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Filarmônica de Minas Gerais celebra os 150 anos de Ravel e convida o pianista brasileiro Leonardo Hilsdorf para interpretar obra do compositor japonês Yoshimatsu

Com regência do maestro Fabio Mechetti, Orquestra interpreta também a obra “Quadros de uma exposição”, de Mussorgsky

Nos dias 20 e 21 de março, às 20h30, na Sala Minas Gerais, os 150 anos de nascimento de Ravel serão comemorados na abertura das séries Allegro e Vivace da Filarmônica de Minas Gerais com duas obras do compositor francês: o charmoso Menuet Antique e a incomparável orquestração dos Quadros de uma exposição de Mussorgsky, ambas originalmente escritas para piano. Um dos importantes pianistas brasileiros, Leonardo Hilsdorf, introduz o concerto Memo Flora, do compositor japonês Takashi Yoshimatsu. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala, a partir de R$ 39,60 (inteira) e R$ 19,80 (meia).

Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Governo de Minas Gerais por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mantenedor: Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais. Apoio Cultural: Inter. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Governo de Minas Gerais, Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais

Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro.

Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro maestro brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane, da qual é Regente Laureado.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich, na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles, os de Grant Park, em Chicago, e Chautauqua, em Nova York.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige, regularmente, várias orquestras na Escandinávia, na Itália, na Espanha, na Escócia, e várias orquestras latino-americanas, destacando-se a Filarmônica do Teatro Colón, e as Filarmônicas e Nacional da Colômbia.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Estadual de São Paulo, a Sinfônica Brasileira, as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Petrobrás Sinfônica, entre outras. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Antonio Meneses, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie e Kathleen Battle, entre outros. Fabio Mechetti é Mestre em Composição e em Regência pela Juilliard School de Nova York.

Leonardo Hilsdorf, piano

Um dos principais expoentes da nova geração de pianistas brasileiros, Leonardo Hilsdorf tem se apresentado com sucesso no Brasil, Estados Unidos e Europa. Tocou em palcos importantes como o Concertgebouw de Amsterdam, o Flagey e o Bozar de Bruxelas, a Maison de la Radio em Paris e o Beethoven-Haus de Bonn. Colaborou com as principais orquestras brasileiras, entre elas a Osesp, a OSB e a nossa Filarmônica de Minas Gerais, e com orquestras de renome na Europa, como a Filarmônica da Radio France e a Sinfônica do Algarve. Foi premiado em diversas competições internacionais, incluindo o Prêmio Nadia e Lili Boulanger (França). Por dois anos, atuou como solista em residência na Capela Musical Rainha Elisabeth da Bélgica, sob supervisão de Maria João Pires. Bacharel em Piano pela USP, Leonardo também estudou com Wha Kyung Byun nos Estados Unidos e com Claudio Martínez-Mehner na Alemanha. Sua primeira apresentação com a Filarmônica de Minas Gerais foi em 2017.

Repertório

Maurice Ravel (Ciboure, França, 1875 – Paris, França, 1937) e a obra Menuet Antique (1895, orquestração 1929)

Foi sempre um caminho para Ravel o flerte com realidades musicais relativamente distantes daquelas em que ele próprio se inseria. Com sua abordagem única e desejo genuíno de originalidade, o francês se voltou em diversas ocasiões ao passado musical de seu país, recuperando e reelaborando formas e gêneros antigos, em obras como a Pavana para uma infanta defunta, Le Tombeau de Couperin e o Menuet Antique.

Em todos os casos, não se trata meramente de um resgate, e sim de uma apropriação. Ravel ressuscita esses gêneros relacionados a outros momentos históricos para poder tornar-se moderno. Nesses passados, ele vê possibilidades expressivas ainda não engessadas por um Romantismo já posto em cheque na virada para o século XX, tomando a distância temporal como algo que se presta à releitura e à reelaboração.

O Menuet Antique foi composto, como várias obras de Ravel, originalmente para piano: sua versão original data de 1895, sendo estreada três anos depois por Ricardo Viñes, pianista amigo do compositor, a quem a obra fora dedicada. Já a versão orquestral, realizada pelo próprio autor, data de 1929, ou seja, trinta e quatro anos após a peça original.

É difícil saber, nesta obra, a que tipo de minueto Ravel faz referência: se à dança que se originou no período Barroco francês; ou se à mesma dança, porém já incorporada pelo Classicismo a outras formas, como a sonata e a sinfonia, e mais tarde transformada por Beethoven em scherzo. Independente disso, a obra funciona como um pretexto: um caminho que Ravel encontra para legitimar, em termos formais, sua própria necessidade criativa.

Takashi Yoshimatsu (Tokyo, Japão, 1953) e a obra Concerto para piano, op. 67, “Memo Flora” (1997)

Na contemplação serena da natureza, o compositor japonês Takashi Yoshimatsu encontra inspiração para muitas de suas obras. A passagem das estações, os ciclos de vida e morte, a beleza distante dos corpos celestes e, especialmente, a poesia encontrada no canto e no voo dos pássaros são temas recorrentes em sua produção, e servem de mote criativo para uma escrita musical que bebe de fontes diversas, uma linguagem que deve tanto ao Romantismo do século XIX quanto ao rock britânico.

Escrito em 1997 e inspirado no último concerto para piano de Mozart (K.595), o Concerto para piano foi descrito pelo próprio Yoshimatsu como um “memorando sobre as flores”, e deixa transparecer o profundo respeito pelos tempos e processos da natureza. O nome Memo Flora vem de um caderno do poeta Kenji Miyazawa (1896-1933) que continha anotações sobre flores e projetos de canteiros.

Diferentemente do trabalho concertante anterior de Yoshimatsu para o instrumento – a belíssima Trenodia para Toki, escrita em homenagem a um pássaro raro do Japão que estava em vias de extinção – o tom aqui não é de elegia, mas de um olhar admirado, como alguém que acompanha um balé de pétalas ao vento. O primeiro movimento desenha um campo florido, no qual múltiplas cores são tingidas no horizonte. Como pássaros, as madeiras anunciam a chegada de uma tempestade para, em seguida, o piano confrontar a torrente. O segundo movimento é um andante lento que simula o balanço das pétalas sendo levadas pelas águas. O concerto se encerra com o renascimento das flores no campo, enquanto um vento revigorante e gentil nos embala rumo a novas primaveras.

Modest Mussorgsky (Karevo, Rússia, 1839 – São Petersburgo, Rússia, 1881) e a obra Quadros de uma exposição (1874), orquestrada por Maurice Ravel em 1922.

Reconhecido atualmente como o grande gênio do nacionalismo musical russo, Mussorgsky teve uma vida profissional difícil. Trabalhou como pianista acompanhador de músicos medíocres e foi funcionário de repartições que o impediam de dedicar-se com regularidade à composição. Muito sensível e afetivo, viveu atormentado por problemas nervosos que se agravaram quando buscou refúgio emocional na bebida.

A valorização de sua obra só aconteceu postumamente, principalmente pela influência de dois grandes admiradores franceses. Debussy, mediante entusiástico artigo de 1901, chamou a atenção para a originalidade de Mussorgsky. Quanto a Ravel, o êxito de sua versão para os Quadros de uma exposição (feita em 1922) consagrou o feliz encontro da genialidade criativa do compositor russo com o talento do mais admirável orquestrador moderno.

Mussorgsky escreveu a partitura para piano sob o impacto da visita à exposição póstuma do pintor e arquiteto Viktor Hartmann. Sobre esboços e aquarelas do amigo falecido, construiu uma suíte de contrastantes sugestões expressivas – poéticas, realistas, humorísticas ou melancólicas.

Uma breve melodia – “Promenade” – serve de introdução e intermezzi para os quadros. Ao longo da caminhada, a obra passeia por dez imagens, cada qual com uma proposta temática e expressividade artística únicas, indo do fabular (“Gnomo” e “A cabana de Baba-Yaga sobre pés de galinha”) até a representação de cenas aparentemente prosaicas (como em “Tulherias” e “Limoges”). A orquestração estupenda de Ravel realça o retrato sonoro traçado na peça original, coroando a criatividade de Mussorgsky com um uso da linguagem sinfônica igualmente inventivo.

Filarmônica de Minas Gerais
Série Allegro
20 de março – 20h30
Sala Minas Gerais

Série Vivace
21 de março – 20h30
Sala Minas Gerais

Fabio Mechetti, regente
Leonardo Hilsdorf, piano
RAVEL Menuet Antique
T. YOSHIMATSU Concerto para piano, op. 67, “Memo Flora”
MUSSORGSKY / Ravel Quadros de uma exposição

INGRESSOS: R$ 39,60 (Mezanino), R$ 54 (Coro), R$ 54 (Terraço), R$ 78 (Balcão Palco), R$ 98 (Balcão Lateral), R$ 133 (Plateia Central), R$ 172 (Balcão Principal) e R$ 193 (Camarote).

Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br

Bilheteria da Sala Minas Gerais

Horário de funcionamento

Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h

Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo

São aceitos: Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa | Pix

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação.

Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas.

O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Concerto 2024 na categoria CD/DVD/Livros, com o álbum com obras de Lorenzo Fernandez. A Orquestra já havia recebido Prêmio Concerto 2023 na categoria Música Orquestral, por duas apresentações realizadas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, SP. o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano.

Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, Filarmônica na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto.

A Orquestra possui 18 álbuns gravados, entre eles quatro que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty. O álbum Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, foi indicado ao Grammy Latino 2020.

Ainda em 2020, a Filarmônica inaugurou seu próprio estúdio de TV para a realização de transmissões ao vivo de seus concertos, totalizando hoje mais de 100 concertos transmitidos em seu canal no YouTube, onde se podem encontrar diversos outros conteúdos sobre a orquestra e a música de concerto.

A Filarmônica realiza também diversas apresentações por cidades do interior mineiro e capitais do Brasil, tendo se apresentado também na Argentina e Uruguai. Em celebração ao bicentenário da Independência do Brasil, em 2022, realizou uma turnê a Portugal, apresentando-se nas principais salas de concertos do país nas cidades do Porto, Lisboa e Coimbra, além de um concerto a céu aberto, no Jardim da Torre de Belém, como parte da programação do Festival Lisboa na Rua, promovido pela Prefeitura de Lisboa.

A sede da Filarmônica, a Sala Minas Gerais, foi inaugurada em 2015, sendo uma referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico. Considerada uma das principais salas de concertos da América Latina, recebe anualmente um público médio de 100 mil pessoas.

A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Filarmônica vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.

Foto: Tiago Nunes

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