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As mulheres produzem toda a quantidade de folículos ovarianos (estruturas aonde estão os óvulos essenciais para a sua função reprodutiva) durante o desenvolvimento fetal, e iniciam a perda ainda antes de nascer, e este processo continua durante o seu período reprodutivo, de forma que os folículos praticamente desaparecem na menopausa. Em alguns casos, a sua produção foi reduzida ou a perda acelerada, levando ao seu fim precocemente, antes da idade esperada.

A menopausa precoce, caracterizada pelo fim prematuro do funcionamento dos ovários, resulta na interrupção da ovulação, ciclos menstruais e produção de estrogênios ovarianos. Diagnosticada quando ocorre antes dos 40 anos, preferimos chamar essa condição de insuficiência ovariana primária ou falência ovariana prematura, evitando termos estigmatizantes.

O ginecologista e professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Dr. Ricardo Marinho, destaca que a menopausa precoce pode ser causada por fatores diversos, como alterações genéticas, autoimunidade, tratamentos como quimioterapia, radioterapia ou cirurgia nos ovários. Na maioria dos casos, entretanto, a causa permanece não identificada.

O diagnóstico é sugerido pela ausência de menstruação e sintomas associados à queda dos níveis hormonais, como ondas de calor e suores noturnos em mulheres com menos de 40 anos. Dosagens hormonais confirmam o diagnóstico, sendo exames complementares importantes para identificar causas genéticas ou autoimunes.

A insuficiência ovariana acarreta infertilidade, sintomas semelhantes à menopausa e aumenta o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares. A terapia de reposição hormonal é fundamental para melhorar sintomas e mitigar riscos associados à falta de estrogênios.

Mulheres que desejam engravidar necessitarão de tratamento por fertilização in vitro com óvulos doados. Um entendimento mais amplo dessa condição é essencial para promover a conscientização e oferecer suporte adequado a todas as mulheres afetadas.

Foto: Divulgação