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Entre e sinta-se em casa. Este é o convite para a nova exposição apresentada na Galeria Murilo Castro a partir de 24 de abril, “De Casa em Casa”, de Felipe Barbosa. Em seu trabalho, o artista carioca utiliza o conceito mais literal de “casa”, trazendo à memória do espectador suas lembranças mais remotas e, ao mesmo tempo, subverte essa noção e cria novos sentidos a ela.

“Eu me interesso na casa como uma forma motriz que gera quase tudo na vida, na personalidade do ser humano. É a primeira referência que se tem. E, ao mesmo tempo em que é o lugar que a gente se protege, se resguarda, tudo dentro da casa é adquirido pelo dinheiro, se materializa nos objetos”, define o artista.

Serão cerca de 40 obras, desde a instalação Estranha Economia até às séries de esculturas e pinturas de Casas e Condomínios (2007-2010). Objetos banais, como uma bola, uma mala ou um banco são utilizados e, como num jogo de encaixes, o artista vai inventando formas, ampliando cores e questionando as estruturas vigentes.

“Felipe Barbosa nos convida a viajar, de uma forma simples e irônica, pois nos obriga a estar fora, já que não podemos entrar em nenhuma de suas casas. O artista nos instiga a imaginar e a ocupar ou complementar os espaços deixados com a memória e a imaginação individual de cada um que se aproxima dos trabalhos criados por ele”, explica a curadora, Mariana Bretas.

Por meio de sua arte, Felipe transforma e amplia o simples cotidiano e nos mostra o contexto onde estamos inseridos. “Há nesse discurso um grito quase desesperado de mostrar as possibilidades infinitas das coisas, que o poder de criação é capaz de transformar, de recriar, de ver através, de descobrir que na intimidade dos objetos está também a nossa”, finaliza a curadora.

Sobre Felipe Barbosa:

Felipe Barbosa nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, graduou-se em Pintura pela UFRJ, e é mestre em Linguagens Visuais pela mesma instituição. Em seus trabalhos, conjuga elementos do cotidiano e faz referências à História da Arte, alterando os significados dos objetos que elege transformar, criando em seu expectador uma sensação simultânea de proximidade e desconforto.

O artista expõe regularmente desde 2000, em diversos países ao redor mundo, entre eles México, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Croácia, Lituânia, França, Canadá, Holanda, Inglaterra, Argentina e Japão. Dentre suas mostras recentes, destacam-se Campo de las Naciones, na Galería Blanca Soto, em Madrid, na Espanha; The Record: Contemporary Art and Vinyl, no Miami Art Museum, nos Estados Unidos; Futbol Arte y Passion, no MARCO – Museo de Arte Contemporaneo de Monterey, no México; e Consuming Cultures – A Global View,  21C Hotel-Museum, em Kentucky, também nos Estados Unidos.