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Festival apresenta mostra de danças urbanas e contemporâneas
Confira a programação
Pole dance, funk, house dance, vogue, breaking, passinho e outros estilos e combinações. De 25 de março a 6 de abril, a segunda edição do Encontro Brasileiro de Pole e Danças reúne diversas expressões de danças urbanas e contemporâneas, em seis dias de programação. Onze performances serão apresentadas na noite de encerramento do festival, no Grande Teatro do Sesc Palladium, dia 6 de abril, a partir de 18h. Os ingressos custam entre R$5 e R$10 e estão à venda na Sympla e na bilheteria do Sesc Palladium.
As outras opções da programação são gratuitas: uma mostra de dança e videodança no Centro Cultural Bairro das Indústrias, no dia 05 de abril; oito oficinas, em três espaços da cidade nos dias 29 de março, 04 e 05 de abril; e duas mesas de debates, transmitidas ao vivo no Youtube, em 25 e 27 de março. O link para inscrições e outras informações podem ser encontrados no site www.ebpoledancas.com.br
Performances
Em 2025, o EBPD conta com duas mostras artísticas que destacam nomes atuantes de diferentes nichos da dança local e nacional. Os mineiros Roseane Corrêa, Silvia Kamyla, Milô Mendes, Letícia Coui, Crew UBDI e Espaço Laia são alguns dos 11 artistas e grupos selecionados via edital para se apresentar no encerramento do festival no Sesc Palladium. Gil Sant'Anna, Pasha Gorbachev, Lagarthixaa, T.F. Cia de Dança e Semente Cia de Dança vêm de outros estados e completam a programação da noite.
Um dia antes, cinco performances integram a mostra no Centro Cultural Bairro das Indústrias, no Barreiro. Joyce Gregório, Alafiarte, Lá Da Favelinha e Cia Elemento X se performam no palco, enquanto Letícia Oliveira apresenta uma obra de videodança. A programação tem início às 15h30 e a entrada é gratuita.
Transgressões político-poéticas
Todas as performances se relacionam de alguma forma com o tema que dá nome à segunda edição do festival: transgressões político-poéticas. “A edição deste ano pulsa com a força das transgressões político-poéticas, atravessando as performances com temas como resistência, ancestralidade, identidade e a relação entre corpo e ambiente. A dança não apenas ocupa o espaço cênico, mas também reivindica territórios, ressignifica corpos e provoca diálogos urgentes”, reflete Tiago Gambogi, diretor artístico e curador do EBPD.
Em “Ventania de Fé”, por exemplo, Roseane Corrêa (BH) utiliza o pole dance para celebrar a potência da mulher preta, evocando a proteção espiritual e a memória ancestral por meio do movimento. Já “The Seed”, da Semente Cia de Dança (PR), coloca a dança em diálogo com o Antropoceno, expondo a tensão entre destruição e regeneração na relação entre a humanidade e a natureza. Em “Ashanti”, a Crew UBDI (BH) une dança, poesia e performance para exaltar o protagonismo da mulher negra, ecoando Angela Davis ao afirmar que, quando uma mulher negra se movimenta, toda a sociedade se movimenta com ela.
“Essas obras não se limitam à estética; elas são corpos-em-ação, corpos-políticos que fazem da dança um manifesto vivo. O público não apenas assiste, mas é convocado a sentir, refletir e, quem sabe, transformar-se e transformar a sociedade em que vive. Afinal, a dança tem esse poder: mover não só o corpo, mas também o pensamento, a história e as estruturas, em um confluir interno e dialético”, complementa.
Diversidade
O EBPD abraça uma diversidade de linguagens de dança. As performances selecionadas transitam por estilos como pole dance, funk, hip hop, breaking, house dance, popping, locking, vogue, twerk, passinho e outras danças com matrizes africanas. Cada uma dessas expressões carrega um universo próprio de história, estética e significado, mas todas compartilham um fio condutor: nasceram da transgressão cultural.
“Essas danças emergiram como respostas a contextos de exclusão, como formas de resistência e celebração da identidade. O pole dance reivindica a autonomia dos corpos, gêneros e o erótico, o funk e o passinho desafiam a desigualdade social, enquanto o hip hop, o breaking e o house nasceram de lutas e potências das comunidades negras e latinas nos EUA. O vogue surge da cultura ballroom LGBTQIAPN+, o twerk resgata matrizes africanas, e todos esses estilos subvertem padrões e expandem os limites da dança tradicional, celebrando a liberdade, a criatividade e a auto expressão”, explica Tiago.
Curadoria
A equipe de curadoria, coordenada pelo bailarino, coreógrafo, ator, diretor e artivista mineiro Tiago Gambogi, é formada pelos dançarinos, professores e coreógrafos Dudude Herrmann, Cynthia Reyder e Guilherme Morais. Além de duas das idealizadoras do projeto, a pesquisadora e coreógrafa Letícia Oliveira e a pole dancer e empresária Luiza Senra. Questões como originalidade, diálogo com o tema do evento, técnica e trilha sonora, além de inovação, pesquisa e experimentação em dança foram levadas em consideração no momento de avaliar os mais de 100 inscritos.
“Selecionar as propostas foi um desafio, mas muito prazeroso! Recebemos trabalhos de todo o país, marcados por ousadia, potência e comprometimento. Fiquei surpreso com o frescor, a inventividade e o bom humor das criações. É inspirador perceber que a dança brasileira segue sabendo que corpo é mente e mente é corpo, não existe mais o dualismo cartesiano entre o corpo e mente e seguimos em frente, com coragem, ocupando espaços de visibilidade, reflexão e fruição”, conta Gambogi.
Oficinas e debates
Além das mostras, o festival vai oferecer oito oficinas gratuitas, ministradas por artistas e pesquisadores renomados. As atividades serão realizadas em centros culturais de Belo Horizonte e convidam o público para participar de vivências práticas de pole dance e de outras linguagens contemporâneas, como danças urbanas ao som de rap nacional, teatro físico e dança-teatro, e improvisação e expressão no movimento. Silvia Kamyla, Maíra Rodrigues, Vic Alves, Tiago Gambogi, Pim Lopes, Bárbara Almeida, Moni Loppi e Lagarthixaa irão ministrar as aulas. Os interessados podem se inscrever pelo site do EBPD.
Os debates serão realizados nos dias 25 e 27 de março, no canal oficial do festival no YouTube. A dançarina, professora, pesquisadora e produtora cultural Jussara Braga e o artista e produtor cultural Wenderson Godoi vão compor a mesa Transgressões Políticas e Fortalecimento do Setor da Dança Frente às Iniciativas Públicas e Privadas, no dia 25. Já Erotismo, Subversão e transgressões político-poéticas no Pole Dance recebe a instrutora, dançarina e intérprete criadora em pole dance e danças eróticas Bianca Brochier e a pesquisadora, artista e ativista Nina Caetano.
Sobre o festival
A primeira edição do EBPD foi realizada em 2022 e ocupou diversos espaços da cidade com debates, oficinas e performances. O Grande Teatro do Sesc Palladium recebeu 15 apresentações, reunindo uma mostra relevante da dança urbana e contemporânea da cidade. Artistas como Lá Da Favelinha, O Somos, Roseane Corrêa, Nadja Kaikai e Trio Lipstick, além de dançarinos de outras cidades se apresentaram na noite de encerramento do projeto.
O II Encontro Brasileiro de Pole e Danças tem patrocínio da Smartfit e é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
Serviço:
Mostra artística Sesc Palladium
Roseane Corrêa - "Ventania de Fé"
Silvia Kamyla - "MOKÃ"
Gil Sant'Anna - "Neguinho"
Pasha Gorbachev - "HOMO"
Joyce Gregório - "Entrelaços"
Espaço Laia - "Desapego"
Lagarthixaa - "T3CN0L0G14 R3PT1L"
T.F. Cia de Dança - "RASTRO"
Semente Cia de Dança - "The Seed"
Crew UBDI - "Ashanti"
Letícia Coui - " À La Carte"
Data: 06 de abril
Local: Grande Teatro do Sesc Palladium - R. Rio de Janeiro, 1046 - Centro
Horário: 18h
Ingressos: R$10 (inteira) | R$5 (meia-entrada)
Venda: https://bileto.sympla.com.br/event/102944 e na bilheteria do Sesc Palladium
Mostra artística Centro Cultural Bairro das Indústrias
Alafiarte - "Rumos e Ritmos: A Vida em Movimento"
Lá Da Favelinha - “Favelinha Dance”
Cia Elemento X - "Off: Eles Não Olham para Nós"
Letícia Oliveira - “Revoada: Narrativas e Poéticas Impressas no Corpo que Dança e Denuncia”
Data: 05 de abril
Local: Centro Cultural Bairro das Indústrias - Rua dos Industriários, 289 - Indústrias I (Barreiro)
Horário: 15h30
Entrada franca
Oficinas
Urbana em Cena - com Silvia Kamyla
Local: CRJ Centro de Referência das Juventudes - Rua Guaicurus, 50 - Centro
Data: 29 de março, 10h
Teatro Físico/Dança-Teatro - com Tiago Gambogi
Local: CRJ Centro de Referência das Juventudes - Rua Guaicurus, 50 - Centro
Data e horário: 29 de março, 14h
Daquele Jeito - uma oficina com o repertório do Bloco Daquele Jeito - com Maíra Rodrigues
Local: Associação Querubins - rua Correias, 700, Sion (Vila Acaba Mundo)
Data e horário: 29 de março, 9h
Danças Urbanas ao som de RAP Nacional - com Bárbara Almeida
Local: Associação Querubins - rua Correias, 700, Sion (Vila Acaba Mundo)
Data e horário: 29 de março, 11h
Corpo Urbano Presente - com Vic Alves
Local: CRJ Centro de Referência das Juventudes - Rua Guaicurus, 50 - Centro
Data e horário: 04 de abril, 19h
Dança Contemporânea - com Lagarthixaa
Local: Brasa Pole Dance - Avenida Barbacena, 1018, andar L - Santo Agostinho
Data e horário: 5 de abril, 9h
"CRIATIVA" - Improvisação e Expressão no Movimento - com Pim Lopes
Local: Brasa Pole Dance - Avenida Barbacena, 1018, andar L - Santo Agostinho
Data e horário: 05 de abril, 11h
Pole Lopping - com Moni Loppi
Local: Brasa Pole Dance - Avenida Barbacena, 1018, andar L - Santo Agostinho
Data e horário: 05 de abril, 14h
Inscrições: www.ebpoledancas.com.br
DEBATES
Transgressões Políticas e Fortalecimento do Setor da Dança frente às iniciativas públicas e privadas
com Jussara Braga e Wederson Godoi
Mediação: Letícia Oliveira
25 de março, 14h - youtube.com/@projetoebpd
Erotismo, Subversão e transgressões político-poéticas no Pole Dance com Bianca Brochier e Nina Caetano
Mediação: Lu Senra
27 de março, 14h - youtube.com/@projetoebpd
Outras informações: www.ebpoledancas.com.br | @ebpole_dancas | www.facebook.com/ebpole.dancas
Foto: Divulgação
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