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Óperas de grandes compositores abrem temporada 2014 da série Concertos no Parque

Sob a regência do Maestro Convidado, Silvio Viegas, apresentação resgata clássicos do repertório sacro e operístico

A Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais recebem o regente titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Sílvio Viegas, para a abertura da temporada 2014 da série Concertos no Parque. O concerto é voltado, principalmente, para a música coral e mescla trechos de óperas de grandes compositores, como Bizet e Carlos Gomes, e peças que marcaram época no repertório sacro, como os trabalhos deMozart e Rossini. O programa conta, ainda, com composições dos russos Tchaikovsky e Borodin.

 

A presidente da Fundação Clóvis Salgado, Fernanda Machado, ressalta a importância dessa iniciativa que atende às diretrizes da FCS para a democratização da arte e da cultura. “Essa iniciativa é uma das mais efetivas que temos para a promoção do acesso à arte e à cultura. No ano passado, por exemplo, foram realizadas 11 apresentações que atraíram mais de 26 mil pessoas. Por isso, na abertura da temporada, apostamos em um repertório variado”, aponta.

 

As obras interpretadas pelos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado fazem um recorte das características mais marcantes de cada uma das óperas. Em Carmen, do francês Georges Bizet, o público vai ouvir a famosa abertura e o Ato IV, com o coro de início da tourada. A ópera inseriu elementos exóticos da Espanha a uma arte que estava ligada principalmente à Itália e à Áustria.

 

O repertório sacro ganha destaque com as peças Ave Verum Corpus, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, e Amem do Stabat Mater, do italianoGioacchino Rossini. A polifonia é uma das principais marcas da obra de Mozart, que reúne pequenos coros interpretando diferentes trechos da peça, composta para as comemorações de Corpus Christi. Já em Rossini, a fuga a quatro vozes revela o talento do italiano para a composição sacra.

 

História brasileira e tradições russas – A mais conhecida das óperas brasileiras, O Guarani, de Antônio Carlos Gomes, integra o programa da série. O maestro titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Marcelo Ramos, aponta que a ópera, composta no século XIX, em Milão, na Itália, é inspirada no romance homônimo do escritor José de Alencar e transcorre no Brasil de 1560. “Amor, massacre de índios e colonização brasileira ditam o enredo da ópera”, explica. Alvorada, da ópera O Escravo, também de autoria de Carlos Gomes, faz parte deste momento do concerto, e narra o amanhecer na baía de Guanabara.

 

De volta à Europa, Pyotr Tchaikovsky e Aleksandr Borodin representam o eixo de descentralização da ópera no velho continente. Segundo Marcelo Ramos, “as peças Valsa de Eugene Oneguin e Danças Polovitsianas do Príncipe Igor, além de serem dois exemplos do Romantismo Europeu, representam o resgate folclórico e cultural promovido por alguns compositores russos do século XIX”, destaca.

 

Intercâmbio musical – A primeira edição da série Concertos no Parque conta com a regência do maestro convidado, Sílvio Viegas. Para Marcelo Ramos, essa iniciativa promove a troca de experiências musicais, que é de extrema importância para a Orquestra e o Coral Lírico.

“Além de ser uma forma diferente de intercâmbio de ideias artísticas, a vinda do maestro Sílvio Viegas traz outro timbre de voz nos ensaios, outra forma de ensaiar, outras visões do equilíbrio da orquestra. Enfim, uma experiência sempre enriquecedora”, diz.

 

O maestro Sílvio Viegas, que não regia um concerto em Belo Horizonte desde 2012, explica que voltar à capital mineira é um grande desafio e, ao mesmo tempo, uma enorme satisfação. “Eu tenho uma história muito bonita com os corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado. Essa relação de trabalho e amizade é muito inerente e, a cada novo convite, existe uma motivação maior”, ressalta.

 

ORQUESTRA SINFÔNICA DE MINAS GERAIS – Fundada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais é considerada uma das mais importantes do país. Interpreta repertório que compreende todos os períodos da história da música escrita para orquestra: óperas, balés, concertos, poemas sinfônicos e grandes obras sinfônico-corais, em apresentações ao ar livre, na capital e no interior. Seu regente titular é o maestro Marcelo Ramos, mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e prestes a receber o título de Doutor em artes e regência orquestral na Ball State University (EUA). 

 

CORAL LÍRICO DE MINAS GERAIS – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui uma programação artística permanente e que interpreta um repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Já estiveram à frente do Coral os maestros Luiz Aguiar, Marcos Thadeu, Carlos Alberto Pinto Fonseca, Angela Pinto Coelho, Eliane Fajioli, Silvio Viegas, Charles Roussin, Afrânio Lacerda e Márcio Miranda Pontes. Seu atual regente titular é o maestro Lincoln Andrade.

 

MARCELO RAMOS, REGENTE TITULAR DA OSMG – Mestre em regência orquestral pelo Cleveland Institute of Music (EUA) e doutorando em artes e regência orquestral na Ball State University (EUA). Foi regente nas orquestras Amazonas Filarmônica, Teatro Nacional Claudio Santoro e Sinfônica de Minas Gerais, e dirigiu óperas e concertos sinfônicos. Participou de master classes internacionais com Michael Tilson Thomas, Kenneth Kiesler, Kurt Masur, Ronald Zollman e Alexander Polistchuk. No Brasil, estudou regência com Eleazar de Carvalho e Dante Anzolini, e regeu as principais orquestras brasileiras no Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Brasília e Espírito Santo. Além de regente, Marcelo é violoncelista e arranjador. Já produziu três CDs com obras inéditas de compositores mineiros – a série Ofício de Trevas – e obras para bandas.

 

MAESTRO SILVIO VIEGAS – Natural de Belo Horizonte, Silvio Viegas, estudou regência na Itália e é Mestre em regência pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo sido discípulo de Oiliam Lanna, Sergio Magnani e Roberto Duarte. Foi Diretor Artístico da Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes, em Belo Horizonte de 2003 a 2005. O trabalho de Silvio Viegas tem ocupado uma posição de grande destaque junto ao público e crítica no Brasil. Atualmente, é o Maestro Titular da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Professor da cadeira de Regência na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais.

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