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“180 dias de inverno”, espetáculo da Cia Afeta,retorna, de cara nova, aos palcos de Belo Horizonte, no dia 4 de abril

Direção de Nando Motta e adaptação do livro “Minha Fantasma”, do multiartista paulista Nuno Ramos, o espetáculo reestreia com novidades no figurino, cenário, trilha sonora e elenco A companhia Afeta apresenta o espetáculo “180 dias de inverno” de 4 a 7 de abril no Teatro Alterosa, integrando as comemorações de 20 anos do espaço no projeto Ocupação Alterosa. A adaptação do livro “Minha Fantasma”, de Nuno Ramos, volta em cartaz no Teatro Zap nos dias 17, 18 e 19 de maio, e no mês de julho cumpre temporada no Galpão Cine Horto, nos dias 7, 8, 9, 14, 15 e 16. A peça, que conta para essas apresentações com o patrocínio do Hotel Ouro Minas, via lei municipal de incentivo à Cultura de Belo Horizonte, recebeu importantes indicações e prêmios em sua estreia, em 2010, colocando em evidência o trabalho de uma nova geração de realizadores. Classificação indicativa: 16 anos “É um amor imenso e cansativo, que deve dizer bem alto: Eu quero você mesmo assim.”(Nuno Ramos) “180 dias de inverno” narra a história de um homem que enfrenta seus medos e angústias enquanto cuida da esposa doente, fato biográfico que Nuno Ramos relatou num diário posteriormente editado em livro. Para construir no palco esse relato íntimo, o diretor Nando Motta fez uso de diferentes tecnologias, como projeções, em diálogo com linguagens como o cinema e a dança. O resultado é um espetáculo denso, cujo olhar poético está presente tanto no cenário, com móveis submersos em água, quanto na trilha sonora original. A dramaturgia do espetáculo foi realizada pelo diretor, escritor e professor da graduação em Teatro da UFMG, Antônio Hildebrando, que durante o trabalho de adaptação do texto, realizou conexões poéticas com os temas presentes na obra de Nuno Ramos, tanto na literatura como nas artes plásticas. 180 com Novidades Renato Bolelli (vencedor do prêmio Shell) e Beto Guilger, da Usina de Alegria Planetária de SP, passam a assinar o cenário e Paolo Mandatti (vencedor dos prêmios Sated e Sinparc), o figurino. Nesta nova versão, cenário e figurino foram idealizados para dialogar diretamente com a dramaturgia e a encenação, utilizando como ponto de partida para a criação, imagens como um quarto afogado e um estado de cansaço latente. Esses novos temperos atribuíram um olhar mais poético ao espetáculo, além de suscitarem frescor e provocações cênicas para o trabalho dos atores. A nova trilha sonora acaba de sair do forno e é de autoria do músico e integrante da Banda Constantina, Barulhista. Uma nova trilha sonora original, toda composta digitalmente, agregou sutilezas à composição das cenas, sem perder a cruel essência da história vivida. No elenco, a novidade é a entrada do ator Camilo Lélis (ex-integrante do grupo Invertido), que divide cena com Ludmilla Ramalho e Fabiano Persi. Multiartista, Nuno Ramos Nuno Ramos é tido hoje como um dos principais artistas brasileiros em atividade. Escultor, pintor, desenhista, cenógrafo, ensaísta e videomaker já realizou mais de 20 exposições individuais e mais de 40 coletivas, em diversos museus e galerias de arte do mundo. Como escritor, foi o vencedor do prêmio Portugal Telecom de 2009 com “Ó” e, em 2012, com “Junco”, dessa vez na categoria poesia. Essa trajetória ímpar instigou o jovem diretor Nando Motta a conhecer mais a fundo o trabalho de Nuno. Após saber do projeto, Nuno autorizou e cedeu os direitos do livro “Minha Fantasma”, e pela primeira vez teve seu trabalho como escritor adaptado para o teatro. “Um dos pontos principais da obra, que me motivou a adaptá-la, foi que o texto mostra um lado muito humano e falho de um homem que tenta salvar sua esposa e a si mesmo deste inimigo invisível, que não desiste nunca, mas que ele sempre manteve a esperança de derrotar”, afirma. Por seis meses Nuno Ramos cuidou de sua esposa, Sandra, que sofria de depressão e anorexia bulímica. O relato produzido por Nuno sobre o período é duro, mas também evidencia o carinho entre eles e mostra como o olhar poético sempre está presente mesmo nos momentos mais difíceis. A montagem de “180 dias de inverno” carrega temas recorrentes nas obras de Nuno Ramos, como a iminência de um acontecimento grave prestes a acontecer, presente em “Globo da Morte de Tudo” (2013) e a força simbólica da água e do mar, como em “Maré Mobília”. O texto, direto e enxuto, é confrontado com um cenário de suspensão e fantasia, com móveis serrados e submersos num espelho d’água em pleno palco, no qual chove em determinados momentos. Arte e Tecnologia Depois da bem sucedida estreia do espetáculo, o diretor Nando Motta mudou-se para São Paulo, onde aprofundou seu principal interesse depois do teatro: a tecnologia. “Lá eu conheci muitos grupos e aprendi a lidar com o vídeo como uma questão realmente artística, me interessa muito o lado digital aplicado de forma antropofágica”, conta. “Muita gente acha que a tecnologia está matando o convívio. Mas acho que isso foi apenas uma impressão quando começou a se utilizar em massa as redes sociais. Acredito que ela coexiste de forma orgânica com a nossa vida”, acrescenta. Como exemplo desse novo momento, ele cita técnicas como o live cinema e o video mapping, que já vem sendo utilizado no Brasil por grupos como o estúdio Laborg (SP). Em determinado momento do espetáculo, é projetado, sobre o corpo da atriz Ludmilla Ramalho, um trecho do filme “Alice no país das maravilhas”, personagem criado por Lewis Carroll. “A ideia de usar a cena em que Alice cai no buraco é para mostrar esse abismo infantil que a mulher cai”, explica Nando, que carrega influências tão diversas como a bailarina Pina Bausch, o teatro-físico da companhia belo-horizontina Zikzira, a banda Hurtmold e os diretores Lars Von Trier (“Dogville”) e Paul Thomas Anderson (“Magnólia”). Desses cineastas, o diretor admira a capacidade de usar cenário mínimos, estando abertos ao lado fantástico da vida cotidiana. Afeta- novo nome e projetos Em 2009, o diretor Nando Motta e a atriz Ludmilla fundaram a Afeta Cia de Teatro depois de terem feito trabalhos e colaborações com os principais grupos teatrais da capital mineira (Zap 18, Cia Drástica, Cia Pierrot Lunar). Motivados pelo desejo de investigar uma linguagem própria, os artistas iniciaram uma pesquisa sobre os diálogos entre o teatro contemporâneo e outras linguagens artísticas, como música, dança, literatura, videoarte e artes plásticas, e por essa razão, a companhia decidiu mudar o nome e passa a ser somente Cia Afeta. A primeira produção do grupo teve grande recepção de público e crítica. “180 Dias de Inverno” foi contemplado com o prêmio Funarte Myriam Muniz em 2009 e estreou em 2010. Recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo Teatral de 2010 pelo site cultural Mixsórdia, Melhor Trilha Sonora pelo prêmio Sinparc Usiminas 2011, Melhor Iluminação no prêmio Sesc/Sated 2011, além de ter sido o espetáculo mais indicado em 2010 pelo Prêmio Sinparc/Usiminas, com mais de 10 indicações, incluindo melhor diretor, melhor ator e atriz, melhor cenário e melhor espetáculo. Em repertório, além do espetáculo "180 dias de Inverno", a Cia Afeta realiza as performances "Afete-se", Escute-se" e "Viuvez em capítulos", todas concebidas pela artista Ludmilla Ramalho, com orientação dos artistas Marcos Hill, Marco Paulo Rolla e Dudude. A integrante da companhia é pós graduanda na Pós-Graduação Lato Sensu em Ação e Movimento: Arte da Performance da Faculdade Angel Vianna do RJ e há 4 anos, juntamente com a Cia Afeta, vem aprofundando sua pesquisa na área da performance. Para 2013 a companhia dá continuidade aos trabalhos na área de performance e prepara um novo trabalho relacionando artes cênicas e tecnologia. Com equipe dividida entre profissionais de Minas e São Paulo, o espetáculo contará a história de um casal que decide encerrar o relacionamento enquanto estão num elevador. Para isso, será usada a técnica de video mapping (em que projeções criam a ilusão de movimentos num objeto a partir de computação gráfica), além de usar diversos recursos para narrar a história além do texto, como as redes sociais (facebook, instagram, twitter e flickr). Ficha Técnica e artística: Direção: Nando Motta Dramaturgia: Antônio Hildebrando Elenco: Ludmilla Ramalho, Camilo Lélis e Fabiano Persi Cenário: Renato Bolelli e Beto Guilger - Usina de Alegria Planetária (SP) Cenotécnico: Nenê Pais Figurino: Paolo Mandatti Costureira: Márcia Correa Trilha sonora original:Barulhista Preparação corporal e coreografia: Carla Normagna Criação de luz: Bruno Cerezoli Coordenação de comunicação: Beatriz França Assessoria de imprensa: João Marcos Veiga Vídeos/projeção: Hugo Drumond e Pedro Furtado Tesears/ filmagem: Coelha Produtora Coordenação de produção: Ludmilla Ramalho e Nando Motta Realização: Cia Afeta

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