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Há 32 anos, o Baile da Saudade é o principal palco noturno da cultura soul em Belo Horizonte. O foco sempre foi dar espaço, e som, aos dançarinos de black music para praticar, mostrar e preservar um pouco do legado americano dos anos 70 . Os ternos, sapatos finos, acessórios, boinas, chapéus e cabelos ouriçados – junto às luzes coloridas sobre o salão e à música de James Brown e companhia – compõem a identidade do baile. Quem vai ao Baile, vai conhecer realmente a tradição baseada na música e na dança funky soul da década de 1970.

Fundado em 1983, o Baile da Saudade começou com uma reunião de amigos saudosos dos bailes de black music que aconteciam no centro da cidade nos anos 70 e que declinaram no início dos anos 80. Sem espaço para ouvir e dançar ao som da black music, o discotecário Toninho Black comprou uma caixa de som e colocou uma riquíssima coleção de vinis para um baile mais intimista que reunia amigos e conhecidos. Com o passar dos anos, o Baile se popularizou, ganhou endereço no bairro Venda Nova e conquistou frequentadores de todas as idades e classes sociais, provavelmente, um dos trunfos do sucesso da festa. Agora, ao completar, 32 anos, o Baile da Saudade faz a festa no Granfinos, palco dos sapatos bicolores desde agosto do ano passado.

Como no Baile da Saudade as tradições são seguidas à risca pelo frequentadores mais antigos, os cavalheiros vestem ternos, blazers, gravatas borboleta, casacos, coletes, suspensórios, chapéus e sapatos bico fino lustrados. Já as damas abusam do brilho, dos penteados caprichados, da maquiagem elegante, brincos e colares coloridos e plataformas. No salão todo mundo é bem-vindo, não existem preconceitos nem pudores, cada um dança à sua maneira, afinal, o soul é dança e cada um cria o seu estilo através do suingue, é só deixar o ritmo entrar.

Foto: Divulgação