estreada na Temporada 2026 da Filarmônica de Minas Gerais. O Festival conta com uma comissão julgadora composta por profissionais de renome nacional, que, em 2025, é formada pelos compositores Alexandre Eisenberg, Ronaldo Miranda e Roseane Yampolschi. O concerto é gratuito, com interpretação em libras, e transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube.

A distribuição de ingressos está sendo realizada pela internet, no site da Filarmônica (www.filarmonica.art.br), limitada a 2 ingressos por pessoa.

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Cemig por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

O Festival Tinta Fresca conta com o apoio do Programa Amigos da Filarmônica e de patronos.

Compositores finalistas e suas obras

Carlos dos Santos e a obra “Encomendação das Almas”

Nascido em São Paulo, em 1990, Carlos dos Santos é compositor e percussionista. Graduou-se pela USP e concluiu o mestrado e o doutorado pela Unicamp. Estudou composição com Aylton Escobar e Eduardo Guimarães Álvares. Foi premiado em diversos concursos, entre eles o Prêmio Funarte de Composição Clássica e o Concurso Camargo Guarnieri (2013). Em 2012, venceu a 4ª edição do Festival Tinta Fresca com a peça Noturno. Suas obras foram executadas por grupos como a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Percorso Ensemble e Grupo de Percussão PIAP. Atualmente é professor da UFPB.

Encomendação das Almas consiste em uma fantasia em dois movimentos sobre um pequeno canto lamentoso entoado como uma espécie de procissão para os mortos. O canto faz alusão à tradição popular homônima trazida de Portugal para o Brasil. O primeiro movimento (“No solo”) evoca reflexões feitas por seres humanos no plano da existência, enquanto o segundo movimento (“No subsolo”) opera de modo contrastante, imaginando uma dança enérgica das almas pelo submundo.

Felipe Jacob e a obra “Uma leitura no bosque”

Nascido em São Paulo, em 1996, Felipe Jacob é formado em Oceanografia e, atualmente, cursa bacharelado em Violão na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Em 2025, iniciou seus estudos no alaúde renascentista. Em 2024, chegou à final da 12ª edição do Festival Tinta Fresca com o Noturno para orquestra, sua primeira peça orquestral. Como compositor, tende ao estilo impressionista. Trabalha como professor autônomo e possui diversas obras camerísticas em processo de composição.

Uma leitura no bosque é a segunda peça orquestral de Felipe Jacob. Mais romântica que o seu Noturno, apresentado na edição anterior do Tinta Fresca, foi inspirada pela pintura A peaceful read (1869), de George Kilburne. Tal como o quadro, a obra retrata uma jovem lendo em um bosque, e narra musicalmente alguns contos, que são, por vezes, interrompidos por intervenções da floresta. É dividida em seis cenas: “Chegando ao bosque”; “Um triste romance”; “Um herói”; “Campos floridos em um dia quente de verão”; “Um diário de dentro para fora”; “Um entardecer flamejante e voltando para casa”.

Homero Augusto e a obra “Unfold 0”

Nascido em Belém, Homero Augusto é bacharel pelo Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG) e mestre pela UFRGS, onde cursa atualmente o doutorado. Participou de diversos festivais, incluindo o Festival Internacional de Música do Pará, o Festival Internacional Sesc de Música em Pelotas e o Festival Plurisons, nos quais participou de aulas com Alexandre Lunsqui, Aylton Escobar, Fernanda Navarro, Januibe Tejera, João Guilherme Ripper e Tonia Ko. Em 2023, foi premiado na 25ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea com a obra A Procissão das Almas.

Unfold 0 (inglês para “desdobro”) foi composta a partir de processos autointertextuais, nos quais Homero Augusto utilizou outras peças de sua autoria para criar uma nova. A proposta criativa passou por revisitar dois trabalhos anteriores: Solilóquio IV, para piano, e Submerso, obra inacabada para orquestra. Dessas duas peças, nasceu parte significativa de Unfold 0, de modo que o novo trabalho desdobra e expande os anteriores, em processo inspirado nas notações para orquestra de Pierre Boulez e na Evocação de Augusto Meyer, de Armando Albuquerque.

Michel Curi Jr. e a obra “O Purgatório de São Patrício”

Michel Curi Jr. nasceu em Ouro Branco, em 2000, e iniciou seus estudos musicais na Fundação de Educação Artística (FEA), em Belo Horizonte. Formou-se em bacharel em Composição pela UFMG em 2023, e atualmente é mestrando na mesma instituição. Atua como professor de piano e colabora com corais de música litúrgica. Suas obras Três Momentos Musicais e Em Círculos foram apresentadas no Festival Escuta Aqui, interpretadas por músicos do Vix Ensemble. Bagatela, para quarteto de cordas, estreou em 2024 em recital do Coral São José Vaz.

O Purgatório de São Patrício é inspirado em uma das histórias presentes na Legenda Áurea, coletânea de biografias de santos organizada por Jacopo de Varazze no século XIII. A lenda narra a jornada de Nicolau, que acessa o purgatório ao atravessar um portal aberto por São Patrício, Apóstolo da Irlanda. Nicolau passa pelo purgatório e pelo inferno até alcançar o céu por meio de sua oração e luta espiritual. A composição de Michel Curi Jr. não se atém à narrativa de modo linear, mas expressa, de forma imaginativa e simbólica, diferentes momentos da jornada de seu protagonista.

Ticiano Rocha e a obra “Simultanea Sidera”

Ticiano Rocha tem 43 anos e é natural de João Pessoa. Estudou composição com Eli-Eri Moura e Virgílio Melo. Foi premiado na 21ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea com a obra Digressão de Força, escrita para trio de percussão, e possui obras executadas em diversos festivais e países, incluindo México, Canadá, Portugal e Estados Unidos. Seu trabalho é voltado para a exploração do timbre e das temporalidades musicais. Desde 2017, é professor de composição e teoria musical da UFPB.

Simultanea Sidera é uma obra orquestral que parte dos trabalhos de pesquisa de Ticiano Rocha acerca dos fluxos temporais, ou temporalidades, na música. A obra busca criar e desenvolver dois discursos temporais paralelos no curso de toda a sua duração, o que resulta em um intrincado jogo entre esses dois fluxos, permeados de contradição. O título da obra faz referência a essa condição paradoxal ao sugerir a existência de dois céus noturnos simultaneamente.

A Comissão Julgadora

Alexandre Eisenberg

Alexandre Eisenberg nasceu no Rio de Janeiro, em 1966, e é compositor, flautista e regente. Desde 2006, é professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde ajudou a criar o bacharelado em Composição Musical. Doutor em composição pela Universidade de Indiana, teve suas obras publicadas por editoras internacionais e executadas em mais de 20 países. Vencedor de três concursos internacionais de composição, já atuou como solista e camerista, além de ter regido orquestras no Brasil e em Israel. Suas áreas de atuação incluem composição, análise, música de câmara e regência orquestral.

Ronaldo Miranda

Nascido no Rio de Janeiro, em 1948, Ronaldo Miranda é compositor e professor do Departamento de Música da USP. Recebeu importantes prêmios nacionais, como o Troféu Carlos Gomes e o Prêmio APCA, e foi condecorado com a Ordem das Artes e das Letras pelo governo francês. Atuou como compositor residente da Brahmshaus de Baden-Baden e teve obras comissionadas por diversas orquestras e artistas brasileiros. Foi vice-diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte, diretor da Sala Cecília Meireles e professor de Composição na UFRJ e na USP. É membro da Academia Brasileira de Música.

Roseane Yampolschi

Roseane Yampolschi é compositora, artista interdisciplinar e professora aposentada da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi orientada por William Brooks, Paul Hayden e Silvina Milstein. Apresentou trabalhos em eventos como a Bienal de Música Contemporânea (Funarte), o ISCM – World Music Days (Noruega, 1990) e o Fundo Internacional para Promoção da Cultura da Unesco (2017-2018). Realizou pesquisas e recebeu bolsas de criação artística no Brasil e no exterior. Sua pesquisa explora o gesto musical, a relação do corpo com a criação sonora e o estudo das poéticas e estéticas contemporâneas.

Maestro José Soares, Regente Associado da Filarmônica de Minas Gerais

Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores.

o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo os prêmios do júri e do público na competição. No Brasil, conduziu a Osesp, a Sinfônica do Paraná junto ao Balé do Teatro Guaíra, a Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, a Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro, a Orquestra de Câmara de Curitiba e a Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina. No Japão, regeu as orquestras Sinfônica NHK de Tóquio, New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya. Também conduziu a MÁV Symphony de Budapeste.

Soares é Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo. Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou Regência Orquestral com o maestro Claudio Cruz, em um programa regular de masterclasses em parceria com a Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou como bolsista nas edições 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, sendo orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Liebreich. Recebeu, nesta última, o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da temporada 2018, participando de um Concerto Matinal a convite de Marin Alsop.

Foi aluno do Laboratório de Regência da Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em julho desse mesmo ano, teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin, como parte do programa de Regência do Festival de Música de Pärnu (Estônia). Ao final de 2021, recebeu o prêmio da crítica da Revista Concerto na categoria “Jovem Talento”.

Em 2025, José Soares retorna às orquestras no Paraná e no Rio de Janeiro, e tem concertos agendados com a Orquestra Sinfônica Brasileira e a Tokyo City Philharmonic, no Japão.

Sobre o Festival Tinta Fresca

A Filarmônica de Minas Gerais criou, em 2008, o Festival Tinta Fresca. Oportunidade rara no cenário nacional, o concurso para compositores está em sua 13ª edição e tem oferecido um importante espaço aos talentos brasileiros. Os finalistas têm suas obras executadas pela Orquestra em concerto público. Entre os autores escolhidos, um vencedor receberá encomenda de obra inédita a ser estreada na Temporada 2026 da Filarmônica de Minas Gerais. O Festival conta com uma comissão julgadora composta por profissionais de renome nacional, para a leitura das obras dos compositores inscritos.

As obras finalistas serão apresentadas no dia 30 de abril de 2025, em concerto gratuito.

Além de participarem ativamente dos ensaios, interagindo com orquestra e regente, os candidatos têm a oportunidade de se reunir com os membros do júri para conhecer com mais profundidade as percepções sobre seu trabalho. As obras são inéditas e podem ter até 15 minutos de duração. Não há restrição de idade.

Serviço: Filarmônica de Minas Gerais
13º Festival Tinta Fresca
30 de abril – 20h30
Sala Minas Gerais
Gratuito

José Soares, regente
M. CURI Jr. O purgatório de São Patrício
T. ROCHA Simultanea Sidera
F. JACOB Uma leitura no bosque
H. AUGUSTO Unfold 0
C. DOS SANTOS Encomendação das almas

CONCERTO GRATUITO, COM PRESENÇA DE PÚBLICO E TRANSMISSÃO AO VIVO PELO CANAL DA FILARMÔNICA NO YOUTUBE.

A distribuição de ingressos está sendo realizada pela internet, no site da Filarmônica (www.filarmonica.art.br), limitada a 2 ingressos por pessoa.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
13º Festival Tinta Fresca
Para compositores brasileiros natos ou naturalizados

Realização
De 28 a 30 de abril de 2025, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte/MG.
Concerto de encerramento gratuito e aberto ao público: 30 de abril de 2025, às 20h30, na Sala Minas Gerais.

Foto: Catarina Scarduelli

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