Notícias
Coral Lírico de Minas Gerais aposta na diversidade de repertório para a temporada 2015 de concertos
A mistura de idiomas e a variação entre composições sacras e seculares dão o tom da primeira, e diversa, apresentação solo do Coral Lírico de MinasGerais na temporada de concertos em 2015. Sob regência do seu Maestro Titular, Lincoln Andrade, o corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado interpreta peças em seis diferentes línguas. A Série Lírico em Concerto, que dá início às apresentações deste ano, traz composição inédita em Belo Horizonte, Suíte Lorca, de Einojuhani Raitavaara, e novidades no repertório, com obras de Handel, Pablo Casals e Erick Whitacre. O Coral Infanto-juvenil do Palácio das Artes é o convidado especial da apresentação.
O Coral Lírico de Minas Gerais interpreta repertório cada vez mais diverso, combinando canções operísticas, musicais e oratórios. Com vários anos dedicados ao estudo da música-coral, Lincoln Andrade tem estimulado a versatilidade do Coro. Ao criar um mosaico com diversas possibilidades do canto coral, o maestro pretende mostrar todo o colorido da música-coral. “Dispomos de condições únicas graças à formação dos nossos cantores, à dedicação aos ensaios e à estrutura que encontramos na Fundação. Por isso, é nossa obrigação apresentar um repertório único, diferenciado, que outros grupos não têm condições de fazer e que faça jus a um Coro Profissional”, diz.
Pela primeira vez, o Coral vai combinar seis diferentes idiomas em um só concerto. Os coralistas vão cantar em inglês, latim, alemão, espanhol, hebraico e francês, idiomas muito diferentes entre si e que exigem preparação específica. “Nossos cantores dominam diversos idiomas e já estão acostumados a cantar em mais de um em uma mesma apresentação. Mas, para esse concerto eu quis mostrar a versatilidade que podemos alcançar”, explicou Lincoln Andrade.
A abertura concerto terá um clássico operístico: Carmen, de Georges Bizet. O Coral Infantojuvenil Palácio das Artes se une ao CLMG para interpretar a famosa Marcha dos Toureiros. “Carmen é a síntese da expressão musical de Bizet, com um estilo melódico característico e um significado musical e expressivo únicos”, aponta Lincoln Andrade. A apresentação desse trecho marca o início de uma série de homenagens que o Coral Lírico fará a Bizet ao longo do ano, já que neste mês a famosa obra do compositor francês completa 140 anos desde a estreia, em 1875.
Entre o sacro e o secular – As composições sacras e seculares se encontram neste concerto. O Coral Lírico interpreta o trecho final da obra da peça inédita Oh Love Divine, do oratório Theodora, de Handel, com acompanhamento do pianista Hélcio Vaz do Val. Segundo Lincoln Andrade, o trabalho de Handel traz traços leves da composição barroca. “A composição conta a história do amor entre dois santos mártires cristãos, perseguidos e sacrificados pelos romanos. Há um profundo sentido emocional nesta obra. Ela exalta a esperança de amor divino e eterno”, explica Lincoln Andrade.
Também inédito no repertório do Coral Lírico, o moteto O Vos Omnes, dePablo Casals, originalmente cantado como parte da liturgia católica da Semana Santa. O texto de Casals é uma adaptação de trechos bíblicos. Esta composição será interpretada a cappella. Outra obra de tema religioso éRichte mich, Gott, de Felix Mendelssohn. Escrita em linguagem conservadora, a obra traz densas nuanças do estilo lutherano. Segundo Lincoln Andrade, “a composição de Mendelssohn possui um ar solene, sem muitas ousadias na relação texto e música, mas com muita elegância e a força de uma escrita para oito vozes”. Este salmo será cantado a cappella. Além disso, os naipes de vozes que compõem o coro estarão separados, ocupando o palco e as laterais do Grande Teatro, o que vai possibilitar ao público uma sensação musical ainda mais ampla. “Eu gosto de poder brincar com as possibilidades que essas 60 vozes do Coral me oferecem”, destaca Lincoln Andrade.
E as mudanças de texturas e os contrastes de dinâmica para transmitir o sentimento de alegria gerado pela promessa de liberdade são o tema deTraditional Spiritual, de Jester Hairston, peça que encerra a primeira parte do concerto. A composição está relacionada ao movimento abolicionista afro-americano e explora as figuras dos profetas Elias e Moisés.
Outra dinâmica para a música coral – Na segunda parte do Lírico em Concerto, as canções seculares ganham espaço. Os coristas interpretam peças de Einojuhani Rautavaara, Eric Whitacre, Leonard Bernstein eGeorges Bizet. Além de apostar na formação diversificada do público, o maestro Lincoln Andrade vai inovar na dinâmica dos concertos. A novidade nesta edição é a disposição dos coristas no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes.
Inédita no repertório do CLMG, a composição Cinco Canções Hebraicas deAmor, de Eric Whitacre, é uma obra raramente executada por outros coros devido à complexidade do idioma. Estas cinco canções são também inéditas no repertório do Coral e são particularmente emotivas. O Coral Lírico apresentará a obra de Eric Whitacre acompanhado pelo piano de Hélcio Vaz do Val e o violino de Vítor Dutra.
Suíte Lorca, de Einojuhani Rautavaara, também será apresentada pela primeira vez. Composta por quatro peças breves, a obra é um estudo no uso de escalas simétricas de tom e semitom, como explica o maestro.Canción de jinete, ou canção de montaria, é baseada em um ritmo de galope, enquanto El grito, baseia-se, literalmente, em um grito. La lunaassoma, ou a lua nasce, possui melodia emergente, enquanto emMalagueña as vozes imitam o dedilhado de um violão.
O gênero musical também faz parte do programa. A composição West Side Story, de Leonard Bernstein e libreto de Stephen Sondheim, é inspirada na peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Ambientada naUpper West Side, bairro de Nova York, a peça explora a rivalidade entre os Jets e os Sharks, duas gangues de rua de diferentes etnias. Essa peça será interpretada com o acompanhamento do piano.
Entrada gratuita para professores – BRAVO, PROFESSOR!’ é um programa da Fundação Clóvis Salgado voltado para a valorização da Educação. A proposta é incentivar o acesso de professores de cursos do ensino regular, das Escolas públicas e particulares, incluindo Universidades, e de Cursos Livres de Arte em geral, ao universo da cultura. O projeto garante pelo menos 20% dos ingressos, por espetáculo, aos professores.
Cada professor, munido de sua carteira funcional, crachá ou outro documento que o identifique como profissional da área, terá direito a um par de ingressos para as séries Sinfônica em Concerto e Lírico em Concerto, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e o Coral Lírico de Minas Gerais, além das apresentações da Cia. de Dança Palácio das Artes.
Para o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Augusto Nunes-Filho, trata-se de uma ação que visa valorizar a categoria dos Professores em benefício também dos alunos. “Entendemos que, assim, estamos contribuindo para um setor tão importante em nossa sociedade, uma vez que irá refletir em sala de aula o acesso dos professores a um repertório de alta qualidade musical”.
Sobre os corpos artísticos:
Coral Lírico de Minas Gerais – Criado em 1979, o Coral Lírico de Minas Gerais, corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado, é um dos raros grupos corais que possui programação artística permanente e que interpreta um repertório diversificado, incluindo motetos, óperas, oratórios e concertos sinfônico-corais. Dentro das estratégias de difusão do canto lírico, o Coral Lírico desenvolve diversos projetos que incluem Concertos no Parque, Lírico na Cidade, Concertos Didáticos e participação nas temporadas de óperas realizadas pela Fundação Clóvis Salgado. O objetivo desse trabalho é fazer com que o público possa conhecer e fruir a música coral de qualidade, além de vivenciar o contato com os artistas.
Lincoln Andrade – Lincoln Andrade possui doutorado em Regência pela Universityof Kansas (EUA), mestrado em Regência Coral pela University of Wyoming (EUA), onde também foi professor assistente e ministrou aulas de canto coral e regência coral. Premiado nos Estados Unidos e na Europa, foi diretor musical do grupo ‘Invoquei o Vocal’; maestro titular do Madrigal de Brasília e do Coral Brasília. Ainda na capital federal, foi professor e diretor da Escola de Música de Brasília. Regeu concertos na Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Hungria, Paraguai, Polônia, Portugal e Turquia. Também é professor de regência e coordenador da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lincoln Andrade é o apresentador e produtor musical do programa Conversa de Músico, veiculado semanalmente pela TV Senado.
Coral Infantojuvenil Palácio das Artes – Criado na década de 1980, o Coral Infantojuvenil Palácio das Artes, da Fundação Clóvis Salgado, foi estruturado com a proposta de propiciar condições para a profissionalização dos jovens artistas, investindo no apuro técnico, na experimentação e na sua valorização e divulgação junto ao público. O Coral Infantojuvenil desenvolve um trabalho de divulgação da arte do canto coral, apresentando obras de diversas fases da história da música vocal, em vários idiomas e estilos. Formado por 49 jovens cantores, com faixa etária entre 8 e 16 anos, o grupo exerce um importante papel para a descoberta de novos talentos. Vários cantores que iniciaram sua trajetória musical no Coral Infantojuvenil integram, atualmente, o Coral Lírico de Minas Gerais e outros grupos profissionais do Brasil e do exterior. O grupo participa de montagens com a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais nas temporadas de ópera da Fundação Clóvis Salgado e outras apresentações eruditas.
Lara Tanaka – Natural de Belo Horizonte, Lara Tanaka é Regente Titular do Coral Infantojuvenil Palácio das Artes e Regente Assistente do Coral Lírico de Minas Gerais. Concluiu, em 1993, os estudos de piano pelo Conservatório de Música de Minas Gerais. Em 2001 graduou-se bacharel em Regência pela Escola de Música da UFMG. Participou de aulas emasterclasses com Sérgio Magnani, Roberto Tibiriçá, Cláudio Ribeiro, Per Brevig (Estados Unidos), Mogens Dahl (Dinamarca) e Nelson Niremberg (Estados Unidos). Em 2000, regeu a ópera Le Nozze de Fígaro, de W. A. Mozart, com a Orquestra Sinfônica da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em 2001 ministrou aulas de Regência no 33º Festival de Inverno da UFMG e dirigiu a oficina de Coral Infantil no Festival Nacional de Música de Câmara na Paraíba. Em 2003 gravou com o Coral Infantojuvenil Palácio das Artes e o Grupo de Percussão da UFMG o CD Villa-Lobos e os brinquedos de roda, classificado como finalista no Prêmio TIM de Música – 2004 na categoria CD Infantil. Lara Tanaka também tem atuado como cravista continuísta em festivais de música antiga, como a Oficina de Música Antiga de Curitiba e a Semana de Música Antiga da UFMG, bem como as orquestras da Musicoop e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Selecionamos os melhores fornecedores de BH e região metropolitana para você realizar o seu evento.