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O príncipe do bandolim, Jimmy Hendrix do bandolim, o maior e mais importante instrumentista do Brasil chega ao palco do Teatro Bradesco, do Centro Cultural Minas Tênis Clube, nos dias 3 e 4 de abril, sexta e sábado, às 20h. O músico apresenta o show da turnê “Pelo Brasil” que consiste na concepção, criação e circulação nacional de um concerto solo multimídia.

Holanda começou seus estudos com o bandolim aos cinco anos. “Ganhei o bandolim de presente de natal, dado pelo meu avô materno. Sempre tive a música no meu dia a dia porque meu pai é violonista, meu irmão toca 7 cordas, meu avô tocava trompete, meu tio também era músico”, conta.  Criador de uma técnica polifônica do Bandolim Brasileiro de 10 cordas, se tornando um dos poucos no mundo com recursos para fazer um espetáculo de bandolim solo, Holanda é considerado um dos mais importantes músicos do mundo. E como diz a cantora Roberta Sá em seu DVD “Pra se ter Alegria”, “ele é todo nosso”.

O artista faz uma música totalmente brasileira e passei pelos ritmos como choro, baião, maracatu, samba, bumba-meu-boi, moda de viola e o chamamé. O som dele tem uma versatilidade que permite passear por várias casas de shows. “Minha música é brasileira com vários elementos que se misturam, como nosso povo. Meu repertório inicial e base é de Choro e Samba, mas não me enquadro exatamente como um músico de um gênero. Sou compositor, gosto de fazer música de tudo quanto é tipo: música pra sorrir, pra dançar, pra pensar, pra lembrar, pra dar de presente, etc. Como artista, estou sempre em busca da originalidade, da beleza, de fazer algo novo todo dia”, explica.

Dono de ouvido absoluto, (capacidade natural de identificar qualquer tom acusticamente apresentado), Holanda afirma que este dom só ajuda. “Já foi complicado, mas acho que sempre dei um jeito de me adaptar às situações. Na música, essa condição só me ajuda”, diz. Os ouvidos do artista escutam com frequência “Tom Jobim, Cartola, H. Villa-Lobos, Milton Nascimento, Astor Piazzola, Paco de Lucia, Chick Corea, Baden Powell, Hermeto Pascoal, Zeca Pagodinho, e tem muito mais. Todos eles me inspiram de alguma maneira bonita”, mas Holanda ressalta que “o maior nome (da música) é a própria música”.

A música é a vida de3 Holanda e ele mostrará isso no show “Pelo Brasil” no momento em que tocará com ele mesmo quando criança. “É uma grande brincadeira, como aquele garotinho virou um galalau e o bandolim continua do mesmo tamanho”, conta. Segundo o musico as pessoas dão risadas e o momento se torna emocionante “porque tem meu pai no vídeo, meu irmão também. É legal poder brincar de voltar no tempo de coisas bacanas que foram vividas”, argumenta. Desde a infância, Holanda dedica algumas horas por dia ao estudo do instrumento. “Não sei dizer quantas horas, talvez duas, às vezes menos ou mais. Tento me dedicar o máximo que posso, conciliando com atividades rotineiras da vida”, afirma.

Chamado pela imprensa americana de Jimmy Hendrix do bandolim, Holanda entende este apelido como um enaltecimento. “Eu achava engraçado porque não conhecia nada da obra dele e as pessoas me comparavam. Mas, claro que é bacana receber este ‘elogio’”, conta. O músico já dividiu o palco com artistas do quilate de Maria Bethânia, Ivan Lins, João Bosco, John Paul Jones (Led Zepellin), Chucho Valdes, Stefano Bollani, Richard Galliano (melhor acordeonista do mundo), Richard Bona, Bella Fleck and the Flecktones, Buena Vista Social Club, Djavan, Cesaria Évora, Beth Carvalho, Diogo Nogueira, Zélia Duncan, Dona Ivone Lara, Ivan Lins, João Bosco, Roberta Sá, entre outros. “Desejo um dia tocar com a Orquestra Filarmônica de Berlim”, revela.

A música, define Hamilton de Holanda é “mistura de sons e silêncio, de forma ordenada, ou desordenada. É lembrança, é ofício, é suor, é paixão. É aquele som que entra pelo ouvido e vai direto pro coração”. Lendo essa definição é fácil entender porque ele é o melhor no que faz.

Foto: Divulgação