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"TDAH" é o tema do novo trabalho da cantora Dram
Audiovisual chegou nas plataformas no dia 27/03 e traz uma reflexão sobre a normalização de padrões sociais
Low profile (pessoa que usa pouco as redes sociais), Dram está ainda mais sumida do universo online. Isso porque a artista está focada no lançamento de seu primeiro álbum: “Tenho Fim”. E é melhor mesmo não dividir a atenção, evitando perder o fio da meada em meio a tanta dopamina barata dos vídeos curtos. Abrindo alas para o primeiro disco da carreira, a artista lançou no dia 27 de março, em todas as plataformas online (https://linktr.ee/drammusicas), o single “TDAH”, um feat com a artista Sara Não Tem Nome que antecipa o tom reflexivo do primeiro trabalho autoral e que ainda faz uma crítica à patologização das diferenças, abordando o peso dos padrões sociais impostos sobre indivíduos que não se encaixam neles.
“TDAH” nasceu como um presente para a irmã de Dram, mas logo se revelou também um retrato pessoal e coletivo. “Percebo que muita gente se identifica quando escuta essa música e entendo que é porque ninguém aguenta mais tentar ser essa pessoa que a norma exige. Estamos cansados”, descreve a artista. A canção explora a exaustão gerada pela tentativa constante de adequação a um modelo social restritivo, propondo um olhar mais humano e inclusivo sobre a diversidade dos modos de ser e existir.
O single, que ganhará ainda um videoclipe, carrega a identidade musical de Dram, mesclando elementos de MPB, pop e influências diversas. “A minha música é uma mistura de ritmos, mas posso pontuar que tem reggae, baião, forró, pop, rock… dá para sacar algumas influências, mas não dá para definir. Se tivesse mesmo que classificar, eu classificaria como MPB, porque a MPB é meio que isso: uma mistura gostosa de ritmos variados que a gente produz aqui nesta terra chamada Brasil”, pontua a artista, que está realizando o disco com recursos do Edital Movimenta Multilinguagens, do Fundo Municipal de Incentivo à Cultura de Contagem.
Além da parceira em “TDAH” — e também na vida, já que se conhecem desde a adolescência e sempre se inspiraram no trabalho musical uma da outra —, Sara Não Tem Nome assina a direção do videoclipe e da música de Dram. “A Sara é uma artista que tem uma originalidade única e que a admiro muito por sua criatividade e resiliência de continuar se dedicando integralmente a arte independente mesmo com todo esse cenário desafiador da cultura”, pontua Dram, que trouxe ainda para o videoclipe outros dois talentos do cenário mineiro que fazem parte da sua jornada artística e de vida: Dayane Tropicaos e Débora Arau, irmã de Dram.
“A Débora, além de ser minha irmã, é uma das artistas que mais admiro na vida. Ela é excepcional. Ela tem um olhar que capta fragmentos visuais que passam totalmente despercebidos pela maioria das pessoas. A Dayane, que cresceu no mesmo bairro que eu e a Débora, tem uma arte autêntica e sempre questionadora. Eu tive a oportunidade de vê-la florescendo na arte e fico sempre muito feliz quando trabalho em algo que tem o dedo dela. Foi muito gostoso a produção do videoclipe e dos vizualizers. Eu amei o resultado e amei também me reunir com essas três artistas/amigas depois de tanto tempo em caminhos diferentes”, descreve Dram.
SERVIÇO: Single “TDAH” – Dram
Lançamento: 27 de março
Videoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=pUPCWqIRgro
Selo: Grão Pixel
Distribuição: CD Baby
DISCO "TENHO FIM"
“TDAH” é uma das nove faixas de “Tenho Fim”, cujo lançamento está previsto para 30 de abril. O disco autoral, que promete instigar e emocionar os ouvintes, faz uma reflexão profunda sobre a finitude humana, tema pouco explorado pelas pessoas e que acaba sendo recorrente diante da crueldade dos argumentos cegos.
“Em um almoço de família, quando surgiu o assunto sobre a indústria da carne, um tio falou que estava na Bíblia. Após tanto debate, ele continuou afirmando que está na Bíblia que ‘os homens têm que dominar os animais’ e que ‘eles estão aí para nos servir’. Na época, eu estava lendo um livro do Airton Krenak. em que ele questiona muito o sistema antropocêntrico que vivemos. Ele fala que a vida vai muito além da gente, que nós humanos não fazemos falta a biodiversidade. Ler o Krenak naquele dia me consolou. É importante saber que não estamos em um mundo rodeado só de pessoas dopadas e desconectadas totalmente da realidade. E como diz o Krenak, nós precisamos ‘mudar nossos hábitos de nascer e morrer’. Conversar sobre a nossa finitude é algo urgente para vivermos melhor”, narra a artista revelando uma das inspirações para o trabalho inédito.
Foto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO
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