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Com obras de Schubert e Mendelssohn, Orquestra Sinfônica de Minas Gerais inaugura Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto
A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais realiza, nos dias 31 de março e 1º de abril próximos, uma dobradinha de concertos para inaugurar as Séries Sinfônica ao Meio Dia e Sinfônica em Concerto. A regência dos dois primeiros concertos, que terão o mesmo programa, será do regente Sérgio Gomes, Maestro Assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Também o Coral Lírico de Minas Gerais terá as suas Séries Lírico ao Meio-dia e Lírico em Concerto.
Com o slogan Um cardápio musical para você, o projeto Sinfônica ao Meio Dia tem o objetivo de contemplar as pessoas que trabalham ou estudam no hipercentro de BH, e até mesmo os transeuntes que passam pela região, oferecendo um programa gratuito, que inclui grandes nomes da música nacional e internacional. Segundo Cláudia Malta, Diretora Artística da FCS, trata-se de mais uma iniciativa que pretende aproximar o público da programação apresentada pelos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado.
“Nossa expectativa é oferecer àquelas pessoas que passam pelo entorno do Palácio das Artes uma programação diferente. É uma oportunidade única de assistir a um concerto gratuito com grupos de alta qualidade musical”.
A série Sinfônica em Concerto, apresentação que acontece no dia primeiro, e será semanal, leva a OSMG ao Grande Teatro do Palácio das Artes interpretando grandes nomes da música em concertos a preços populares. Professores da rede regular de ensino e também de cursos livres de arte, terão ingressos gratuitos disponibilizados pelo projeto Bravo, Professor!.
Sobre o programa:
De forma inusitada, o concerto abre com Sinfonia em si menor de Franz Schubert. “Geralmente as sinfonias encerram os concertos, mas optamos por abrir com essa composição porque, apesar de muito bonita, deixa um clima muito denso de reflexão”, explica o regente Sergio Gomes.
Conhecida como a Sinfonia Inacabada, ou ainda Sinfonia nº.8, a obra possui apenas dois movimentos, e não quatro como normalmente essas composições têm. Existem diversas teorias sobre o porquê de Schubert não terminar a obra, uma delas aponta para o fato do autor ter adoecido ao começar a composição. “Mas essa não é a única explicação. A sinfonia n.8 ficaria muito grande, com 30 minutos mais ou menos, e com apenas dois movimentos. Isso pode ser uma indicação de que Schubert não pretendia fazer uma obra muito maior”. O compositor morreu jovem, aos 31 anos, sem grande reconhecimento.
O concerto segue com a execução de Concertino para clarineta de Francisco Mignone, com a participação do solista Walter Júnio, na clarineta. “Ao incluir essa música no programa, nós seguimos com a iniciativa de valorizar a música nacional e os nossos compositores nos programas”, explica Sérgio Gomes. Composto em 1957, o Concertino para clarineta é uma obra complexa para o seu tempo, altamente influenciada pela música popular e folclórica. É a primeira obra, que se tem notícia, a ser executada no Brasil por um clarinetista brasileiro.
A abertura As Hébridas, de Felix Mendelssohn, encerra o concerto. Esta composição é uma de suas mais conhecidas do compositor. As Hébridas O.p 26, também conhecida como Gruta de Fingal, foi inspirada em uma visita feita por Mendelsson à Gruta de Fingal, na ilha de Staffa, localizada nas Hébridas, arquipélago na Escócia. “Essa obra descreve a paisagem deste local. Por meio da música ele fala de seus declives e nuances”, conta Sérgio. A peça foi dedica ao rei Frederico Guilherme IV da Prússia, então príncipe herdeiro do império.
Sobre os Corpos Artísticos:
Orquestra Sinfônica de Minas Gerais – Criada em 1976, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, corpo artístico gerido pela Fundação Clóvis Salgado, é considerada uma das mais ativas orquestras do país. O repertório interpretado pela OSMG inclui desde o clássico tradicional, como balés, concertos, sinfonias e obras sacras, até grandes sucessos da música popular, como a série Sinfônica Pop. A Orquestra apresenta-se em eventos locais e nacionais, além de cidades do interior de Minas, com o intuito de difundir a música erudita e democratizar o acesso de diversos públicos a esse gênero musical. A OSMG atua também na temporada de óperas produzidas pela Fundação Clóvis Salgado.
Sérgio Gomes, regente assistente - Graduado em trompa pela UFMG, nasceu no estado do Rio de Janeiro e iniciou seus estudos musicais com seu pai, o maestro Sebastião Gomes, e de trompa, aos 11 anos, na Escola de Música de Brasília. Em 1977, passou a integrar, como primeiro trompista, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Em 1981, foi convidado a participar da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, como primeiro trompista, atuando também como solista da referida instituição em várias oportunidades. Participou nesse período como músico convidado da maioria das orquestras sinfônicas brasileiras. Na área de música de câmara, participou dos mais importantes grupos do gênero em Belo Horizonte. Foi professor do Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado e da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais. Atuou como regente e ensaiador da OSMG, assistente dos seguintes regentes titulares: Holger Kolodziej, Marcelo Ramos e Roberto Tibiriçá. Atualmente, Sérgio é primeiro trompista solista e regente assistente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Sobre os compositores:
Franz Schubert (1797-1828) – Compositor austríaco do fim da era clássica, com estilo marcante e inovador. Escreveu cerca de seiscentas canções incluindo óperas e sinfonias, mas não teve reconhecimento público enquanto vivo. Hoje é considerado um dos maiores compositores do século XIX.
Francisco Mignone (1897-1986) – Pianista, flautista, regente e compositor erudito brasileiro, começou a estudar música aos dez anos. Integrou grupos de choro e compôs canções populares sob o pseudônimo de Chico Bororó.
Felix Mendelssohn (1809-1847) – Compositor, maestro e pianista alemão do período romântico, começou a compor aos nove anos e entre suas principais obras estão a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a marcha nupcial) e os oratórios São Paulo e Elijah.
Foto: Divulgação
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