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Filarmônica apresenta concerto com obras dos períodos Barroco, Clássico e Romântico
Durante apresentação, no Palácio das Artes, três músicos da Orquestra unem-se para interpretar peça de Bach
Músicos da Filarmônica de Minas Gerais, as flautistas Cássia Lima e Renata Xavier e o violinista Anthony Flint se unem, no dia 3 de abril, às 20h30, no Grande Teatro do Palácio das Artes, para apresentar o Quarto Concerto de Brandenburgo, de Johann Sebastian Bach, uma das mais significativas obras do período Barroco. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpreta, ainda, duas importantes sinfonias, uma do período Clássico, a nº 88 de Haydn, e outra do Romantismo, a nº 4 de Dvorák.
Este concerto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas e conta com o patrocínio do Mercantil do Brasil, Algar Telecom e Localiza, por meio das Leis Estadual e Federal de Incentivo à Cultura.
A flautista Cássia Lima
Mineira de Extrema, Cássia iniciou seus estudos com João Dias Carrasqueira e Grace Busch. Concluiu bacharelado em Flauta pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), como aluna de Jean-Noel Saghaard. Em São Paulo, também estudou com de Marcos Kiehl. Recebeu bolsa da Fundação Vitae durante os anos de estudo na Mannes College of Music, em Nova York, onde estudou com Keith Underwood e concluiu os cursos de mestrado e Artist Diploma. Participou de masterclasses com Michael Parloff, William Bennett, Judith Mendenhall e Emmanuel Pahud, entre outros.
A flautista venceu os principais concursos no Brasil, como o Jovens Solistas da Orquestra Experimental de Repertório e o II Concurso Nacional Jovens Flautistas. Em Nova York, venceu o Mannes Concerto Competition e o Gregory Award por “Excelência em Performance”. Foi bolsista do Tanglewood Music Center, onde atuou como camerista e primeira flauta da orquestra do festival, sob regência de James Levine, Kurt Masur, Seiji Ozawa e Rafael Frübehbeck. Fez parte do corpo docente da Universidade de Minnesota e foi flautista da Minnesota Orchestra, sob regência de Charles Dutoit. De volta ao Brasil, foi Primeira Flauta da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), onde também atuou como solista. Participou da I Oferenda Musical de São Paulo e foi professora da Oficina de Música de Curitiba. Atualmente, Cássia atua como camerista do Quinteto de Sopros da Filarmônica de Minas Gerais e participa de diversos grupos camerísticos. Integra a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2009 como Flauta Principal.
A flautista Renata Xavier
Nascida no Sul de Minas, na cidade de Pouso Alegre, Renata Xavier iniciou os estudos musicais aos sete anos, no Conservatório Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira. Em 1999, ingressou no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), concluindo seu bacharelado, em 2002, sob orientação de Jean Noel Saghaard. Também foi aluna de Rogerio Wolf. A musicista atuou como solista junto à Orquestra de Câmara da Unesp, à Orquestra de Câmara Sesiminas, à Orquestra Jovem de Guarulhos – fruto de prêmio do Concurso Jovens solistas – e no Festival Mozart, em 2012 e 2013.
Renata também participou dos principais festivais de música do País, dentre os quais, o de Campos de Jordão, a Oficina de Música de Curitiba e o Festival Música nas Montanhas, em Poços de Caldas. Além de suas atividades com a Filarmônica de Minas Gerais, onde é Flauta Assistente desde 2007, a musicista é chefe de naipe da Banda Sinfônica do Pronatec e flautista do grupo Fino Choro, que tem como objetivo difundir o chorinho por meio de uma formação camerística nada convencional.
O violinista Anthony Flint
Anthony Flint iniciou os estudos musicais em sua Inglaterra natal, mas se mudou para o Canadá bem jovem, dando sequência à formação no Conservatório de Toronto, onde estudou violino com David Mankovitz e piano com Patricia Holt. Completou a educação musical graduando-se pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, com os professores James Buswell, Larry Shapiro, Franco Gulli e Joseph Gingold.
Como Primeiro Violino, sua carreira começou quando ainda era adolescente em Spoleto, na Itália, no Festival dei Due Mondi. Depois da graduação, Flint foi indicado a liderar várias orquestras no Canadá e nos Estados Unidos, o que inclui a CJRT Radio Symphony, em Toronto, e a Orquestra de Illinois, em Chicago. De 1989 a março de 2012, atuou como primeiro violino da Orchestra della Svizzera Italiana, em Lugano, na Suíça. Passou dez temporadas como Primeiro Violino convidado da West Deutsches Rundfunk, em Colônia, na Alemanha, e cinco temporadas como spalla convidado da Osesp. Apresentou-se também junto à Sinfônica de Bournemouth, à BBC Scottish and English National Opera no Reino Unido, à Orquestra Gulbenkian (Portugal) e à Orquestra de Câmara de Zurique. Em março de 2012, Anthony Flint assumiu a posição de spalla da OrquestraFilarmônica de Minas Gerais. Flint também desenvolve carreira como solista e músico de câmara, formação com a qual tem grande paixão, apresentando-se com importantes artistas internacionais.
O maestro Fabio Mechetti
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008. Por esse trabalho, recebeu o XII Prêmio Carlos Gomes/2009 na categoria Melhor Regente brasileiro. É também Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville (EUA), desde 1999. Foi Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente Emérito. Na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, tornou-se Regente associado de Mstislav Rostropovich e Regente Residente da Orquestra Sinfônica de San Diego.
Estreou no Carnegie Hall, de Nova York, ao conduzir a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey. Nos Estados Unidos, dirige inúmeras orquestras e é convidado frequente dos festivais de verão. Realizou concertos em países como México, Espanha, Venezuela, Japão, Escócia, Nova Zelândia e Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, com frequência, na Escandinávia. Recentemente, estreou com a Filarmônica de Tampere, na Finlândia. No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Osesp, as orquestras de Porto Alegre, Brasília e Paraná e as municipais de São Paulo e Rio de Janeiro. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos EUA com a Ópera de Washington. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e Composição pela prestigiosa Juilliard School, de Nova York.
Repertório
Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Filarmônica de Minas Gerais inicia o concerto com a Sinfonia nº 88 em Sol maior, de Joseph Haydn (Áustria, 1732-1809). Presença marcante do período Clássico, o compositor demonstra maturidade nas variadas sonatas que escreveu. Suas 104 sinfonias são uma herança única para a música, sendo as primeiras, uma síntese brilhante do Barroco e do Classicismo.
Considerada um dos trabalhos mais audaciosos do compositor, a Sinfonia nº 88, publicada em Paris, conquista o público do primeiro ao último movimento. A peça impressiona por sua concentração temática, com lembranças de dança camponesa e ênfase nos trompetes e percussão. Além disso, contém caráter rústico, feito por trompas e fagotes que lembram gaitas de fole. É com esta obra que Haydn alcança um dos mais memoráveis momentos da música clássica vienense.
Johann Sebastian Bach (Alemanha, 1685-1750) é um dos principais compositores representantes do Barroco, período decisivo na história da música clássica. A Orquestra apresenta seu Concerto de Brandenburgo nº 4 em Sol maior, com participação especial das flautistas Cássia Lima e Renata Xavier, e do violinista Anthony Flint. O concerto – obra em três movimentos para um ou mais solistas e orquestra – nasceu e se desenvolveu na Itália. Na Alemanha, adaptando-se às preferências locais, tornou-se um híbrido do rigor alemão e do brilhantismo italiano, com um tempero francês, pois a música francesa era popular na Alemanha. Exatamente neste contexto é que os Concertos de Brandenburgo se inserem.
Trata-se, ao todo, de seis concertos, que apresentam ao público as possibilidades estruturais e expressivas dessa forma musical. Dedicados ao marquês de Brandenburgo-Schwedt, todos foram escritos pelo compositor quando ele trabalhava na corte de Köthen. A obra apresentada pelaFilarmônica de Minas Gerais foi escrita para um violino, duas flautas e uma orquestra de cordas e baixo contínuo. Como o marquês não dispunha de uma orquestra que pudesse interpretá-los, os Concertos ficaram armazenados na biblioteca do castelo. Mais de cem anos depois, em 1849, essesconcertos foram redescobertos e publicados no ano seguinte, data das celebrações do centenário da morte de Bach.
Para encerrar a noite, será interpretada a Sinfonia nº 4 em ré menor, de Antonín Dvorák (República Tcheca, 1841-1904). Compositor que buscou em fontes folclóricas o caminho para suas obras, Dvorák consegue transpor para sua composição a proeza de transformar os sons boêmios em elementos únicos da música clássica. As composições contêm, de um lado, o romantismo alemão, e, do outro, a cultura tradicional de seu país. O resultado é original, o que lhe valeu o reconhecimento de seus contemporâneos (incluindo Brahms e Tchaikovsky) e títulos acadêmicos, como os de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Cambridge e pela Universidade de Praga.
A Sinfonia nº 4 foi escrita pelo compositor entre janeiro e março de 1874 e estreada em Praga, na República Tcheca, em maio do mesmo ano. À frente da orquestra estava o maestro e compositor Bedrich Smetana, de cuja fonte nacionalista Dvorák bebeu. Mesmo com forte inspiração popular e nas obras de Wagner, a peça é extremamente original e autônoma. Hoje, a Quarta sinfonia de Dvorák é de suas obras mais celebradas.
Sobre a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
Um dos únicos projetos mundiais de orquestra sinfônica do início do século XXI, a Filarmônica de Minas Gerais foi criada, em 2008, pelo Governo deMinas, com o intuito de inserir o Estado nos circuitos nacional e internacional da música clássica. A Orquestra entra em seu sétimo ano com a perspectiva de sede própria, a Sala Minas Gerais, atualmente em obras, que possibilitará flexibilidade na programação, além da construção de uma sonoridade própria e do desenvolvimento de novos projetos. Outro passo importante nestes sete anos é a entrada da Filarmônica no mercado fonográfico, com a gravação de seu primeiro CD comercial, pelo selo Sonhos e Sons, com a Sinfonia nº 9 de Franz Schubert, e a parceria com o selo internacional Naxos, para a registro, no momento, de obras de Villa-Lobos.
Com excelência artística, vigorosa programação e reconhecimento de três importantes premiações – prêmio Carlos Gomes de melhor orquestra brasileira, melhor grupo musical erudito pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e Prêmio Carlos Gomes de melhor regente brasileiro, recebido pelo maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Filarmônica –, a Orquestra torna-se referência no Brasil e vai conquistando seu espaço internacionalmente.
Desde sua criação, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta-se regularmente em Belo Horizonte, em duas séries no Palácio das Artes, em Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque e Concertos Didáticos, além de realizar turnês por Minas Gerais e pelo país. Visitou cidades de todas as regiões brasileiras e mineiras, algumas delas mais de uma vez. A Orquestra também tem se apresentado na Sala São Paulo, nos teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo e participa dos principais eventos de música clássica do país, como o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora, os Concertos Paulínia e a Rio Folle Journée, entre outros. A primeira turnê internacional da Filarmônica ocorreu em 2012, com cinco concertos na Argentina e no Uruguai.
Como ações de estímulo à música, a Filarmônica de Minas Gerais promove o Festival Tinta Fresca, destinado a compositores de todo o país, e o Laboratório de Regência, atividade inédita no Brasil, que abre oportunidade para jovens regentes brasileiros.
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