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Na 33ª edição do Minas Trend, a moda inclusiva não foi apenas pauta — ela esteve presente nas araras, nos discursos e nas práticas de marcas que estão repensando o papel social da indústria. O maior salão de negócios de moda da América Latina, realizado entre os dias 8 e 10 de abril, no BH Shopping, abriu espaço para iniciativas que ressignificam a cadeia produtiva, valorizam o trabalho artesanal e propõem um mercado mais humano e representativo.

O termo “inclusão” ganha novas nuances nesta edição. A Pliê apresentou soluções pensadas para diferentes corpos, com peças fluidas e modelagens que se adaptam a diversas silhuetas. Atuando há mais de 25 anos no mercado, a marca controla toda a cadeia produtiva — do plantio do algodão à confecção — e tem investido em uma moda mais democrática e acessível.

Já a Nannacay, reconhecida pelo trabalho com comunidades artesãs, trouxe uma proposta que conecta moda, impacto social e inovação na distribuição. A marca atua como ponte entre criadores e consumidores finais, oferecendo uma vitrine para quem muitas vezes está fora dos grandes circuitos. “São mães que trabalham em casa porque têm dois filhos para criar, ou pessoas que moram em locais remotos, cujo acesso só é possível de barco”, explica Claudia Melo, representante da marca. “Nosso papel é dar visibilidade e viabilizar a geração de renda, respeitando os contextos de cada um”, destaca.

A inclusão também aparece na curadoria e no formato de produção das peças: tamanhos ampliados, tecidos com conforto térmico e soluções funcionais são recursos adotados por várias marcas expositoras nesta edição. Para além do produto final, essas iniciativas revelam transformações no modelo de negócio — mais aberto à diversidade de corpos, culturas, ritmos e realidades.

A presença dessas propostas no salão de negócios do Minas Trend reforça o papel da moda como ferramenta de transformação social. Ao abrir espaço para a pluralidade, o evento reafirma seu compromisso com um setor mais consciente, que reconhece seu poder de gerar impacto positivo.

Por Emanuel Brandão, estudante de Jornalismo na UNA

Foto: Emanuel Brandão