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A FMC (Fundação Municipal de Cultura) de Belo Horizonte anunciou na manhã desta terça-feira (15/4) os 55 espetáculos que integrarão o 12º Festival Internacional de Teatro – Palco & Rua de Belo Horizonte. A edição, que se realiza entre os próximos dias 6/5 e 25/5, é comemorativa dos 20 anos do evento.

 

Serão apresentados 18 espetáculos internacionais (de dez diferentes países), 12 produções nacionais (representando cinco Estados) e 25 atrações mineiras. A curadoria, assinada por Jefferson da Fonseca e Geraldo Peninha, procurou dar ênfase à diversidade de temas e modos de fazer teatro, propondo a “coexistência” de diferentes pontos de vista artísticos como característica deste 12º FIT-BH.

 

“A gente se pautou em fazer um FIT voltado para o cidadão, que fosse abrangente e privilegiasse a diversidade nas artes cênicas. A partir daí, ficou definido o eixo curatorial”, afirma o coordenador do festival, Cássio Pinheiro.

 

Fonseca diz que “mais do que um recorte estético, entendemos que o teatro é um recorte do seu povo. Coexistência fala de entender que os cubanos não são menores do que os alemães em absolutamente nada”.

 

Com o festival consolidado no calendário cultural da capital mineira em seus papéis de formador de público e farol de tendências teatrais, a FMC busca a partir desta edição alargar a esfera de ação do FIT, proporcionando condições para que produções mineiras alcancem projeção internacional.

 

O objetivo é “lançar os espetáculos de Belo Horizonte de forma eficaz e contundente” nos cenários nacional e internacional, segundo ressaltou Pinheiro, durante a apresentação da grade de programação.

 

As ações voltadas à internacionalização do teatro mineiro estão abrigadas no Projeto Intercena, que inclui o incentivo a coproduções e a realização de uma série de encontros entre produtores locais e os 20 programadores de festivais e instituições culturais convidados pelo festival e com presença já confirmada.

 

Leônidas José de Oliveira, presidente da Fundação Municipal de Cultura, informou que a FMC fez um “investimento direto de R$ 6 milhões” na realização desta edição, que terá orçamento total “superior a R$ 7 milhões”. A soma será alcançada por meio de “parcerias de copatrocínio”, informou, como a estabelecida com a Prefeitura de Berlim e o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.

 

Entre as atrações estrangeiras, os países com mais representantes na programação são Alemanha, com quatro espetáculos, e França, com três produções. Argentina, Cuba e Portugal comparecem com duas obras na grade cada um. Os demais países convidados são Austrália, Suíça, Espanha, Itália e Uruguai (os dois últimos em coproduções com o Brasil). 

 

A companhia alemã Berliner Ensemble, fundada por Bertolt Brecht (1898-1956) apresentará pela primeira vez ao público brasileiro sua versão do clássico shakespeariano “Hamlet”. A montagem traz ao Brasil 42 profissionais do grupo.

 

Entre os temas discutidos nas obras estrangeiras selecionadas pelo FIT estão, entre outros, a condição feminina no mundo contemporâneo (o alemão “The So-Called Outside Has Nothing to Say to Me”, do Maxim Gorki Theater), a opressão política (o cubano “Rapsodia para el Mulo”, do grupo El Ciervo Encantado), as noções de identidade e crescimento na Europa em crise (o espanhol “Matéria Prima”, do La Tristura) e os desafios do amor e das relações familiares (o argentino “Emilia”, do Timbre4).

 

As propostas cênicas se estendem desde o teatro de bonecos para adultos (com o argentino “Marionetes Orsini”) até o cenário ultratecnológico de um vertiginoso jogo de espelhos mediado por um acelerador de partículas (no francês “Augenblick Dream”, da companhia Eolie Songe).

 

Há ainda lugar para o drama clássico (o cubano “Fíchenla Si Pueden”, adaptação de “A Prostituta Respeitosa”, de Jean-Paul Sartre), uma releitura atual do cabaré (o australiano “Glory Box”, da Finucane & Smith) e um concerto teatralizado para bebês, com os portugueses do Musicalmente, que está entre as atrações do Fitinho, nova franja de programação voltada para o público infantil. 

 

“A aposta pelo Fitinho é uma proposta de formação de público, dentro da política de descentralização de ações da FMC”, afirmou Leônidas José de Oliveira.

 

O 12º FIT-BH registra ainda o retorno ao festival dos franceses do Générik Vapeur, expoente da primeira edição, em 1994, com a intervenção urbana “Bivouac”. Desta vez, eles trazem “Jamais 203”, uma autodefinida “sátira agridoce na sociedade”, narrada sobre duas rodas e muita agitação.

 

Para a seção brasileira da programação foram convidadas produções dos Estados do Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, numa seleção mais uma vez caracterizada pela diversidade de tendências. O público do FIT poderá ver desde o aclamado monólogo “Cine_Monstro”, de Enrique Diaz, ao folclore fluminense “Boi de Miracema” do Grupo Sociocultural Cara da Rua, sem deixar de lado a experimentação dos catarinenses da Dearaque Cia de Teatro, com o díptico teatral “À Distância: Lado A\ Lado B”.

 

A participação mineira, mais expressiva entre todas as edições do festival, registra 17 espetáculos selecionados em concurso público e nove convidados pela curadoria. “Prazer”, da Cia Luna Lunera, será o espetáculo de abertura, numa afirmação do relevo da produção local no conjunto de montagens apresentadas pelo FIT. O encerramento fica a cargo do grupo Galpão, com “Os Gigantes da Montanha”.

 

Dos 55 espetáculos que compõem a edição 2014 do Festival Internacional de Teatro Palco & Rua de Belo Horizonte, 13 serão apresentados na rua e os demais em palcos _tradicionais e alternativos. Oficinas, workshops e master classes integram os Eventos Especiais, que ocorrem paralelamente às apresentações.

 

A venda antecipada de ingressos começa no próximo dia 30, no posto da Belotur e poderá ser feita até uma hora antes do início dos espetáculos. A partir do início do festival, as entradas poderão ser compradas nas bilheterias dos teatros. Haverá venda também pela internet. Cada pessoa poderá comprar até seis ingressos por vez. O bilhete custa R$ 20 (R$ 10, meia entrada).