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O JA.CA - Centro de Arte e Tecnologia apresenta a sua segunda mostra de audiovisual no dia 6 de abril, quarta-feira, às 18h. A programação faz parte do evento e de novo montanha, rio, mar, selva, floresta, no Sesc Palladium, e tem entrada franca mediante retirada de ingressos uma hora antes da sessão.

A segunda mostra reúne trabalhos selecionados por Marcio Harum, curador de Artes Visuais do Centro Cultural São Paulo. Pela primeira vez em exibição no país, o programa é resultado da recente passagem de Harum pelo Estonian Contemporary Art Center (Tallin, Estônia) e pelo Sinne de Helsinki (Finlândia), em dezembro de 2015 e janeiro de 2016, como pesquisador residente do Contemporany Art Center (CAC) de Vilnius, na Lituânia, e do Helsinki International Artist Programme (HIAP).

O programa de filmes e vídeos reúne trabalhos de artistas que estão em franca atuação no sistema de arte do Brasil, alguns deles com projeção internacional estabelecida, e outros em vias de seguir o mesmo caminho. Nascidos entre os anos 1970 e 1980, viveram, quase todos, nas mais diversas regiões do país, e cresceram sob o afastamento progressivo dos efeitos sentidos pela sociedade durante o período da ditadura civil e militar (1964 - 1985). Sua formação se deu em uma zona considerada pelo poderio hegemônico daquela época de 'terceiro mundo, subdesenvolvido ou em desenvolvimento', fortemente caracterizado por uma política instável de seus governos - processo gerador de uma complexa transição econômica, que viu o formato do capitalismo de periferia ser transformado no aclamado modelo global protagonista na atualidade.

Dividido em duas partes, a primeira do programa é chamada de Estrela do Norte / Northern Star, compila pensamentos, manifestações e ações em seus aspectos artísticos mais combatidos pelo giro conservador que o mundo tem engendrado mais recentemente. Os vídeos discorrem sobre a ressaca moral que vem se abatendo de maneira geral sobre sobre todos nós, ao exibir conflitos de pronunciado interesse cultural, como problemas de preservação de patrimônio, identidade tradicional, memória e corpo-território versus a escalada da especulação comercial, violenta gentrificação e o surgimento de uma hostilidade instaurada oficialmente, seja pela mídia ou pelo estado, cada vez menos ética contra a vida coletiva. Por todos os lados vislumbramos o espaço em ruína e reconstrução, as perdas e ganhos dos direitos de cidadania.

Luz do Sul / Southern Light, a segunda parte de FAZ QUE VAI / SET TO GO, agrupa filmes e vídeos que apontam para uma nova geografia como possibilidade de futuro. Os trabalhos aqui selecionados baseiam-se na presença da imaginação como o substrato artístico do tempo, e apresentam utopicamente tal manipulação imagética, ora beirando a crítica alienação de subculturas estéticas correspondentes a estilos de vida e a comportamentos experimentais da realidade, como se fossem fórmulas anti-exportação.