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Cenarc encena a Paixão de Cristo, no Minas Santa, em Belo Horizonte
Confira a programação
Há cerca de 40 anos um grupo de teatro dedica-se a manter viva as tradições religiosas mineiras, que encontram sua potência máxima na época da Semana Santa. Trata-se do Cenarc-BH – Centro Artístico Cultural São João Batista, que participa pela segunda vez do Minas Santa, apresentando o espetáculo “Ritos da Fé Mineira - Paixão em Cena". Minas Santa.
No dia 18 de abril, cenas da Paixão de Cristo serão apresentadas na celebração da Semana Santa de Belo Horizonte, em um roteiro que começa na Praça da Liberdade e vai até a Basílica de Nossa Senhora de Lourdes.
Cerca de 60 atores estarão envolvidos na montagem, retratando a Via Crucis de Jesus Cristo e seus últimos passos na terra. São 14 quadros, que se iniciam com a representação cênica do julgamento, condenação e açoitamento de Jesus, passando pelos encontros de Cristo com Maria, com as mulheres de Jerusalém, com a Verônica e com Simão de Cirene. Diante do Palácio da Liberdade, o público assistirá às cenas do caminho do Calvário, crucificação, morte e sermão do descendimento.
Os ensaios estão sendo realizados desde janeiro, na igreja São João Batista. “Manter essas tradições e executá-las é dar oportunidade aos mais novos de terem essa experiência religiosa. Para os mais velhos significa manter viva suas lembranças afetivas nesse período tão rico, que é a Semana Santa”, explica Antônio Diniz, coordenador geral do espetáculo.
Ele participa do movimento teatral desde sua origem e é responsável também pelos figurinos dos atores. As peças do acervo foram construídas ao longo do tempo de acordo com o perfil de cada personagem e são recicladas à medida da necessidade. A direção artística do espetáculo é de Magdalena Rodrigues, conhecida por seu trabalho à frente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Minas Gerais (SATED-MG).
A história do Cenarc - Centro Artístico São João Batista começa no bairro Salgado Filho com um grupo apreciador de cultura e arte. O interesse de Dom Serafim, ex-bispo de Belo Horizonte, pelo trabalho fez com que a encenação fizesse parte da programação da Arquidiocese Metropolitana.
Em 1996, a convite da Belotur, ela saiu do Salgado Filho para ser exibida na praça da Estação de Belo Horizonte. No local, chegou a ser assistida por 20 mil pessoas, a cada edição, podendo ser considerado o segundo maior evento de cunho religioso do Brasil, perdendo apenas para Nova Jerusalém.
Após oito anos, o espetáculo se transferiu para o estacionamento do Minas Shopping, onde foi apresentado por mais dez anos, voltando, depois desse tempo, à Praça da Estação já totalmente restaurada. Com o encerramento da parceria e patrocínios municipais, o espetáculo deixou de ser apresentado. Dez anos após, retorna com apoio do governo do estado integrando o Minas Santa.
Segundo Antonio Diniz, artes visuais, teatro, música, patrimônio histórico imaterial estão no bojo do evento, que tem o objetivo de resgatar essas tradições e a identidade cultural de Minas Gerais; a memória afetiva da população em torno das celebrações populares religiosas; e o sentimento de pertencimento. Além de promover o turismo em Belo Horizonte, a exemplo de cidades que são conhecidas e visitadas nessa época, como Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo, São João Del Rei.
O evento é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais - SECULT-MG, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) e da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), com patrocínio da Cemig (Ouro) e da Gasmig (Prata).
A encenação terá apresentação pública e gratuita e transmitida pela rede Minas e TV Catedral ao vivo.
Foto: Divulgação
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